Na Política

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30/12/10 | 09:25h (BSB)

Lula e o caso Battisti

O italiano Cesare Battisti foi condenado pela Justiça do seu país à pena de prisão perpétua pelo assassinato de quatro pessoas. Desde então a Itália aguarda ansiosamente por sua extradição, a fim de que possa encarcerar o facínora e dar início à execução da sentença. É o mínimo que o país pode fazer para amainar a dor e o sofrimento dos familiares de Antonio Santoro, Lino Sabbadin, Andrea Campagna e Pierluigi Torregiani, abatidos por Battisti e seus camaradas do Proletários Armados pelo Comunismo - PAC.

 

Sucede que Battisti, além de assassino, é um sujeito de sorte. Julgado à revelia pela Justiça italiana quando se encontrava refugiado na França, o ex-terrorista conseguiu driblar a Interpol e, proa apontada para o Brasil - paraíso dos malfeitores -, veio dar com os costados nestas paragens justo no reinado de Dom Luiz Inácio da Silva, o Magnânimo, e, pra completar, quando era ministro da Justiça ninguém menos que Tarso Genro, um dos maiores dinossauros da esquerda brasileira.

 

De maneira que, após ter tido seu pedido de refúgio negado por três vezes pelo Conselho Nacional para os Refugiados - CONARE, Battisti recorreu a Tarso, o ministro-camarada, que, sempre solícito e cordial com gente de sua estirpe, não tardou a lhe conceder status de refugiado. Tal decisão, eivada de preconceitos e forte carga ideológica, não só chocou a comunidade jurídica internacional como abriu uma crise diplomática ente o Brasil e a Itália.

 

Chamado a julgar o caso, o STF declarou ser da sua competência autorizar a extradição, mas deixou assentado, no mesmo julgado, que compete ao Presidente da República decidir sobre a execução do ato. Assim, por tortuosos caminhos, o destino do sicário italiano foi se aninhar logo no colo do Napoleão de Garanhuns. O resto da história todos nós já prevíamos.

 

O pai do PAC de cá, à véspera de vestir o pijama e partir para seu exílio de quatro anos em São Bernardo, decidiu presentear o filho do PAC de lá, concedendo-lhe refúgio político - uma espécie de Programa de Ajuda aos Camaradas. O ato infame, por certo, aprofundará a crise diplomática inaugurada pelo ex-ministro e maculará ainda mais a imagem de Lula no mundo civilizado.

 

Mas não há nenhuma surpresa. Em tema de diplomacia e defesa dos direitos humanos, o governo Lula foi uma verdadeira tragédia: defensor do autoritarismo de Chávez, omisso em relação à tirana dos irmãos Castro, cúmplice da barbárie perpetrada pelo psicopata Ahmadinejad, atabalhoado na questão hondurenha e estúpido na condução do projeto de criar um assento permanente para o Brasil no Conselho de Segurança da ONU.

 

Lula passou oito anos esculhambando a Justiça e as instituições republicanas brasileiras. Como achou pouco, resolveu agora desmoralizar o governo e a Justiça italianos. Trata-se, sem sombra de dúvidas, de um cidadão do mundo, ou melhor, de um estadista global, como decretaram aqueles bobos reunidos em Davos - certamente pensando que, com esses mimos, domariam a fera.

 

Pobre Itália: herdeira direta de Roma, a pátria de Ulpiano, Beccaria, Calamandrei, Carnelutti e outros luminares das letras jurídicas tem agora de contentar-se com as teses de Tarso e Lula.

 

Paulo Márcio é delegado de Polícia Civil, graduado em Direito (UFS), especialista em Gestão Estratégica em Segurança Pública (UFS), especialista em Direito Penal e Direito Processual Penal (Fa-Se) e colunista do Universo Político.com. Contato: paulomarcioramos@oi.com.br 



25-04-2024
 

 

 

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