Por Paulo Márcio
Os lulopetistas são como cupins. Começam por um certo ponto da mobília ou do telhado, avançam sorrateiramente para outros locais do imóvel e, a menos que sejam descobertos e tratados a tempo como o devido remédio (ou veneno), dominam completamente o território.
Como o Brasil de instituições frágeis e manietadas está longe de constituir madeira que cupim não rói, não foi tão difícil para Lula e seu exército se instalar no Planalto Central e de lá se espalhar como uma praga por todo o país, devorando tudo e deixando para trás um enorme rastro de destruição, daqueles que nem as melhores maquiagens de um Guido Mantega conseguem esconder.
A corrupção generalizada, a farra com o dinheiro público, o populismo demagógico das Bolsas e do intervencionismo na Petrobras, BNDES e outras estatais, a falta de uma política econômica sólida, as obras faraônicas e os eventos suspeitos como a Copa do Mundo de 2014 a as Olimpíadas de 2016, a par do descaso com a saúde, a segurança pública e o transporte público, trouxeram à tona a incompetência e a desfaçatez do governo Lula, equivocado em suas opções, torpe em seus interesses e falho em seus resultados.
Escalada pelo próprio Lula para sucedê-lo em 2010, a presidente Dilma Rousseff - anunciada como o grande gênio, a brilhante executiva, a mais completa tradução do governo a que servira por oito anos -, levou a sério o mito criado em seu favor pelo grande ilusionista e, sem poder com o pote, pegou inadvertidamente na rodilha. Deu no que deu. O Brasil Maravilha do PT, registrado em cartório, mais parece um barco à deriva e a presidente, um coelho assustado.
Nas hostes petistas, ganha força o movimento “Volta, Lula!”, capitaneado pelos companheiros que anteveem o barco naufragar em outubro próximo se o leme não mudar de mãos. Diante das mais recentes pesquisas de intenção de votos, não se pode dizer que eles estejam errados em seus prognósticos. Mas é lógico que a oposição precisa fazer a sua parte, do contrário, continuaremos caminhando a passos largos para o mesmo buraco em que caiu a Venezuela de Maduro (o trocadilho foi inevitável).
Lula, é óbvio, incentiva o motim em privado, ao passo que em público desautoriza qualquer comentário desfavorável a Dilma. Para ele, é preferível que a criatura sangre e encolha a ponto de implorar, ela mesma, o seu retorno. Aliás, Lula não concebe a existência de dilmistas no partido. O lulopetismo é uma seita monoteísta. Não há espaço para outras divindades além daquele que já foi chamado de Nosso Guia, Babalorixá e Anta.
Logo, aos incautos o “Volta, Lula!” pode parecer até uma disputa interna do PT, mas não passa de um grito desesperado dos cupins que temem perder seu pedaço de madeira a partir de 1ª de dezembro de 2015. Parafraseando o eminente naturalista francês, Auguste Saint-Hilaire, “ou o Brasil acaba com os cupins, ou os cupins acabam com o Brasil”.
PAULO MÁRCIO é Delegado de Polícia Civil desde 2001. Especialista em Gestão Estratégica em Segurança Pública (UFS) e em Direito Penal e Direito Processual Penal (Fase). Foi Presidente do Sindepol-SE, Superintendente de Polícia Civil de Sergipe, Corregedor Geral de Polícia Civil. Atualmente é titular da 5ª Delegacia Metropolitana. É colunista do portal Universo Político.com E-mail paulomarcioramos@oi.com.br
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