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01/10/10 | 11:42h (BSB)

Cacho: Déda se acha o Sol. "Dou a luz a todos vocês, sem mim, é plena escuridão"

"Não há desenvolvimento. Há habilidade rara em manutenção de poder, em negociatas escusas"

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Cacho ao lado de João e Serra em Itababiana

Por Joedson Telles

 

O advogado Emmanuel Cacho, que disputa uma vaga de senador nas eleições de domingo próximo, dia 3 de outubro, pelo PPS, disse a Universo Político.com que o governador Marcelo Déda (PT) se acha o próprio Sol a iluminar as demais pessoas. "Ele se sente acima de todas as críticas. Isso muito tem de um ego hipertrofiado", define Cacho. Segundo o advogado, o sergipano, que vai à urna no domingo, merece um governo que lhe reserve o mínimo respeito às suas carências e direito pleno enquanto cidadãos. Para Cacho, não há projetos. Tampouco desenvolvimento. "Há uma habilidade rara em manutenção de poder, em negociatas escusas, num vale tudo feroz, porém, dissimiladas. Benefícios, melhorias mesmo, nada do que foi feito significa o que quer que seja extraordinário. Qualquer governador medíocre faria o que Déda fez". A entrevista:

 

Universo Político.com - Como o senhor avalia estes últimos dias antes das eleições?

Emanuel Cacho - Estamos nas ruas com João Alves e vejo o carinho das pessoas. Agora, este processo eleitoral que vivenciamos hoje tem o financeiro como imperativo. Como isso influenciará as urnas? Até agora ninguém pode dizer com precisão. O que a gente espera, o veio principal de nossas mensagens é no sentido de sensibilizar aos cidadãos para que votem de acordo com a sua consciência. Uma consciência livre não tem preço.

 

U.P. - O senhor foi duro com alguns assessores do candidato Marcelo Déda que estiveram nas ruas fazendo a campanha dele. Pedi voto não é democrático?

E.C. - Eu diria austero, incisivo, combativo. Pedi voto é sim democrático. Assim como fazer a justa contraposição de ações que atentem contra a democracia. O processo eleitoral é via de mão dupla. O que está em pauta é o destino do nosso Estado. Eu jamais me sentiria em paz com a minha consciência se nada fizesse em defesa daquilo que acredito. E acredito que os sergipanos necessitam e merecem um governo que lhe reserve o mínimo respeito às suas carências e direito pleno enquanto cidadãos.

 

U.P. - O senhor faz uma oposição dura ao governador Marcelo Déda. O senhor não teme que isso possa ser visto como algo pessoal, e prejudique sua campanha?

E.C. - Há uma coisa em relação ao governador Marcelo Déda que todos concordam, inclusive os seus aliados: ele se sente acima de todas as críticas. E qualquer uma que lhe seja direcionada é sempre vista e acatada como um ataque pessoal. Isso muito tem de um ego hipertrofiado - o famoso ego hipertrofiado de Marcelo Déda - mas tem muito aí de estratégia também. É que no subliminar Déda se coloca como um 'escolhido'. Ele se coloca como se fosse alguém ungido para estar onde estar e salvar a todos. É só observar com cuidado e todos verão isso. Outro dia em seu programa, vi uma fala dele com conteúdo absurdo. É algo do tipo, ‘você decide se quer que Sergipe continue avançando ou se não quer voltar atrás'. Quer dizer, se isso fosse dito por terceiro já seria absurdo, mas dito pelo próprio Déda? É como se ele dissesse: 'eu sou o sol, alimento a todos vocês, dou luz a todos vocês, sem mim, é plena escuridão". E aí, numa espécime de chantagem emenda:"e agora vocês decidem se querem o sol, que sou eu, ou se optam pela escuridão provocada por minha ausência". As minhas críticas consideradas duras têm intenção de um ‘acorda', mesmo. Quanto aos prejuízos à minha campanha, quantos candidatos podem bater no peito e afirmar: "eu fiz uma campanha perfeita, sem nenhum prejuízo?".

U.P. - Por que o senhor não aprova o governo Déda?

E.C. - O problema não é só Déda é todo o seu agrupamento político. Veja que esses passaram mais de 30 anos prometendo um paraíso para os sergipanos. Todo o projeto de poder deles foi baseado na ilusão das massas. E assim eles chegaram ao poder. O dado de realidade que não pode ser desconsiderado é que no governo a verdadeira face veio à tona e tudo virou apenas o poder pelo poder. Não há projetos, não há desenvolvimento. Há uma habilidade rara em manutenção de poder, em negociatas escusas, num vale tudo feroz, porém, dissimiladas. Benefícios, melhorias mesmo, nada do que foi feito significa o que quer que seja extraordinário. Qualquer governador medíocre faria o que Déda fez. Aliás, foi exatamente isso o que Déda fez: um governo medíocre. Agora, a habilidade existe. Lembra da estória do ovo da galinha e da pata? De que o ovo da pata é imensamente maior do que o da galinha, mas ela o põe em silêncio? Então é isso, Déda sabe fazer estardalhaço ao colocar seus ovos diminutos. E é capaz de tudo pelo poder, viu? Olha, é cada história de bastidor de arrepiar o cabelo. E eu me pus na linha de frente desta disputa. Cometendo erros e acertos, com ônus e bônus, mas me coloquei à frente desta disputa e estou cumprindo o meu papel cívico.

U.P.- Durante uma solenidade do DEM, O senhor disse que o PT é muito injusto com o ex-governador João Alves. Fazer oposição é sinônimo de injustiça?

E.C. - O que eu disse foi que um homem como João Alves, que quando entrou na política era um dos mais bem sucedidos empresários de Sergipe, hoje está distante dessa posição e pelas suas mãos Sergipe recebeu 80% das suas principais obras, nos últimos 30 anos, merece respeito. Uma coisa é fazer oposição, tentar espaço dentro de um debate honesto, respeitoso, reconhecendo o trabalho do adversário e propondo fazer melhor. Outra coisa é jogar baixo. Mentir, caluniar, tentar até humilhar e, pequenamente, tentar ofuscar um trabalho sem igual na história de Sergipe reconhecido pelo povo. Há gesto menor que tentar mudar o nome do Hospital João Alves? Que destruir uma obra, como o Hospital Infantil, apenas para tentar frear a lista de serviços prestados por João Alves a Sergipe? A vaidade não pode nunca ocupar o lugar do bem à coletividade. Muitas injustiças feitas contra João Alves atingiram em cheio o povo de Sergipe, e o PT parece não se preocupar muito com isso. Só para dar um exemplo, quando fui secretário de Justiça, vários estados conseguiram a construção de presídios em caráter emergencial, dada a superlotação. Só São Paulo construiu dois, mas Sergipe não. Quando tudo estava pronto, petistas e aliados sergipanos correram para os braços do senhor José Dirceu, aquele rapaz de conduta ilibada, e impediram que Sergipe também fosse contemplado. O nosso trabalho no sistema penitenciário não interessava, lógico, ao candidato à época Marcelo Déda. Uma vergonha. Fazer política rasteira à custa da segurança do sergipano. Que Deus nos conduza aos caminhos da "reta justiça" sem perder de vista a "reta razão".

 

Da redação Universo Político.com



15-05-2024
 

 

 

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