Na Política

Biblia Online

16/01/12 | 09:29h (BSB)

Sergipe não é mais divulgado pautado na promoção pessoal do governante

"Hoje, não se discute levando em conta a política. A própria promoção pessoal", diz Elber Batalha

Por Joedson Telles

 

Secretário de Estado do Turismo, o vereador por Aracaju licenciado Elber Batalha Filho (PSB) faz um balanço da sua gestão à frente da pasta dando ênfase à harmonia que o Governo de Sergipe vem conseguindo ter o trade turístico. Elber observa a lotação dos hotéis e mostra números animadores - como a geração de mais de 2,5 mil empregos diretos, cuja responsabilidade, segundo o secretário, é exclusiva da política de Turismo implementada em Sergipe. "Nós conseguimos passar do que encontramos, em janeiro de 2007, do movimento do Aeroporto de Aracaju com 500 mil turistas ano e, em dezembro de 2011, ultrapassamos 1 milhão de turistas ano", comemora. Nas palavras do próprio Elber, o desafio deste ano é o desfecho de um empréstimo de US$ 100 milhões junto ao BID. "Depois desse investimento, o Turismo em Sergipe era um, e passará a ser outro", acredita. Na entrevista, o secretário comenta ainda o fato de Sergipe ter ficado fora do roteiro turístico da Copa do Mundo. 

 

UniversoPolítico.com- Quem esteve na Orla da Atalaia, na noite da última segunda-feira viu aqueles barzinhos da Passarela do Caranguejo lotados como se fosse um sábado. É impressão ou o turista está mais presente em nosso estado?
Elber Batalha Filho-
A política de Turismo que o governo do Estado vem implementando, desde o primeiro ano do governo Marcelo Déda, tem mostrado resultados, que se retratam nos números do Turismo. Nós conseguimos passar do que encontramos, em janeiro de 2007, do movimento do Aeroporto de Aracaju com 500 mil turistas ano e, em dezembro de 2011, ultrapassamos 1 milhão de turistas ano. Ou seja, duplicamos o movimento no Aeroporto, em cinco anos. O número de operações de áreas de vôo era de 17 e, até dezembro de 2011, passamos para 44, e já, até março, chegamos a 47. Em empregabilidade, somente de janeiro até novembro, foram 2.507 (dois mil quinhentos e sete) empregos gerados diretos em Sergipe. Esses números refletem uma política de Turismo acertada, que vem sendo consecutiva. Com o passar dos anos, nós continuamos cumprindo todo o planejamento feito pelo governo e o resultado tem sido justo também na ocupação hoteleira. Eu conversava com os gerentes de hotel, e em quase todos os hotéis de Aracaju existe ocupação de quase 100%, desde meados de dezembro, até o fim de janeiro, e há uma pequena redução da ocupação hoteleira logo depois disso, mas depois retorna a ocupação máxima no Carnaval. Isso são números que deixam a gente muito feliz. Agora, temos o desafio de incrementar o Turismo em Sergipe criando novas opções. O turista já vem para Sergipe. Agora, a nossa meta é continuar divulgando para deixar o Estado cada vez mais conhecido, e tornar o destino cada vez mais atrativo, criando novos produtos turísticos, a exemplo do que inauguramos ontem (sexta-feira 13). A nova rota do Catamarã Pomonga, de Xingó, que faz a rota do cangaço. A rota do cangaço que era feita a pé, por uma trilha de terra onde as pessoas andavam por alguns quilômetros e muitos turistas, devido a idade, não gostavam de fazer o passeio, têm agora uma alternativa: o passeio pelo Rio São Francisco pela parte não represada do rio. Outra opção mais cômoda que dá uma bela paisagem ao turista e da uma interação com um novo produto, que é a rota do Angico, um novo produto para ser explorado agora via Catamarã. O nosso desafio é continuar investindo, criando novas alternativas para que cada vez mais a permanência do turista em Sergipe seja mais prolongada, fazendo com que ele gaste mais no nosso Estado e invista mais aqui.

 

