Na Política

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30/09/10 | 10:13h (BSB)

Lula ratifica Déda e Dilma, e diz: "chega de João e Albano"

"Olê, olê, olê, olá, Lula, Déda". Foi com a entonação nostálgica desse famoso bordão que os milhares de sergipanos, advindos dos quatro cantos do Estado, recepcionaram o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na noite dessa quarta-feira, 29, na praça dos mercados centrais de Aracaju, durante um grande comício a favor da reeleição do governador Marcelo Déda (PT) e da candidatura de Dilma Rousseff (PT) à Presidência da República.

 

A praça dos mercados ficou pequena diante de tanta gente. Eram caravanas chegando de vários municípios, trazendo consigo verdadeiros peregrinos para somar-se aos milhares de cidadãos que estavam vestidos de vermelho e com bandeiras em punho, transformando a praça num verdadeiro Mar Vermelho, o vermelho da mudança, o vermelho do Partido dos Trabalhadores (PT).

 

O presidente nacional do PT, José Eduardo Dutra, que representou a candidata Dilma Rousseff, foi o primeiro a discursar. Ele disse que há oito anos, os brasileiros elegeram o primeiro operário como presidente, contrariando as elites que comandavam o Brasil. "A esperança venceu o medo. A atria Regina Duarte foi para a televisão para dizer que tinha medo de Lula. As elites diziam que ele não seria capaz de controlar a economia nem gerar emprego. Lula não só controlou a economia como criou mais de 14 milhões de empregos. É esse projeto que deve ser continuado com Dilma e com Déda", declarou Dutra.

 

O governador Marcelo Déda abriu o seu pronunciamento agradecendo a presença da população, denominando-a de 'autoridade maior'. "Peço permissão ao meu amigo, compadre e companheiro Lula, mas a maior autoridade que está aqui hoje é esse povo", disse sob intermináveis aplausos. "Este povo, Lula, veio da praia, do Sertão, do Vale do Contiguiba, do Agreste, do Sul do Estado para ver você, meu amigo. Eles não podem te abraçar, mas podem abraçar com os olhos e com a alma generosa", completou.

 

Déda continuou afirmando que o Estado de Sergipe pode ser o menor da federação, mas sua gente não é menor que outro povo. "Somos pequenos em território, mas a nossa gente é igual a todas as outras. O sergipano Gilberto Amado dizia que Sergipe só é pequeno para não competir com a grandeza de seus filhos", parafraseou ele.

 

O governador lembrou dos seus mais de 30 anos de vida política sempre ao lado de Lula e demais companheiros do PT, partido pelo qual fundou em Sergipe. "Lembro-me de estar com você Lula, levantando as bandeiras contra a ditadura, lembro-me das dezenas de vezes que você veio a esse Estado. Lembro-me de você em Itabaiana, no Sindicato dos Trabalhadores Rurais em Porto da Folha, na cidade de Propriá e em cima de uma barraca de feira no bairro São Conrado, em Aracaju. Esse povo não lhe conhece apenas como presidente, mas como o maior líder popular que essa nação já teve", relembrou.

 

Déda disse ainda que Lula, ao ser eleito presidente, derrubou o muro do preconceito, erguido pelos partidos PSDB e DEM. "Do seio do povo nasceu o filho do Brasil. A ‘tucanada' e os demistas diziam que Lula era apenas um operário nordestino que não tinha capacidade para governar. A ‘tucanada' tinha muitos aneis nos dedos e pouca vergonha na cara, porque esse homem tem mais de 80% de aprovação popular", contestou Déda.

 

Ao concluir sua fala, Déda olhou nos olhos do presidente e traduziu o sentimento do povo. "Você vai deixar a presidência, mas vai ficar guardado no coração de todos os brasileiros. Pode voltar para São Bernado de alma leve, porque você foi o maior presidente na história desse país. Volte para casa tranquilo, os 'tucanos' e os 'demos' não vão voltar, porque o povo vai eleger Dilma. Não ouçam os falsos profetas, Lula vai deixar o seu povo nas mãos de uma mulher", concluiu ele, fazendo questão de dizer que o presidente teve dois mandatos para consolidar as mudanças.

