O número de acidentes com pedestres cresceu quase 30% no primeiro semestre deste ano em Aracaju. É o que aponta um levantamento feito pela Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (SMTT). Enquanto os atropelamentos tornam-se recorrentes, a cidade padece pela falta de uma legislação própria que assegure direitos e deveres de quem anda a pé. Em 2017, o vereador Lucas Aribé e a então vereadora Kitty Lima propuseram a criação do Estatuto do Pedestre, mas a matéria ainda não foi votada pela Câmara Municipal de Aracaju (CMA). Nesta quinta-feira (8), Dia Mundial e Municipal do Pedestre, o parlamentar voltou a cobrar a aprovação do PL na tribuna da CMA.
De janeiro a junho deste ano, 56 pedestres foram atropelados na capital sergipana e cinco perderam a vida. No mesmo período do ano passado, ocorreram 44 atropelamentos e cinco óbitos, o que corresponde a uma elevação de mais de 27%. Além de registros próprios, a SMTT utilizou dados da CPTran e do IML para compor o relatório.
Para Lucas Aribé, o planejamento urbano focado no carro reduz cada vez mais o espaço e o respeito ao pedestre. “Em Aracaju, a Prefeitura está revitalizando várias vias expressas, como a Euclides Figueiredo e Beira-Mar, mas, até hoje, não elaborou um plano de recuperação das calçadas e passeios públicos, embora eu já tenha apresentado uma proposta ao prefeito Edvaldo Nogueira duas vezes só neste ano. O respeito ao pedestre deve se tornar uma política de Estado”, disse.
As estatísticas são numericamente baixas, mas, na ótica do vereador, poderiam ser ainda menores, caso fossem efetivadas mais iniciativas de conscientização no trânsito e respeito ao pedestre. “Além da valorização daquele que circula a pé, o tempo de semáforo adequado para a travessia e o cumprimento dos dispositivos do Código Brasileiro de Trânsito, que prevê a preferência do pedestre no trânsito, podem reduzir estes índices. São medidas simples, mas necessárias", afirmou Aribé.
Lucas ainda acrescentou que a infraestrutura das calçadas é um dos principais elementos que influenciam na mobilidade a pé. “Uma cidade caminhável deve ser desenhada primeiramente para pedestres, deve possuir redes de circulação a pé, com calçadas e travessias conectadas, acessíveis e que permitam rotas mais diretas, além do acesso fácil ao transporte público, aos comércios e aos serviços”, completou o vereador de Aracaju.
Da Ascom
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