Por Adriana Freitas e Eron Ribeiro
O deputado federal Márcio Macedo (PT) comentou nesta entrevista ao Universo Político.com e à Rádio Jornal AM como recebeu a informação sobre a possibilidade de o presidente estadual do seu partido, deputado Rogério Carvalho, de apoiar a candidatura à Federal do deputado estadual João Daniel. Citando o apoio do PT a candidatura de Rogério ao Senado, ele diz: “nós construímos no partido uma unidade que precisa ter reciprocidade”. Márcio fala ainda sobre o candidato ao Senado Edvaldo Nogueira (PCdoB) e o PSB do senador Antônio Carlos Valadares, e sobre a CPI da Petrobrás, critica: Uma CPI eleitoreira.
Como o senhor tem acompanhado a CPI da Petrobras?
Vejo a CPI como instrumento legítimo da atuação legislativa. Um instrumento usado pelas minorias, e, no caso do Brasil, utilizado pela oposição liderada pelo DEM, PPS e PSDB na tentativa de desgastar o governo da presidente Dilma. Houve um tempo neste país que fizemos oposição com o bloco de partidos que hoje lidera e a gente fazia uma oposição dura e mais leal. Hoje percebo que a oposição na falta de um projeto para apresentar ao povo e na falta de uma perspectiva de ganhar a eleição tem feito um jogo na tentativa de desgastar a presidente Dilma. Acho que oposição tem que compreender que tem que fazer crítica, enfrentamento político, mas preservar os interesses da nação e a CPI quer cumprir um papel e fazer um desgaste para o Governo do Brasil. Nós vamos debatê-la, e se tiver alguma irregularidade que sejam punidos os responsáveis, mas se não tiver, que acho que não terá, acho que concretiza um processo ruim para a democracia brasileira. Utilizar os instrumentos que desenvolve o Brasil para manchar a imagem do país.
Então, o senhor acha que essa CPI é visando a sucessão presidencial, desgastando a presidente Dilma?
Uma CPI eleitoreira. É para fazer disputa política que está no Congresso Nacional, mas o povo brasileiro está acompanhando com clareza e observando todos esses passos. É importante dizer que essas pessoas que estão criticando a Petrobras são as mesmas que queriam privatizar no Governo de Fernando Henrique Cardoso, inclusive queriam mudar o nome da Petrobras. Estão apostando que a memória do brasileiro é curta, mas vão cair do cavalo porque o povo está acompanhando e sabe o que está em jogo.
Deputado, sobre a reeleição do senhor após o deputado federal Rogério Carvalho colocar o nome à disposição para a vaga do Senado. Existem informações de que ele pode apoiar para deputado federal o deputado João Daniel. Como o senhor recebe essa informação?
Olha, o deputado Rogério foi um nome que o PT após todo debate e divergências construiu uma unidade partidária. Com a saída de Rogério para o Senado Federal, é natural que outras pessoas no PT querem disputar a vaga. É legítimo o processo. É natural que com a saída dele algumas lideranças como prefeitos tenham migrado para me apoiar. Isso me dá tranquilidade para fazer o debate e enfrentar a campanha. Estou muito tranquilo neste momento para fazer uma campanha equilibrada como sempre fiz e com essa base que me dá tranquilidade. Uma base com prefeitos, vereadores, diretório do PT, amigos que me ajudam e, sobretudo, o trabalho que desenvolvi na Câmara.
Sendo candidato ao Senado Federal Rogério Carvalho precisará do seu apoio. O senhor espera que tenha reciprocidade e que ele também trabalhe para todo um grupo e não apenas centralizado em um candidato?
Com certeza. Não existe isso, pois nós construímos no partido uma unidade que precisa ter reciprocidade. Rogério é nosso candidato a senador e ele deverá cumprir os compromissos que tem com a nossa corrente e nossos candidatos.
O senhor acha que a situação já foi superada do episódio inicial a respeito da eleição da executiva estadual e de vários municípios e posteriormente da desistência de Eliane Aquino para disputa eleitoral?
Completamente superados no plural, mas não quero dizer que não tenha divergências de ideias e concepções diferenciadas no partido. Convivemos com várias correntes que sobrevivem sobre o mesmo teto que é o socialismo. É óbvio que esse processo está superado e vamos buscar construir a campanha de 2014 com a responsabilidade do legado que Déda nos deixou.
Além da pré-candidatura de Rogério Carvalho, o ex-prefeito de Aracaju Edvaldo Nogueira também se manifestou querendo a vaga. Para o senhor qual é o melhor nome?
Acho legítimo que Edvaldo se coloque no processo. Ele é de um partido irmão, aliado, que faz parte de uma aliança com o partido desde o primeiro momento. Edvaldo está legítimo, mas é óbvio que o PT tem legitimidade para uma vaga no Senado e vamos defender o candidato do PT para que esteja na chapa majoritária.
O PSB deve ficar fora dessa aliança?
Acho que deve retornar. Sou daqueles que defende que o PSB é um dos pilares do nosso projeto em Sergipe. Acho que o senador Valadares e o deputado Valadares Filho precisam está no nosso projeto. Sou daqueles que torce para o PSB esteja conosco.
Da redação Universo Político.com
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