U.P.- O diferencial dessa política implantada, hoje, em Sergipe é a conversa aberta com o governador Marcelo Déda, a carta branca dada ao secretário, e o que mais?
E.B.-
Eu acho que nós temos dois grandes diferencias: a democratização da política de Turismo. Nada é feito hoje em Sergipe em relação ao Turismo sem ser debatido amplamente com o trade. Para você ter uma ideia, na semana passada, tivemos uma reunião com todas as companhias aéreas. Anteontem, tivemos com todos os agentes de viagens e com todos os hoteleiros para mostrarmos a programação da política de Turismo no Estado para 2012. Essa programação foi aprovada, nós vamos continuar debatendo e vamos apresentá-la, provavelmente, dia 31 de janeiro. Isso tudo aliada com uma qualidade técnica de investimentos. Hoje, não se discute aonde se vai divulgar Sergipe, levando em conta a política, razões, a própria promoção pessoal do próprio governo ou do governante. Por isso que muita gente tem uma falsa impressão de que não se divulga Sergipe. É equivocado. Agora, eu não posso gastar impropriamente dinheiro público divulgando Sergipe em Sergipe. Os hotéis estão cheios e não é fruto do acaso: é fruto da maciça divulgação. Sergipe, esse ano, foi capa de todas as revistas de bordo, foi matéria interna de todas as revistas de bordo, de todas as revistas de circulação nacional, ao menos seis vezes, Veja, IstoÉ, Época, foi matéria divulgada em todas as matérias de revistas especializadas em viagens, foi trailer de cinema em Salvador, no interior de São Paulo, em Recife e em Alagoas. Então, todo esse investimento que, inicialmente, passa desapercebido do povo de Sergipe, se resulta agora nos números que estamos demonstrando. O melhor termômetro que tem é achar alguém no trade para dizer que a política de turismo está errada. Você não encontra. Você encontra questionamentos de que precisamos melhorar aqui e ali, o que é comum no processo. Graças a Deus, essa democratização, a possibilidade de o trade participar das discussões, tem feito que tenhamos o apoio maciço de todos que fazem o Turismo, não só o governo do Estado como a parceria com a prefeitura também. Eu quero destacar aqui a parceria com a Prefeitura de Aracaju. A Funcaju vem sendo altamente propícia. As Prefeituras de Laranjeiras, Estância, Canindé, São Cristóvão, ainda de forma acanhada pela dificuldade que o município passa, mas tem interesse em participar. A gente precisa que cada vez mais que empreendedores venham. Eu não tenho me cansado de dizer que turismo não se faz só para o Estado. Tem que haver empresários de outros lugares. O sucesso do Canyon de Xingó se deve muito ao empreendedorismo de Mané Foguete. O sucesso do passeio do Cabeço se deve muito ao empreendedorismo dos empresários. O empreendedorismo e o sucesso da Passarela do Caranguejo se deve muito a Hamilton do Cariri. Agora, o empreendimento de Hamilton trouxe um empreendimento de renome nacional, o Restaurante Picuí, que tem um chefe de cozinha que ganhou um concurso nacional de chefe de cozinha em Ana Maria Braga. Em plena Passarela do Caranguejo. Empreendedores como esses são indispensáveis para o Turismo dar certo, porque não cabe ao Estado construir um grande restaurante ou um grande hotel. Isso é ação da iniciativa privada, claro que incentivada com ajuda na resolução dos problemas e com divulgação do destino turístico.


U.P.- Também é imprescindível taxistas, garçons... as pessoas que lidam diretamente com turista saberem passar o calor de Sergipe para que o turista retorne, não?
E.B.-
Com certeza. Um dos víeis que nos temos atacado mais é o da qualificação profissional. Nós qualificamos agora, no final de dezembro, todos os taxistas que prestam serviços no Aeroporto de Aracaju, porque era um gargalo que nós tínhamos essa questão de o turista já chegar à cidade e ter uma relação truculenta com o taxista. Era o nosso cartão de visita sendo mal divulgado. O primeiro portão de entrada. Então, vamos passar para todos os taxistas da capital, depois vamos qualificar, simultaneamente, recepcionistas de hotéis, copeiras, camareiras. Vamos entregar agora, quarta feira, em Canindé do São Francisco, 64 certificados de qualificação profissional de jovens em toda a área hoteleira, todos os jovens já vão sair de lá empregados numa parceria entre o governo do Estado, a Prefeitura de Canindé e o Senac. O grande desafio para 2012 é o fechamento de empréstimo com o BID. Empréstimo de US$ 100 milhões que Sergipe pegará para investir em infra-estrutura turística no nosso estado. Isso fortalecerá mais o estado, com certeza. Depois desse investimento, o Turismo em Sergipe era um, e passará a ser outro.

 

U.P.- Como esse dinheiro será investido?
E.B.-
Na construção de piers e atracadores em toda a margem do Rio São Francisco, na revitalização de quase todas as praias, não só na construção de orlas, mas, sobretudo, na humanização das praias com políticas ambientais, interação do cidadão com o meio ambiente e a conscientização do preservar, com a qualificação profissional intensificando nossa meta. Sergipe é um Estado pequeno, e a nossa meta é, até 2014, qualificar toda a cadeia produtiva do Turismo no estado e intensificar ainda mais a divulgação. As pessoas falam que Sergipe não tem a mesma popularidade turística que tem a Bahia e o Rio de Janeiro. Isso é fruto de anos de trabalho. Há cerca de 40 anos, a Bahia investe maciçamente em Turismo, e nós começamos a fazer isso de 10 anos para cá - com o advento da Orla de Atalaia. É um resultado que tem a contribuição de todos os secretários que já passaram e que, com certeza, dependerá da continuidade de todos aqueles que me sucederem. Todos nós passamos. O que fica é essa cadeia de turismo, entre empresários, os empreendedores, os trabalhadores do dia a dia, e isso a gente tem que valorizar. Estou muito feliz, porque fazer uma política que em um ano criou 2.507 empregos diretos isso mostra que seu trabalho teve resultado, o trabalho modificou a vida de todas essas famílias.

