Por Joedson Telles

Universo Político.com - O PPS, que já assegurou que terá candidato a prefeito de Aracaju, em 2012, já definiu também entre o senhor e o deputado federal Almeida Lima quem será o candidato?
Nílson Lima - O meu nome permanece à disposição do partido assim como o de Almeida Lima. No nosso último Congresso Estadual, porém, informei ao conjunto da militância que posso abrir mão de tal pretensão, caso Almeida decida entrar na disputa pela Prefeitura de Aracaju.

U.P. O que será levado em conta para a definição do nome do partido, além das pesquisas?
N.L. - O objetivo maior do PPS é vencer as eleições e por em prática suas concepções políticas e administrativas, de forma a mudar para melhor a vida dos aracajuanos. Assim sendo, nós vamos escolher o quadro do partido que se encontre mais preparado para enfrentar a batalha eleitoral que se aproxima e, em seguida, seja capaz de liderar um processo de intensa mudança administrativa, gerencial, sustentável e ética da gestão pública.

U.P. - Quais seriam os pontos principais de uma administração do PPS?
N.L. - Ainda está muito cedo para abordarmos a plataforma política que iremos definir para a próxima campanha eleitoral, uma vez que ainda vamos deflagrar o processo de reflexão com os militantes e simpatizantes do partido sobre os desafios que enfrentaremos para qualificar a administração pública, de forma a atender as expectativas do nosso povo.

U.P. - E o que o senhor aponta como os maiores problemas hoje de Aracaju?
N.L. - Os principais problemas que Aracaju enfrenta estão associados à ausência de planejamento urbano e ineficiência dos serviços públicos essenciais. Até o presente momento, Aracaju não dispõe, ao menos, de um Plano Diretor de desenvolvimento urbano, o que implica numa ocupação desordenada do espaço de convivência coletiva e no estrangulamento da mobilidade urbana. Aracaju se ressente bastante com a precariedade dos serviços de esgotamento sanitário, a destinação inadequada de seus resíduos sólidos e a falta de resolutividade da rede pública de assistência à saúde.

U.P.- O deputado federal Almeida Lima, recentemente, teceu críticas ao ex-governador João Alves Filho, que, provavelmente, também deverá ser candidato a prefeito. Esta postura de Almeida não pode inviabilizar uma suposta aliança no segundo turno entre o bloco de oposição?
N.L. - Almeida Lima é um político que não abre mão de expressar sua visão sobre os fatos envolvendo a realidade aracajuana e sergipana. Quanto à disputa eleitoral que enfrentaremos no próximo ano, as pesquisas já começam a detectar que a maioria absoluta do eleitorado tende a rejeitar candidaturas governistas. A persistir esse cenário, a disputa efetiva da Prefeitura vai ser entre os candidatos do PPS e do DEM.

U.P. - O grupo do governador Marcelo Déda argumenta que João Alves está bem nas pesquisas porque é o único candidato declarado. O PPS pensa do mesmo jeito?
N.L. - Os candidatos dos partidos que integram a oposição estão bem posicionados porque têm serviços prestados à sociedade aracajuana e porque há uma grande insatisfação popular com os governos municipal e estadual.

U.P. - Está claro que o PPS tenta passar uma postura de independência nas eleições de 2012. Todavia, o partido esteve no palanque de João Alves, em 2010, e no do prefeito Edvaldo Nogueira (PC do B), leia-se ao lado de Déda, em 2008. Até que ponto essa maleabilidade é positiva para o partido aos olhos do eleitor?
N.L. - Na eleição para governador, o PPS fez uma aliança política com outros partidos de oposição, indicando-me como candidato a vice-governador. Nas eleições do próximo ano, teremos candidatos da legenda a prefeitos em vários municípios e contaremos com o apoio de partidos oposicionistas. Em outros, retribuiremos o apoio, a exemplo de Lagarto, Itaporanga, Poço Redondo, Nossa Senhora da Glória, Santo Amaro das Brotas e Barra dos Coqueiros. No caso específico de Aracaju, O PPS terá candidato próprio a prefeito e o DEM deverá ter o seu.

Da redação Universo Político.com