A diferente literatura desenvolvida sobre empoderamento coincide que Paulo Freire, tem sido um dos mais importantes precursores, em um primeiro momento relacionou à educação popular e estreitamente ligado ao enfoque participativo, mesmo que posteriormente se trabalhou desde o feminismo até as diferentes instituições para o desenvolvimento, o que estão aplicado ao coletivo marginalizado. Assim, se poderia considerar que atualmente se está travando o empoderamento para o desenvolvimento humano.

O termo teve muita aceitação em diferentes campos e aparentemente existem significados e interpretações diferentes. O termo tem raízes anglo-saxônicas Empowermen, Laderach o traduziu por capacitação. Por sua vez, o Programa de Nações Unidas para o Desenvolvimento Humano (PNUD) nos relatórios que anualmente pública, o tem traduzido por potenciação.

O empoderamento está estreitamente ligado ao poder e, portanto, às relações de poder que se dão tanto em nível individual como coletivo, tem passado de ser um conceito, já não somente usado pelos movimentos feministas, se foi incorporando ao desenvolvimento, à vida política e econômica especialmente àquelas comunidades que estiveram excluídas do acesso ao poder.

A definição inclui elementos que não somente têm a ver com o acesso ao poder, mas, além disso, inclui a recuperação das capacidades, que entendo estariam ligadas à auto-estima e o desenvolvimento emocional e pessoal - sentir-se valorado pelo aporte que se realiza como ser humano.

Em outras palavras se estaria desenvolvendo a perspectiva de poder para a inclusão dos setores mais vulneráveis e não se estaria trabalhando o poder sobre outros grupos, onde se correria o risco que se possam produzir conflitos violentos. O trabalhar para o empoderamento dos setores vulneráveis deveria implicar desfazer-se das construções sociais negativas, para que as pessoas afetadas possam ver-se e valorar-se como possuidoras de capacidades, direitos e influência no seu ambiente mais próximo.

A relação está na busca, no acesso e no controle, pelo menos com três tipos de poderes, o poder social, entendido como o princípio do caminho à busca da riqueza coletiva. O político, a capacidade de acesso dos indivíduos aos processos de tomadas de decisões mais próximas a eles e por último o psicológico, que se refere à capacidade pessoal e potencial.

O empoderamento não está somente ligado ao desenvolvimento econômico, que poderia alcançar um indivíduo ou uma comunidade, porque encerra outras dimensões, existe uma estreita relação com o conceito de desenvolvimento humano, participação das pessoas dentro das comunidades e participação na tomada de decisões coletivas, inclusive está relacionada com a governabilidade.

Fran Espinoza é Politologo, graduado na Universidade Rafael Landivar (Guatemala), Mestrado em Estudos Internacionais de Paz, Conflito e Desenvolvimento, Universidade Jaume I, Castellón (Espanya), doutorando em Estudos Internacionais e Interculturais, Universidade de Deusto, Vizcaya, Espanha. Contatos: espinoza.fran@gmail.com

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