Na Política

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10/08/10 | 13:11h (BSB)

Rogério diz que João foi incapaz de montar uma base militante

"Estamos no momento de esgotamento destas lideranças", diz o deputado que crê na vitória de Déda em 1º turno

Por Raissa Cruz

 

 

O deputado estadual Rogério Carvalho (PT), nesta entrevista ao Universo Político.com, aposta que as eleições deste ano, para o governo do Estado, será polarizada entre os candidatos Marcelo Déda (PT) e João Alves (DEM), e que, ainda no 1º turno Déda consegue a vitória. "Déda deu ar de modernidade ao estado de Sergipe, e creio que isso vai se refletir nas urnas", diz ele. Para Rogério, o discurso do grupo do DEM é "vazio", e João foi incapaz de montar uma militância que dê sustentação em torno de sua candidatura. "O ex-governador João Alves é conhecido pela sua fama de criar histórias e produzir versões que não são fáticas", rebateu Rogério, sobre as acusações de ele foi condenado pelas mortes de crianças no HUSE. O deputado também está confiante na aceitação do seu nome para deputado federal. "Minha atuação como secretário de Estado da Saúde ajudou a consolidar a imagem", acredita ele, que, sobre os conflitos na Saúde, pontua: "o tempo se encarregará de resolver". O deputado pincela ainda os problemas que teve com o candidato Márcio Macedo (PT), e aproveita para apresentar suas propostas.

 

Universo Político.com - O senhor assumiu a Secretaria de Estado da Saúde, que é considerada uma das mais trabalhosas para gerir. Os desgastes com algumas insatisfações dos médicos e pacientes refletiram em sua campanha, no que se refere à aceitação do seu nome para deputado federal?

Rogério Carvalho - Não, não sinto isso. Tenho feito carreatas e caminhadas nas cidades e o que sinto é uma grande aceitação. Sinto a empolgação das pessoas quando me vêem e vêm me abraçar, cumprimentar, me dizer palavras de estímulo. Portanto, vejo como o inverso, a minha atuação como secretário de Estado da Saúde ajudou a consolidar a imagem de quem trabalha, de quem tem compromisso, de quem tem serviço prestado à comunidade. Com relação a alguns profissionais de saúde, o que nós temos são questões de conflitos que não podiam ser evitados em função do interesse, seja ele público ou corporativo. Aqueles profissionais que compreendem a dimensão do interesse público, a gente acaba tendo uma boa relação sem maiores problemas. Foi pontual o problema que tive com alguns representantes de corporações e não com as categorias inteiras, mas o tempo se encarregará de resolver esses conflitos que ocorreram.

 

UP - Diante da liberação do TRE para sua candidatura, negando a existência de ato de improbidade administrativa na SES, como o senhor responde a opositores como o ex-governador João Alves, que insiste que o senhor foi condenado em 1ª instância pela morte de crianças no HUSE?

R.C. - Primeiramente é importante deixar claro que não fui condenado. O ex-governador já é conhecido de todos pela sua fama de criar histórias e produzir versões que não são fáticas, ou seja, que não são verdadeiras. Eu não quero usar o termo "mentiroso", mas muita gente o chama de mentiroso. Estou usando um termo até mais leve. Não houve isso em nenhum momento. Acho que ele perde a oportunidade de fazer um debate mais qualificado na área da saúde e trazer os dados do período em que foi governador e comparar. Já que ele acha que a gente teve um desempenho inferior ao dele, que ele mostre os dados e as realizações do seu governo que nós vamos avaliar as realizações do Governo Marcelo Déda, onde fui secretário.

 

UP - Para o senhor, o que justifica a campanha da oposição, leia-se do candidato João Alves Filho, não estar, como dizem, em um ritmo tão acelerado nas ruas como a de Marcelo Déda?

Rogério Carvalho - Isso significa, talvez, a incapacidade dele de ter uma base militante em torno da sua candidatura. A dificuldade de montar uma militância que dê sustentação a disputa de uma sexta tentativa de mandato a procura de um quarto poder. Isso cansa e o tempo das pessoas passa. Acho que essa mudança é fundamental para que a sociedade evolua também. Ficar sob o comando de uma liderança por tanto tempo, por melhor que ela seja, ela se esgota. Acredito que estamos no momento de esgotamento destas lideranças e a necessidade de dar continuidade a um processo de renovação política que Marcelo Déda vem conduzindo.

 

UP - O deputado federal Mendonça Prado disse que Déda está acelerando a campanha porque já soube que perdeu 75% dos municípios sergipanos. Como o senhor avalia essa declaração?

Rogério Carvalho - Esta declaração é de quem não tem o que dizer. De quem não tem como justificar o esvaziamento da coligação do candidato a governador João Alves Filho. Portanto, uma declaração vazia.

 

UP- Diante das últimas pesquisas eleitorais, que apontam diferença de 3%, e com base no que o senhor tem observado no contato com a população nessa campanha, o senhor acredita que o governador Marcelo Déda leva vitória ainda no 1º turno? Por quê?

