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11/12/12 | 09:52h (BSB)

“Em Sergipe a disputa eleitoral está à frente do crescimento do Estado”

Gustinho Ribeiro insiste: “o que fizeram com o Proinveste foi uma aberração”, e cobra respeito da oposição

Por Raissa Cruz

 

Novo líder do governo na Assembleia Legislativa, deputado Gustinho Ribeiro (PSD) comenta sobre a rejeição ao Proinveste, mencionando a influência dos Amorins na bancada da oposição, de quem ele cobra respeito. “Vamos continuar lutando para que esse tipo de disputa política não continue prejudicando o Estado”. E, mesmo avaliando que nesse momento o governo deve manter a serenidade, frisa que é preciso se rever quem são de fatos os aliados de Déda. “Ocupar espaços nesse projeto político e na hora da votação tripudiar e votar contra o governo, alimentando o retrocesso que a oposição alimenta, isso não aceitamos”, diz ele. Confira:

 

Universo Político.com – Com a rejeição do Proinveste, para o senhor qual a postura que o governo e a bancada devem adotar agora?
Gustinho Ribeiro - Eu concordo com o governador quando ele diz que o momento agora é de serenidade e firmeza. O governo não pode entrar em desespero por estar governando em minoria. Mas o momento é de reflexão para ver quem são realmente os aliados, e eu como líder do governo preciso ampliar o diálogo com a bancada de oposição. E espero que a oposição saiba ganhar e perder, respeitando as normas regimentais, o discurso da minoria, assim como quando eram apenas quatro numa bancada tinham nosso respeito mesmo a gente com 20.

 

UP - O senhor está cobrando respeito da bancada de oposição?
G. R. - Se a gente fala que não está ocorrendo esse bom entendimento entre oposição e situação é porque está faltando esse respeito. A oposição nesse momento que está em maioria tenta atropelar o diálogo e o funcionamento da Casa e das normas regimentais. E isso não é bom.

 

UP - Quando o senhor fala “é momento de ver quem são os aliados” a quem se refere?
G. R. - A gente sabe que antes dessa ruptura entre o governador Marcelo Déda (PT) e o senador Eduardo Amorim (PSC) diversas pessoas do outro lado estavam ocupando cargos, e mesmo agora com o racha elas continuam. E isso não é justo. Quem é aliado é aliado. Agora ocupar espaços nesse projeto político e na hora da votação tripudiar e votar contra o governo, alimentando o retrocesso que a oposição alimenta, isso não aceitamos.

 

UP - Seria esse um ultimato seu para que os deputados que estão nessa condição de "supostos aliados" se definam de que lado estão?
G. R. - Sim. Enquanto líder da bancada do governo eu quero esse posicionamento. Nós não radicalizamos. As portas estão abertas ao diálogo, mas a gente precisa pedir: se é governo então acompanhe as votações do governo. Porque o governo não manda para esta Casa projetos que prejudiquem o povo, então porque não votar? Está atendendo ordens de outro agrupamento? Atenda, mas não participe do nosso!

 

UP - E sobre as colocações de deputados até então do governo, como o Zé Franco (PDT), que afirmam que não têm uma atenção devida do governador. O que o senhor diz a respeito?
G. R. - O deputado Zé Franco é um parlamentar amigo que tem minha consideração, mas até o momento ele tem se posicionado como oposição, como membro do grupo do senador Amorim. E a gente respeita isso. Nós vamos continuar trabalhando para que o entendimento aconteça e que até parlamentares como Zé Franco que se diz independente se volte de fato para nossa bancada.

 

UP - O senhor segue o entendimento do ex-líder do governo deputado Francisco Gualberto de que Amorim estaria influenciando os votos na Assembleia?
G. R. - Eu não afirmo isso, mas se estiver ocorrendo isso é uma pena. Porque os deputados não podem ser subservientes. E eu acho que os eleitores desses parlamentares não iriam gostar de saber que votaram neles e agora eles estão sendo teleguiados por outra pessoa.

