Na Política

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05/12/11 | 07:54h (BSB)

"João Alves destruiu mais Aracaju que os atuais gestores", diz Almeida Lima

"Déda, João e Valadares são iguais. Um não faz oposição ao outro. Um é adversário do outro"

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Almeida: João não é oposição

Por Joedson Telles

 

O deputado federal José Almeida Lima (PPS) não admite com todas as letras, mas quem o escuta falar sobre a política sergipana não tem dúvida: Almeida disputará o pleito de 2012 tentando voltar à Prefeitura de Aracaju - um sonho que renasce a cada eleição municipal. Nesta entrevista, por exemplo, Almeida não se contenta com as críticas de praxe que vem fazendo ao governador Marcelo Déda (PT) e aos seus aliados: ele atinge o ex-governador João Alves Filho (DEM) e afirma que continuará escrevendo artigos criticando o ex-governador que lidera as pesquisas para chegar à PMA. "João Alves fez uma crítica aqui no Universo Político.com aos atuais gestores do estado e do município de Aracaju alegando, inclusive, que ambos estavam destruindo a nossa capital. Embora essa seja uma afirmativa verdadeira, João Alves não tinha autoridade para tal afirmativa porque quando ele passou por aqui, como prefeito e como governador, destruiu mais Aracaju que os atuais gestores", diz entre outras afirmativas polêmicas. A entrevista:


UniversoPolítico.com - O presidente do PPS, Nílson Lima, disse, em entrevista aqui no Universo, que o partido está caminhando para indicar o seu nome como pré-candidato a prefeito de Aracaju. Uma pré-candidatura do senhor está sendo definida?
Almeida Lima -
No PPS, eu sinto que há toda abertura para esse propósito: uma candidatura minha a prefeitura de Aracaju, o que me deixa gratificado. No entanto, esse é um projeto amplo: precisa ser amadurecido e precisa ir além dos limites do PPS. Chegar à sociedade. No PPS, estamos trabalhando uma proposta de governo para Aracaju. Eu diria que uma proposta para discussão com a sociedade. Não algo pronto e acabado, mas aberto ao debate, até para que esse projeto que o PSS venha adotar para campanha de 2012 seja a real vontade do povo de Aracaju. Por essa razão, ainda não estamos no momento de definição ou lançamento de nomes. Em primeiro lugar, Aracaju precisa de ideias, de propostas, porque as que foram apresentadas e as que estão em curso, sendo executadas hoje, são péssimas e não representam os anseios e as demandas do nosso povo. Por isso, nós não queremos incorrer no mesmo erro daqueles que governam, daqueles que já governaram e daqueles que pretendem governar, mas que já deixaram um rastro de equívocos e de destruição, a exemplo do próprio João Alves.

 

U.P.- Por falar em João Alves, o senhor tem postado no seu blog alguns artigos criticando o ex-governador. É um ensaio da campanha que vem por aí?
A.L.-
Não. Eu tenho feito artigos não apenas dirigidos a João Alves, mas também dirigidos, criticando o governo federal, estadual e municipal de Aracaju. Inclusive há políticos, a exemplo do senador (Antônio Carlos) Valadares, que integram essa base de sustentação do governo estadual e do governo federal. Tenho feito não com esse propósito, mas pela necessidade de nos contrapôs a esses projetos equivocados. Os que estão no governo já demonstram de forma clara o equívoco que estão cometendo, mas muito, sobretudo as novas gerações, não conhecem os erros e equívocos cometidos por governos anteriores a exemplo de Valadares e do próprio João Alves, quando foram governador e que fizeram inserção no município de Aracaju. Portanto, a sociedade precisa conhecer esses fatos para que eles não se arvorem no presente de que foram bons construtores no passado. João Alves fez uma crítica aqui no Universo Político.com aos atuais gestores do estado e do município de Aracaju alegando, inclusive, que ambos estavam destruindo a nossa capital. Embora essa seja uma afirmativa verdadeira, João Alves não tinha autoridade para tal afirmativa porque quando ele passou por aqui, como prefeito e como governador, destruiu mais Aracaju que os atuais gestores. Nos próximos artigos mostrarei item por item, obra por obra o quanto ele sacrificou e inviabilizou através de obras equivocadas, mal feitas, mal executadas, mal planejadas na cidade de Aracaju. Uma visão de planejamento urbanístico correta, respeitando o espaço público, o meio ambiente e, sobretudo, a possibilidade de vida saudável. Já em outros artigos, eu tenho mostrado o caráter dessas pessoas, sobretudo no aspecto de assumirem compromissos de ordem polícia e não cumpri-los. E neste patamar todos eles são parecidos.