 

U.P.- O governo do Estado recebeu críticas de alguns setores da imprensa porque Sergipe não foi incluído no roteiro do turismo das cidades próximas às sedes da Copa do Mundo. Como o secretário de Turismo acompanhou isso?
E.B.-
Na verdade, o que aconteceu foi que o Ministério do Turismo teria duas listas para divulgar. Existe um projeto chamado Aquarela que comporta todos os destinos turísticos que o Brasil quer divulgar internacionalmente. Para surpresa nossa, a Embratur, via Ministério, divulgou aquela lista sem qualquer discussão com os estados sobre os destinos que existiriam. Sergipe não entrou nessa lista. Na Bahia, eu conversei com o secretário Leoneli, e ele disse que ali tem destinos que não eram prioridades para ele, e destinos consagrados da Bahia, que tem toda a estrutura para receber o turista internacional, e o ministério deixou fora. Com base de inúmeras reclamações, não só nossa pela ausência, mas de outros quatro estados que ficaram fora. Salvo engano, Porto Seguro não entrou na lista, e Leoneli me fez um questionamento: ‘quem disse que eu não queria Porto Seguro na lista?' E disse que queria trocar por outro município que tinha menos infra-estrutura com o turista internacional. Por conta das reclamações, o Ministério tirou a lista do ar, e a lista será reeditada. Isso são questões que fogem do nosso controle. Não foi um assunto debatido com as secretarias, com os estados. O ministério unilateralmente faz algumas questões que têm sido objetos de críticas do Fórum Nacional de Turismo. Nós todos dos estados reclamamos que enquanto lutávamos por verbas de capacitação profissional, as ONG´s de fora apareciam em nosso estado com o triplo de verba que a gente tinha pedido e eles tinham negado. Enquanto eu tenho um pleito registrado de capacitação profissional no estado de Sergipe de R$ 1 milhão, uma ONG aqui de Sergipe tinha R$ 7 milhões para capacitar. Nós temos uma boa relação com o Ministério, registramos o nosso protesto e ele foi atendido na medida que a lista foi retirada do ar e deve, em alguns dias, ser divulgada outra vez com a implementação de destinos, acho que alguns serão trocados com reclamação dos próprios secretários dos Estados, incluindo outros que teriam mais capacidade para receber o turista internacional.

 

U.P.-O senhor está tendo a experiência de ser secretário de uma importante pasta, mas, até pouco tempo, era parlamentar e líder do prefeito na Câmara Municipal de Aracaju. Agora em 2012, dará sequência a missão que o governador Marcelo Déda lhe confiou ou reassumirá seu mandato, e tentará a reeleição?
E.B.-
Eu recebi com muito orgulho, lisonjeado, a missão do governador Marcelo Déda por indicação do meu partido (PSB) que mostrou muita confiança no meu trabalho. Aguardaremos o governador voltar das férias e conversaremos, até porque o cargo de secretário é um cargo que pertence ao governador. Então, vamos ouvir o governador, ver o que ele acha do nosso trabalho, o que ele pensa para o futuro do Turismo de Sergipe, quais os projetos, e se ele deseja que eu continue à frente desses projetos. Poderemos discutir com tranquilidade, e a decisão do governador dará encaminhamento aos novos projetos do partido. Poderei ser candidato a vereador, caso saia da secretaria, poderei permanecer apenas na coordenação da chapa majoritária. Vamos aguardar os acontecimentos. Até abril, acredito que as coisas se esclarecerão.

 

U.P.- Esse grupo que o senhor faz estando unido tem como reverter as pesquisas que dão, hoje, vitória a João Alves para prefeito de Aracaju?
E.B.-
Não podemos menosprezar a força política de um grande político que é João Alves Filho. Governador por três vezes. Agora, esse grupo unido é muito forte, e já mostrou que tem muito serviço prestado. Implementou em Aracaju e em Sergipe uma nova maneira de administrar, uma maneira profissionalizada, a exemplo dessa do Turismo que a gente mostra e em várias outras áreas. Sergipe hoje é um canteiro de obras, a Prefeitura de Aracaju da mesma forma, a cidade extremamente bem avaliada por todos os turistas que nos visitam, pelos que moram na nossa capital. Então, acredito que esse grupo, tendo tranquilidade para unificar candidaturas dentro de um projeto sólido que tem a menor resistência possível e a maior capacidade de aglutinação de apoios também, acredito que seremos vencedores nos pleitos de 2012 e 2014, não somente em Aracaju, mas nos diversos municípios.

 

Da redação Universo Político.com



18-05-2024
 

 

 

Resultados - Elei��es

 

Setransp

 

Setransp

 

Setransp

 

 

Parceiros

 

 

Fazer o Bem

 

Ciclo Urbano

 

Adjor

 

Sindjor

 

 

Twitter