 

'Se Lula que é Lula, precisou de dois, eu também preciso de mais um mandato para Sergipe continuar seguindo em frente com a graça de Deus e ele há de querer", finalizou o governador.

 

Discurso do presidente

 

Antes de começar a falar, o presidente Lula foi interrompido por um turbilhão de aplausos e pela entonação do seu famoso bordão, consagrado ainda quando ele era líder sindical.

 

"Olê, olê, olê, olá, Lula, Lula", ecoava do público. Emocionado, Lula agradeceu a todos pelo reconhecimento. "Se tem uma pessoa que deve levantar a mão para o céu e agradecer à Deus por tudo, esse alguém sou eu. Sair de onde saí, passei fome, passamos por dificuldade, cheguei a ser sindicalista, criei a central sindical, fundei partido político e cheguei na Presidência, é o máximo do máximo", revelou ele.

 

Lula disse que em 1989, primeiro ano em que disputou a Presidência, era taxado de comunista. "Naquela época, diziam que o Lula era barbudo e se esqueciam de que Jesus também tinha sido barbudo, diziam que a bandeira do PT era vermelha, fui chamado de comunista várias vezes, lembro-me da frustração. Mas hoje, agradeço por ter perdido três eleições, porque quando cheguei estava mais preparado", salientou.

 

O presidente disse ainda que faltam três meses para ele encerrar seu mandato, e que pode colocar a cabeça no travesseiro e dormir tranquilo. "Ainda temos muito a fazer, não podíamos resolver os problemas de 500 anos em oito, mas sabemos que fizemos muito por esse país. Não devemos mais ao FMI, não se vê filas no INSS para aposentadoria, assentamos milhares de famílias com a Reforma Agrária, levamos luz para milhões de residências e consolidamos a economia", destacou Lula.

 

O petista fez questão de afirmar que o governador Marcelo Déda é um divisor de águas na política sergipana. "Você está rompendo a elite, separando a história velha da nova, representando o novo da política sergipana. Chega de Albano/João, João/Albano, agora é Déda neles para o desenvolvimento", exclamou o presidente.

 

De acordo com Lula, a população precisa eleger Déda para governador, os candidatos Antônio Carlos Valadares (PSB) e Eduardo Amorim (PSC) para o senado e a candidata Dilma Rousseff para a presidente. Ele revelou ainda que escolheu Dilma por um motivo especial.

 

"Porque escolhi uma mulher para me suceder e não um homem? Porque tenho na memória a imagem da minha mãe que nasceu e morreu analfabeta. De uma mãe que cuidava de mim quando estava doente, que me ensinou a andar, que me amamentou. A mulher sabe cuidar melhor, assim como minha mãe cuidou de mim, o Brasil precisa de um cuidado de mãe, não para governar, que é uma expressão elitista, mas para cuidar do povo, porque não há nada mais sagrado que o sentimento da maternidade", explicou o petista.

 

Lula continuou seu pronunciamento dizendo que depois de uma experiência bem-sucedida de um metalúrgico na Presidência da República, chegou a vez de uma mulher. "Eu não indicaria uma pessoa que eu não tivesse confiança e sem competência para o meu lugar, eu tenho a certeza de que Dilma será o melhor para o Brasil", evidenciou ele.

 

Ao final, o presidente afirmou que o governador Déda tem um grande futuro pela frente. "Pense num cabra inteligente, é Déda. Ele tem um grande futuro e não imagino os sergipanos votando em outros candidatos que não sejam Déda e Dilma. A partir de amanhã, vamos conquistar a independência definitiva, vamos sair às ruas levantar as nossas bandeiras. Déda disse que vai me dar um telefone vermelho para ele me ligar no dia 3, depois das 17h, para dizer que Sergipe fez a maior votação e elegeu Dilma e Déda para fazer mais e melhor pelo povo", concluiu ele.

