Na Política

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17/12/12 | 05:25h (BSB)

Valadares defende o Proinveste como solidariedade ao Estado

Por Raissa Cruz

 

O senhor segue com entendimento do discurso que fez ligando a perda de oportunidade do empréstimo do Proinveste ao senador Eduardo Amorim (PSC)?

Eu tenho o maior respeito pelo senador Amorim, mas ele expressou o que todo mundo já sabia: assumiu de corpo e alma a responsabilidade pela rejeição do Proinveste, no que toca ao posicionamento político. A Assembleia Legislativa tomou sua posição e igualmente o senador Eduardo Amorim não negou em seu em discurso a discordância a um projeto do governo que visava um empréstimo de 727 milhões para obras de investimento. Eu creio que esse episódio ainda não está superado porque haverá uma nova tentativa do estado para ser encaminhada ao Poder Legislativo. Nesse segundo tempo. Depois de uma reflexão maior dos deputados da oposição nós esperamos um novo posicionamento dessa vez compreensível e favorável.

 

O senhor vê o Proinveste como uma solução para o Estado sair da dificuldade financeira?

O estado realmente não está passando por uma situação muito fácil em decorrência da queda de arrecadação, porque a presidenta Dilma, para deter a crise econômica, teve que fazer a renúncia fiscal e isso implicou em retirar recursos fundamentais dos estados e dos municípios. É uma crise que para ser resolvida precisa da compreensão e da ajuda de todos. Sergipe é um estado ainda muito carente. E o Proinveste não é um programa dos governos estaduais. Ele é idealizado pelo governo federal para ajudar aos estados para contornar os problemas criados, e a redução da atividade de todos os setores da nossa economia. Eu acho fundamental esse dialogo para que o governo consiga esse empréstimo e fico preocupado se o estado de Sergipe tem condições fiscais exigido pela Secretaria do Tesouro Nacional para tomar um empréstimo no valor de 1 bilhão e 400 milhões. Tendo em vista que durante esse anos que Déda assumiu já pagou quase 1 bilhão e 400 milhões de empréstimos tomados por outros governos não há por que se preocupar com o futuro de Sergipe. A preocupação será se não se aprovar o empréstimo porque aí ficaremos atrasados em relação aos demais estados. É só ver que os estados vizinhos como Bahia, Alagoas, Paraíba, Rio Grande de Norte, estão obtendo os empréstimos. O estado vai ficar para trás em termo de desenvolvimento econômico, de obras de infraestrutura, e o estado de Sergipe entrará em um processo de retrocesso.

 

Já que é tão benéfico para o desenvolvimento do Estado, a que o senhor atribui então a oposição ferrenha ao projeto?

Eu já procurei evidenciar e é um problema político que se resolve na mesa de negociações. Eu quero crer que o atual governo nos próximos dois anos não terá tempo de aplicar mais de R$ 800 milhões. Pela própria burocracia reinante em nosso país, recursos de empresas não confirmadas com licitação, atraso na realização de obras, o governo aplicaria no máximo a metade desses recursos. O outro governo teria a outra metade desses recursos disponibilizados para realização de investimentos. Eu acho que é fundamental que o senador Amorim e todos os seus companheiros entendam que esse empréstimo não abarca somente esse governo. Necessariamente vai também beneficiar o futuro governo.

 

Por que enfatizar ao senador Amorim que o empréstimo beneficiará o próximo governo? Para o senhor a eleição de 2014 entrou na discussão sobre o Proinveste?

Eu acho que quanto mais próximo ficar da eleição mais esse posicionamento vai aumentar. Entretanto, com relação ao Proinveste eu ainda tenho esperança de que haverá um bom diálogo entre o governador Déda, os Amorins e a Assembleia Legislativa. É preciso que haja respeito de parte a parte. Agora eu considero que a Assembleia pode ter tomado uma posição equivocada, apesar de temos que respeitar, já que ela tem legitimidade para decidir. Eu tenho um carinho muito especial pela Assembleia porque fui deputado estadual duas vezes, fui presidente da Assembleia e sei o que representa o voto de um deputado, como também fui governador e sempre mantive um bom relacionamento com a Assembleia. Essa é a primeira vez que acontece da Assembleia derrubar um empréstimo de um valor tão alto.

 

Como ex-governador que nunca teve um projeto de empréstimo semelhante barrado, qual sua orientação para o governador Marcelo Déda nesse momento?

Eu não sou homem de orientar o governador. Ele sabe como agir. Mas eu tenho esperança que Déda vai ter um bom diálogo com a Assembleia, vai sentar à mesa com o senador Amorim para a discussão do Proinveste, como de tantos outros projetos para Sergipe. Isso é bom que aconteça e para tanto não há necessidade de um engajamento político deles com o governador. Basta que haja um comprometimento de que nos grandes projetos visando o futuro de Sergipe eles estarão ao lado do governo, consequentemente ao lado do povo de Sergipe. O essencial nesse instante é que haja um desarmamento de espíritos especialmente porque o governador do estado está em um momento delicado de sua saúde e precisa que nós sejamos solidários ao Estado de Sergipe.

 

O desgaste pelo Proinveste estaria prejudicando a saúde do governador?

Eu tenho certeza absoluta que essa tensão diária que o governador está tendo de cuidar de sua saúde e do estado está interferindo em sua autoestima, por conta dos sonhos que ele acalentava com a aprovação desse projeto. Eu creio que a solidariedade não é só humana, também tem que ser política. Uma solidariedade política a ele neste momento não é só ao governador, é ao estado de Sergipe que merece o apoio de todos nós. Nós que somos senadores e deputados temos obrigação de ter essa solidariedade.

 

Depois da desfiliação de Adelson, Maria

Como o senhor avaliou a saída do deputado Adelson Barreto do PSB?

Adelson já vem traçando o seu caminho e eu respeito. Quando ele disse que ia sair o próprio Valadares Filho deu o entendimento com ele que não iria recorrer qualquer que fosse a decisão do Tribunal. O Tribunal foi favorável a ele e Valadares Filho não vai recorrer. Ele vai deixá-lo livre para seguir o caminho que acha melhor e continua uma boa relação entre o deputado Adelson Barreto e o PSB. Amanha tudo pode acontecer, estarmos juntos de novo.

 

Após a desfiliação do deputado Adelson, o senhor espera o deslocamento da deputada Maria Mendonça, que também tem atuado em contradição com o norte do PSB?

Muita coisa é decisão política. Maria Mendonça rompeu com o governador Marcelo Déda, e Adelson Barreto, mesmo não tendo compromisso mais com o PSB, foi coerente, votou favorável ao empréstimo. A abstenção dele foi só quanto à escolha do membro do Tribunal de Contas. Mas sobre o Proinveste ele deu a palavra ao governador e cumpriu. Agora sobre Maria e o governo, não há mais uma boa convivência. Eu acredito que ela está esperando uma oportunidade para tomar um posicionamento e estamos apenas aguardando. Nós votamos com ela, ajudamos ela em Ribeirópolis, Simão Dias, e parte dessa eleição ela deve ao PSB. Mas já que não há um bom entrosamento dela com o governo, tendo em vista que somos aliados, eu acho que ela vai procurar um caminho melhor.

 

Da redação Universo Político.com



26-04-2024
 

 

 

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