Na Política

Biblia Online

10/07/13 | 19:29h (BSB)

A greve geral dos pelegos

 

As lideranças sindicais estão inchadas como guaiamuns cevados com cuscuz, farelo e dendê (nenhuma alusão ao governador da Bahia). Há onze anos ninguém ouve suas vozes. Vozes articuladas com a língua presa, diga-se de passagem, característica fundamental dos parasitas que habitam as franjas sindicais do PT. Além da barba grande, é óbvio, para fazer cara de mau e emular os revolucionários de outrora – pobres diabos que só se deram conta da triste realidade após Stalin os deportar para os gulags e colocá-los sob a mira dos fuzis humanistas do socialismo.

 

Os pelegos não falavam nada, ou por serem cúmplices, ou por serem coniventes, ou por serem estúpidos mesmo. Aplaudiam as bobagens de Lula como se estivessem diante de um Lincoln. Acreditavam na inocência de José Dirceu como apóstolos diante do Cristo no Sinédrio. Festejaram a eleição de Dilma, a mãe do PAC, a escolhida de Lula, a soberana que iria completar a missão iniciada pelo Moisés de Garanhuns, levando-nos todos à terra prometida, sem pobreza, sem violência, sem analfabetismo, sem filas intermináveis nos hospitais e postos de saúde da rede pública, sem desemprego, sem desabrigados, sem isso, sem aquilo...

 

E os pelegos também não viam nada, iguaizinhos ao comandante-mor, o grande chefe da tribo tupiniquim. O Brasil era a pátria de chuteiras, a pátria das bolsas e PACs, a pátria do mensalão, a pátria das ONGs que roubavam todo o dinheiro do Ministério dos Esportes, a pátria dos ministros que enriqueciam da noite para o dia, a pátria que sofria reveses na área industrial, a pátria que perdia empregos e contratos para a China, a pátria que fingia falar grosso para quem não está nem aí para discursos adolescentes e falava fino para ditadores e cocaleiros vizinhos, que nos roubavam em nome do nacionalismo cucaracha.

 

Mas os pelegos ouviram as vozes das ruas. Então abriram os olhos cegos por conveniência e se assustaram ao perceber que já não tinham legitimidade. Deram-se conta de que perderam o bonde da história. Sentiram que a sociedade civil, mesmo difusa, mesmo heterogênea, mesmo multicultural e, por assim dizer, acéfala, sabia protestar. Protestar contra as injustiças. Protestar contra a corrupção. Protestar contra os políticos. Protestar. Protestar. Protestar. Até contra o que não tinham a mínima noção do que vinha a ser.

 

Os pelegos quiseram aproveitar a onda alheia para surfar. Desenrolaram suas bandeiras bolorentas, cheias de traça e recendendo a naftalina. E então foram às ruas, às praças e avenidas, mas as catracas estavam fechadas para eles, que já não são tão jovens.

 

 - Quem são vocês, caras pálidas? - perguntaram-lhes os manifestantes do século XXI.

 

- Nós?! Ora, vocês não sabem?... Nós somos os filhos de Che, os netos de Marx... Nós somos os famigerados caras-pintadas...

 

- Tudo bem, tudo bem - disseram os manifestantes. - Já entendemos. Qual o grito de guerra de vocês?

 

 - O nosso?!!! Deixe a gente lembrar. Sabe como é, né? Já faz muito tempo... Ah! lembramos: FORA, FHC!!!

 

- O quê? Fora, FHC?!!!... Caiam fora, pelegos! Caiam fora, vendidos. Voltem para suas cápsulas do tempo.

 

Inconformados, os pelegos reuniram todas as tribos, fumaram o cachimbo da paz,  beberam algumas garrafas de aguardente e decidiram fazer sua própria manifestação. Anunciaram, com muita pompa, que vão pedir reforma agrária urgente, a volta da campanha o Petróleo é Nosso, o engessamento do orçamento da União, uma cartola de mágico e uma varinha de condão para acabar com o fator previdenciário e impedir que a redução nas tarifas do transporte público não afete os gastos sociais. De quebra, vão exigir a devolução do Acre à Bolívia.

 

Nenhuma palavra contra a corrupção. Nenhum protesto contra os desmandos no governo. Nenhuma crítica à política econômica de Dilma. E a Fifa? E o caso Lula e Rosemary? E os aviões da FAB usados para transportar parentes de autoridades?

 

Fora, pelegos! Recolham suas bandeiras! Voltem para suas catacumbas! Retornem às suas câmaras mortuárias! Enfiem-se novamente em suas tocas! Vocês não representam nada além dos seus próprios umbigos! As ruas do país não lhes pertencem mais!

 

 

 

 

PAULO MÁRCIO é Delegado de Polícia Civil desde 2001. Especialista em Gestão Estratégica em Segurança Pública (UFS) e em Direito Penal e Direito Processual Penal (Fase).  Foi Presidente do Sindepol-SE, Superintendente de Polícia Civil de Sergipe, Corregedor Geral de Polícia Civil. Atualmente é titular da 10ª Delegacia Metropolitana. É colunista do portal Universo Político.com E-mail paulomarcioramos@oi.com.br  paulomarcioramos.blogspot.com.br 



25-04-2024
 

 

 

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