 

Testemunhos de um comício histórico

 

Ana Maria dos Santos, 57 anos, mesmo de bengala não deixou de participar do comício que reuniu no mesmo palanque o presidente Lula e o candidato a reeleição Marcelo Déda. "Meu sonho é abraçar Lula, por isso estou aqui, gostaria de agradecê-lo por tudo que ele fez pelo Brasil. Queria também olhar nos olhos de Dilma, mesmo sem saber de onde ela veio, gostaria de perguntar de mulher para mulher se de fato ela vai cumprir o que está prometendo, porque ela não pode deixar de dar continuidade aos projetos de Lula", disse.

 

Ela ainda garantiu que seu voto é de Déda, porque ele é a melhor opção para Sergipe. "Déda, como prefeito fez tudo que estava a seu alcance e como governador também. Não deu tempo de fazer tudo, mas sei que ele fará. Pior fez quem passou oito anos no governo e não mostrou mudanças".

 

O casal Manuel de Santana, 81 anos, e Renilde Oliveira, 66, ambos aposentados e casados há 33 anos, saíram do bairro Brasília, em Nossa Senhora da Glória, distante 126 quilômetros da capital sergipana, para Aracaju ver Lula e Déda. Para Renilde, vale a pena pegar estrada para viver um momento histórico. "Lula mudou a vida dos brasileiros e Déda mudou a vida dos sergipanos. Hoje, meu salário é melhor, minha rua foi asfaltada, na cidade tem rodoviária, clínica de saúde da família, então não dá para arriscar votar em outros candidatos, com certeza é Déda e Dilma", declarou ela.

 

Manuel acompanha a mulher no voto e afirma que toda a família, que é grande, com oito filhos, também vota em Déda e Dilma em 3 de outubro. "Votamos nos candidatos petistas porque Sergipe e o Brasil vão melhorar ainda mais".

 

Apesar de já idoso, o aposentado Daniel Rodrigues dos Santos, 78, da cidade de Simão Dias, distante 101 quilômetros da capital, veio para ver Déda e Lula. "Fui metalúrgico e por causa de Lula que também era metalúrgico passei a votar no PT, sempre acreditei que ele faria algo de bom para os mais pobres e não me enganei, em oito anos ele mudou esse país. Déda, também petista, fez muito por Sergipe, hoje Simão Dias é toda asfaltada graças a ele, temos escola reformada e clínica de saúde da família", relatou.

 

Presenças

Compareceram ao comício o prefeito de Aracaju e o vice-prefeito Edvaldo Nogueira e Silvio Santos respectivamente, o presidente Nacional do PT, Zé Eduardo Dutra, o ministro de Relações Institucionais Alexandre Padilha, o presidente Nacional do Sebrae, Paulo Okamotto. Além dos prefeitos de Propriá, Paulo Brito, de Poço Redondo, Frei Enoque, de Santana do São Francisco, Ricardo Roriz, de Tobias Barreto, Dilson de Agripino, de Ribeiropolis, Uíta Barreto, de Maruim, Gilberto Maynard, de Capela, Sukita, de Tomar do Geru, José Adelmo Alves, de Cumbe, Maria Terezinha, de Laranjeiras, Maria Ione, de Macambira, Ricardo Souza, de Porto da Folha, Manoel de Rosinha, de Umbaúba, Anderson Fontes, de Siriri, Walter Franco, entre outros.

 

Da assessoria do candidato Marcelo Déda

Comentários

30/09/10 - Valdison Tourinho
Estamos e luto com a presença do Sr Lula em Sergipe. Albano deve está decepcionado anda atrás de Lula apoiando ele e agora leva o troco. Lula sempre fala do que não viu e não sabe, quem tem historia em Sergipe?
Valdares, João, Albano, Almeida, Machado,Lourival Batista,Valter Franco e outros ilustres homens publicos, menos Sr Deda e Sr Lula que fala o que não sabe.



15-05-2024
 

 

 

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