 

U.P.- O senhor se refere a João Alves e ao atual gestor da PMA, Edvaldo Nogueira? Ou aos demais aliados do prefeito?
A.L.-
A todos eles. No aspecto de deixar de cumprir compromissos políticos são todos quase que iguais. Uns têm o caráter mais degradante que o outro porque além de não cumprir os acordos têm a marca da ingratidão pela armação que fazem, pelas ações que planejam visando destruir aqueles que o ajudaram a subir. Por exemplo, qual a relação que se pode perceber do apoio que Jackson Barreto deu a Valadares para ele se eleger e da punhalada que Jackson recebeu de Valadares quando da intervenção (na Prefeitura de Aracaju)? É nesse aspecto a que eu me refiro.

 

U.P.-O senhor acredita que esse grupo liderado por Marcelo Déda chegará unido ao pleito de 2012, e, sobretudo, ao de 2014, ou, como se especula, já existe um racha, inclusive dentro dessa linha de traição que o senhor está traçando?
A.L.-
A formação desse grupo, nesse tamanho, já teve esse perfil. A formação desse grupo já teve o perfil da discórdia e da desunião. Não esqueçamos das declarações pejorativas e fortes do senador Valadares durante a campanha eleitoral contra os Amorim. E pelas manifestações de Valadares, hoje é só uma questão de tempo: ou ele vai trair Déda e Jackson ou, em outra hipótese, os irmãos Amorim. Tanto que esses três setores do mesmo grupo, Jackson, Déda e Amorim, já podem colocar a barba de molho. Ou Amorim receberá a ferroada, ou Jackson e Déda. Isso está escrito nas estrelas.

 

U.P.- Fazendo um exercício sobre 2014, a especulação é que teremos uma candidatura do senador Eduardo Amorim ao governo do Estado, mas Jackson Barreto já disse que não abre nem para um trem. Dentro do mesmo bloco, o governador Marcelo Déda, que tende a disputar a eleição para o Senado Federal, deve, na sua ótica, apoiar Amorim ou Jackson, este com a caneta em mãos?
A.L.-
2014 começa a se configurar por antecipação um ano de grande embate, mas quem sabe o processo histórico poderá conduzir em outra linha e nada disso acontecer. Como está distante, fica arriscada uma avaliação. Avaliar sobre a Prefeitura de Aracaju, a candidatura, é mais fácil porque está mais próximo.

 

 

U.P.- O Ministério Público Eleitoral vê problemas na sua mudança do PMDB para o PSS, o que poderia acarretar numa perda de mandato. Isso lhe preocupa?
A.L.-
Nenhuma preocupação e confesso que também sobre esse assunto não tenho muita coisa a dizer além do fato de que essa deve ser uma discussão entre o Ministério Público de Sergipe e o Tribunal Superior Eleitoral. Eu tenho uma decisão do TSE, transitada e julgada, que representa uma tutela antecipada para a decisão que eu tomei depois.Ou seja, o TSE primeiro julgou, autorizando me dando essa tutela, esse direito por antecipação de deixar o PMDB. E eu deixei o PMDB por conta dessa tutela que eu pedi e fui autorizado pelo TSE.

 

U.P.- O senhor fez um desafio, na semana passada, no programa do radialista Gilmar Carvalho, para ver o projeto do Hospital do Câncer. Durante a semana, Gilmar mencionou o projeto. O senhor ficou satisfeito ou mantém o desafio?
A.L.-
Mantenho. Tudo isso é uma mentira. Não existe nenhum projeto apresentado. Sergipe precisa conhecer a realidade mais aprofundada a esse respeito e nessa semana que vem conhecerá. Ou seja, a problemática câncer em Sergipe não é devidamente conhecida da população. Mas esta semana, nesses próximos oito dias, a sociedade vai conhecer na sua largueza. Para que se tenha uma idéia, se trata a questão do Hospital do Câncer de uma emenda de mais de dois anos e o governo do Estado está aí em uma luta terrível para parecer a uma sociedade como pai de uma criança que ela sequer conseguiu apresentar. Pois se conseguido tivesse, os recursos já estariam empenhados o projeto já estaria apresentado, aprovado em todas as instâncias necessárias, inclusive na Comissão Nacional de Energia Nuclear, que precisa conhecer o projeto e autorizar a sua implantação até para que não aconteça em Sergipe o que aconteceu com o Césio 137 em Goiânia que foi o maior desastre radioativo acontecido no Brasil, e que está entre um dois maiores desastres acontecidos no mundo depois de Chernobyl, e que nada disso foi feito ainda. Se ele quisesse ser pelo menos um pai adotivo ele deveria ter licitado a obra, iniciado. Mas esse é o governo só da falação. Nada além disso. Mas nós vamos desnudá-lo. Vamos deixar esse rei, ou melhor, esse imperador nu diante da sociedade sergipana pela irresponsabilidade que eles estão cometendo na questão do câncer em Sergipe, em todos os seus aspectos. O então deputado federal Eduardo Amorim, que apadrinhou a emenda e todos nós parlamentares concordamos e assinamos, já fez a parte dele. Agora, mais uma vez, já apresentou uma segunda emenda complementar. Ele fez a parte dele e nós fizemos a nossa parte. O governo nacional é do PT. O governo Marcelo Déda é do PT. Os recursos já são de dois orçamentos passados. Se ele quer ser o pai da criança porque não conseguiu empenhar esse dinheiro? Acabar o projeto, dizer que está pronto e aprovado. Ele não deve ter se submetido ainda nem à Comissão Nacional de Energia Nuclear. Imagine fazer edital de licitação, licitar e contratar. O que nós estamos querendo é que ele dê a ordem de serviço que já podia ter feito. Já teve um governo, agora está no segundo.