Rogério Carvalho- Sim, porque só tem dois candidatos, a eleição será polarizada entre Déda e João.

 

UP - E o que o seu grupo tem pontuado na hora de contra-argumentar as críticas de "desgoverno" ou "governo sem mudança", feitas pela oposição a respeito da gestão atual do Estado?

Rogério Carvalho - Acho que a mudança está no comportamento do governador na relação com os prefeitos. Este é um governo que governa para todos com políticas universalizantes, como, por exemplo, na área da saúde. As clínicas foram feitas em todas as cidades, o Samu abrange todos os municípios, a distribuição de transportes e equipamentos foi feita para todos os municípios. O programa Sergipe Cidades foi realizado em todos os municípios. O governo é um governo moderno, que administra para todos os sergipanos e tem obras em todos os municípios. Isso só acontece num governo que muda a postura e Marcelo Déda deu ar de modernidade ao estado de Sergipe e creio que isso vai se refletir nas urnas.

 

UP- Existem muitos nomes fortes, inclusive em seu grupo, disputando as oito vagas para federal. Qual diferencial o senhor tem apresentado para mostrar ao eleitor que merece uma das vagas?

Rogério Carvalho- Bom, acho que o eleitor tem a oportunidade de ver nesta eleição, como em todas as eleições, a construção e a obra de cada candidato. Alguns candidatos já exerceram mandatos de secretários, prefeitos, deputados federais, outros cargos eletivos, e eu também tive esta oportunidade. Fui secretário de Saúde da capital, do Estado e deputado Estadual. O diferencial é o compromisso, a defesa de um projeto que repercute na vida das pessoas. É a relação sincera, leal, que estabeleço com todas as pessoas, políticos, os representantes dos movimentos sociais, prefeitos, vereadores e acho que isso produz um caldo que dá condição de o eleitor de julgar. A sociedade de maneira geral sabe o quão transparente sou na condução da vida pública e tudo o que acontece comigo é público, e isso sempre foi bastante divulgado pelos meios de comunicação. Portanto, a população tem a oportunidade de me julgar neste momento, isso é fundamental e é assim que se faz a democracia.

 

UP - Em sendo eleito, qual principal questão Rogério Carvalho pretende defender na Câmara Federal?

Rogério Carvalho- Tenho origem na área da saúde, então estou visceralmente vinculado à área da saúde. Esse tema da saúde, que é um problema para o Brasil, é um tema que vou discutir no Congresso Nacional e acredito que isso tenha um efeito para o Brasil inteiro muito importante. Mas, quero discutir também a questão da Reforma Política, acho que isso é fundamental para gente evoluir enquanto país e enquanto democracia. O tema da Reforma Tributária, porque fortalece os municípios e os Estados, ao ajudarem a desempenhar seus trabalhos e as suas políticas, inclusive a política geral, em áreas como a saúde e a educação. Quanto às questões relacionadas à educação, acho que o Brasil precisa evoluir no que diz respeito à escola, ao padrão de ensino, para que a gente tenha gerações mais preparadas para os desafios de um mundo cada vez mais globalizado. Também tem o tema que já venho me ocupando que seria o debate em torno da Inclusão pela Renda, que seria promover formas de organizações produtivas que diminuam a distância entre os grupos sociais, do campo, das periferias das cidades, enfim, que toda sociedade brasileira possa ter renda que torne esses setores da sociedade cada vez mais livres e capazes de conduzir os seus próprios destinos.

 

UP - A imprensa divulga que o clima entre o senhor e o candidato Márcio Macedo (PT) não anda muito bem. Seria o mesmo problema que ocorreu com o candidato Heleno Silva (PRB), de impasses por colégios eleitorais, ou outro motivo?

Rogério Carvalho - A nossa relação é boa, não tem nenhuma rusga, nenhum desentendimento. Ele está fazendo a campanha dele, eu a minha. O que houve foram alguns debates sobre algumas questões que já foram superadas e neste momento estamos muito bem, dialogando, conversando na medida do possível e cada um procurando se viabilizar eleitoralmente para continuar na vida pública.

 

UP - O que findou da tentativa de extorsão que fizeram, recentemente, contra o senhor, usando remédios vencidos do HUSE? O senhor desconfia do envolvimento de políticos da oposição no caso?

Rogério Carvalho- Bom, eu não tenho o direito de desconfiar de ninguém. Aqueles que tentaram me extorquir citaram o nome de vários políticos. Citaram o nome do ex-governador João Alves Filho, do deputado Estadual Augusto Bezerra, do jornalista César Gama, do ex-deputado Walker Carvalho e outras lideranças do DEM. Mas eu não tenho desconfiança de ninguém, até porque este é um trabalho que cabe à polícia e à justiça. O que me coube eu fiz, que foi denunciar a tentativa de extorsão, que foi um crime e as pessoas que cometem este tipo de atitude criminosa devem pagar por isso.

 

Da redação Universo Político.com



18-05-2024
 

 

 

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