 

UP - Esse momento difícil para o governo com impasse com a maioria na Assembleia aponta que o governo precisa de uma reciclagem?
G. R. - Não. Contudo é natural que o Poder Executivo se renove. Remaneje nomes. Quando o governo renova os secretários, como tem acontecido, isso é muito bom. E vai acontecer aos poucos, até para se experimentar uma nova atuação, um novo tipo de diálogo.

 

UP - Como o senhor avalia esse momento para Sergipe em que o grupo dos Amorins desponta, mas como diz o senhor, trazendo prejuízos para o Estado quando, por exemplo, barra projetos como o Proinveste?
G. R. - O grupo liderado pelos irmãos Amorim tem a maioria na Assembleia, mas não acredito que tem a maioria da opinião pública, vamos saber isso só nas eleições. No número de prefeitos, por exemplo, nosso agrupamento tem maioria. Então o que temos que fazer é continuar lutando para que esse tipo de disputa política não continue prejudicando o Estado. O que fizeram com o Proinveste foi uma aberração. Que tipo de política é essa? Em que em Sergipe a disputa eleitoral está à frente do crescimento do Estado. A gente fica muito triste de estar participando desse momento da política sergipana em que a maioria dos deputados negam a Sergipe o desenvolvimento.

 

UP – O senhor acredita que os deputados podem ser mal avaliados por conta dessa votação?
G. R. – Eu acredito que sim, que a população rejeitará quem trabalha contra ela. O povo é inteligente e está percebendo isso. O Proinveste seria bom para o desenvolvimento de Sergipe. Seriam 27 mil empregos gerados e todo aquele leque de obras que envolvem o projeto. Infelizmente a maioria, que a oposição, venceu. Cabe agora à população julgar quem atuou a favor ou contra o povo. Mas acredito que a Assembleia Legislativa deu uma rasteira no desenvolvimento de Sergipe, virou as costas para o povo. Sergipe saiu perdendo e acredito que será difícil se sair diante dessa perda.

 

UP – É verdade que o governo pode amenizar a situação de dificuldade financeira atual com adiantamento de receita como sugeriu a oposição quando reprovou o Proinveste?
G. R. – Esse é só mais um discurso da oposição para desviar a atenção da votação contra o Proinveste que foi muito desgastante para essa bancada. A oposição tem argumentos diversos, mas no fim não conseguem comprovar nada para combater de fato o Proinveste. E isso é muito difícil mesmo porque o Proinveste é um projeto benéfico de juros baixíssimos, que iria fortalecer a economia. Então eles levam até para questão pessoal de querer descaracterizar a atuação de um colega, mas debate técnico não há. Só discussão política.

 

UP – Sobre a CPI da saúde, que a oposição espera instaurar antes do recesso, qual será o posicionamento da bancada que o senhor agora lidera?
G. R. - No momento certo a bancada do governo vai se manifestar, mas eu adianto que quem conhece o governador Marcelo Déda sabe que ele é extremamente ético e respeitoso ao dinheiro público, então não há problema algum para nós do governo se instalar uma CPI, desde que se averigue também períodos passados, nesses hospitais do interior que recebem recursos do Estado de dos Municípios, como o hospital de Lagarto e Hospital Nossa Senhora Conceição, Maternidade Zacarias Júnior. Mas tenho certeza que os problemas existentes hoje na saúde são antigos e ocorrem no país inteiro, não foram criados pelo governo Marcelo Déda. Sergipe avançou com Déda, com a construção de hospitais regionais de grade porte, clínicas de saúde, tem 100% de cobertura do Samu. Então vamos fazer uma CPI ampla? Não com debate eleitoreiro como querem fazer, mas com uma discussão técnica buscando com profundeza as mazelas da saúde.

 

Da redação Universo Político.com



18-05-2024
 

 

 

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