 

 

U.P.- O deputado federal André Moura (PSC) afirmou que não dá para confiar só na palavra do ministro. Dinheiro de boca não é dinheiro...
A.L.-
O deputado André Moura está corretíssimo e nesse ministro é que não se pode confiar mesmo porque ele assumiu compromissos com a sociedade sergipana por meu intermédio para a liberação de R$ 6,5 milhões para aquisição do acelerador linear e de uma ressonância magnética para aparelhar o Hospital de Cirurgia com a radioterapia para o tratamento contra o câncer e já tem quase que dois anos e ele não fez a liberação do recurso que foi o compromisso político que ele assumiu comigo quando eu era presidente da Comissão do Orçamento, cujo projeto está pronto, autorizado, passado por todas as instâncias, inclusive com dificuldade de ser aprovado em Aracaju porque o governo criou dificuldades, precisando o Ministério Público Estadual por meu intermédio ir em cima e entrar com uma ação na Justiça Federal e o juiz determinou que liberasse aqui na comissão, foi aprovado já pela Comissão Nacional de Energia Nuclear e esse ministro que não cumpre a palavra, que não respeita o povo de Sergipe e que veio aqui semana passada para fazer politicagem deveria cumprir e não cumpriu. Por isso, o deputado André Moura tem toda razão quando diz isso em relação a ele.

 

U.P.- Qual a avaliação que o senhor faz dos números sobre a Segurança Pública em Sergipe?
A.L.-
A pior possível. Sergipe é quinto estado da Federação, não do Nordeste apenas, com os piores índices de Segurança Pública. Isso é um desastre. É por essa razão que eu sempre disse e vou repetir: há necessidade de construção de uma nova ordem política em Sergipe porque o que nós tivemos nos últimos 28 anos para cá é a destruição do nosso Estado. É por essa razão que eu digo que Marcelo Déda, João Alves, Valadares, são todos iguais. Um não faz oposição ao outro. Um é adversário do outro porque há uma briga pelo poder, mas todos são iguais. As manchetes que estamos vendo agora em relação a Sergipe, na Segurança Pública, por exemplo, são iguais as manchetes que nós vimos lá atrás no governo Valadares, nos três governos João Alves e nos dois governos de Albano Franco. Nada diferente. São apenas adversários porque brigam para estar no poder. Quando lá se encontram, são rejeitados pela sociedade. Todos foram rejeitados. Mas depois quando deixa, por falta até de opção, alguns deles passam mais uma vez a ser relembrados.

 

U.P.-Mesmo levando em conta o aumento salarial que o governador Marcelo Déda deu aos policiais o senhor compara a gestão dele com a de João, Valadares e Albano?
A.L.-
A questão da Polícia Civil, da Polícia Militar não é uma questão de salário. É uma questão de política. Falta política de Segurança Pública em Sergipe. Um dos itens de política de Segurança Pública é uma contrapartida aos agentes de segurança, aos policiais, aos militares, mas não é tudo. Falta gestão. Não se resolve apenas com salário. Resolve-se com competência, com seriedade para construir uma política. O que falta é política.

 

U.P.- E esse projeto tem que partir do secretário de Segurança Pública ou do próprio governador?
A.L.-
Do governador. O governador é quem tem que tomar uma iniciativa, mas não pode ser um projeto exclusivo elaborado por ele. É um projeto coletivo. Um projeto que tem que ser feito por todos os membros do governo, mas discutido com a sociedade. O que ele precisa fazer na Segurança Pública, como em cada um dos setores da administração pública, é um verdadeiro planejamento estratégico, ou seja, um plano estratégico de segurança pública e isso ele nunca sonhou em fazer. Aliás, ele nem sabe o que significa um planejamento estratégico para Sergipe.

 

Da redação Universo Político.com



18-05-2024
 

 

 

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