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26/05/10 | 18:27h (BSB)

Presos suspeitos de matar delegado durante entrevista ao vivo; ouça

Clayton Leão, era titular da Delegacia de Camaçari. Suspeitos falam em tentativa de assalto

* Atualizada em 27.05.10, às 6h53

 

Policiais civis prenderam dois assaltantes que assassinaram o delegado Clayton Leão Chagas, 35 anos, na quarta-feira, 26, à noite, escondidos numa casa do bairro Gleba E, em Camaçari, Região Metropolitana de Salvador. Os bandidos Reinaldo Valência de Lima, 25, e Edson dos Santos Cortes, 30, confessaram ter matado Clayton porque ele reagiu a uma tentativa de roubo. O terceiro ladrão que participou do crime continua foragido, mas está identificado.

 

Os dois suspeitos presos contaram em depoimento, na quarta, à noite, na sede da Coordenadoria de Operações Especiais (COE), que quando abordaram Clayton não sabiam que ele era delegado. Os assaltantes admitiram que pretendiam roubar o carro e os pertences. Edson confessou que efetuou os disparos e Reinaldo revelou que dirigiu o táxi usado no crime. A dupla admitiu ter roubado dois outros carros antes de atacar o delegado. Os dois homens foram autuados em flagrante.

 

A dupla foi presa numa operação que envolveu delegados e investigadores de várias unidades. Agentes da 18ª CP (Delegacia de Camaçari), que trabalhavam com Clayton, foram determinantes para a captura dos assassinos. Os policiais iniciaram as investigações no bairro da Gleba E depois que encontraram o Corsa táxi usado pelos bandidos no assassinato do delegado. A suspeita de que os criminosos eram daquela localidade veio porque o veículo foi deixado numa estrada de terra do Distrito de Parafuso, local que dá acesso ao bairro por um matagal.

 

Uma operação, com dezenas de policiais foi montada no final da tarde, na Gleba E. Investigadores da Delegacia de Camaçari conseguiram a informação da casa onde os bandidos estavam escondidos e fecharam o cerco numa ação conjunta com colegas de outras unidades. Reinaldo e Edson foram capturados. O delegado-geral Joselito Bispo disse que o assassino foragido já está identificado, mas não quis revelar o nome. Os dois suspeitos presos vão ser apresentados à imprensa nesta quinta, 27.

 

Assassinado ao vivo  

O delegado titular da 18ª CP, delegacia de Camaçari, Clayton Leão, foi assassinado na manhã desta quarta-feira, 26, na estrada da Cascalheiras, que é uma pista alternativa para os motoristas que não querem usar o pedágio, entre Abrantes e Camaçari. De acordo com informações divulgadas no site da rádio Líder, Leão concedia uma entrevista ao vivo à emissora.

 

Clayton estava no carro acompanhado da esposa, que não teve o nome revelado e não foi baleada. De acordo com a polícia, três homens interceptaram o veículo do delegado e atiraram contra ele. Clayton Leão morreu no local e não chegou a ser socorrido.

 

No áudio da rádio é possível ouvir o delegado dizer: "Peraí, peraí" e em seguida os tiros, a voz de pelo menos dois interlocutores - suspeitos de serem os atiradores - e os gritos da mulher do delegado, desesperada ao ver o marido baleado. Ela grita: "Pelo amor de Deus, mataram o Clayton aqui na [estrada da] Cascalheira."

 

Policiais do Comando de Operações Especiais (COE), Caatinga e Rondas Especiais (Rondesp) estão no local do crime, além de delegados e do delegado-chefe da Polícia Civil, Joselito Bispo. Um helicóptero da Polícia Militar (PM) ajuda nas buscas aos criminosos. Familiares de Clayton acompanham a ação.

 

"Era uma entrevista sobre segurança em Camaçari. Um apanhado do tempo dele (do delegado) na cidade. Ele estava falando que a segurança estava melhorando e que estava morando com a família em Camaçari porque confiava na segurança. Já tinha mais de dez minutos de entrevista, quando ouvimos um estampido e ele (Clayton) falando 'peraí, peraí' e a esposa pedindo socorro. Achamos que foi um acidente (de carro), mas depois ouvimos a esposa dizer que ele foi atingido", contou o radialista Raimundo Rui, que divide a apresentação do programa "De olho na cidade" com o colega Marco Antônio.

 

"Ele vinha dar uma entrevista ao vivo para a gente, mas como não deu tempo, ele ligou pedindo para falar por telefone. Então parou o carro na estrada das Cascalheiras para conceder a entrevista", explicou Miriam Soares, recepcionista da rádio. Agentes da Central de Telecomunicações das Polícias (Centel) informaram que Leão se dirigia à delegacia no momento do crime.

 

Antes de assumir a 18ª delegacia, em Camaçari, no final de 2009, Clayton Leão Chaves, 33 anos, se destacou como coordenador do Grupo de Repressão a Roubo a Estabelecimento Financeiro (GRREF), do COE (Centro de Operações Especiais), onde atuou durante quatro anos. Desde que tomou posse, Leão realizava um trabalho de enfrentamento ao tráfico de drogas na cidade.

 

O delegado participou da Operação Pégasus, que efetuou dez prisões em Camaçari. A operação foi deflagrada em dezembro do ano passado com o objetivo de cumprir 22 mandados de busca e apreensão e 19 de prisão nas cidades de Camaçari, Dias D´Ávila e Feira de Santana. A principal missão da operação foi desarticular uma quadrilha de roubo de cargas e veículos que atua nas estradas baianas.


Do A Tarde

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17-05-2024
 

 

 

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