Na Política

Biblia Online

02/03/17 | 12:40h

O mês de março acaba de chegar e as entidades que atuam em defesa dos direitos da mulher se articulam para celebrar o mês da mulher. No tocante à Psicologia, isso não poderia ser diferente. Em Aracaju, Conselho Regional de Psicologia da 19. Região, Grupo de Pesquisa em Gênero, Sexualidade e Estudos Culturais de Universidade Federal de Sergipe (UFS) e o Núcleo Sergipe da Abrapso (Associação Brasileira de Psicologia Social) irão se reunir para debater temas como machismo, misoginia, mutilação genital, feminicídio. 

O evento acontecerá no dia 08 de março, internacionalmente celebrado como o dia da Mulher, no Auditório da ADUFS, em duas sessões, às 15h e às 19h, e terá o formato de um Cine-Debate, com a exibição do filme Flor do Deserto. O evento conta ainda com o apoio do GT Mídia, gênero, cinema e arte da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Ordem dos Advogados em Sergipe, programa de pós graduação interdisciplinar em cinema e narrativas sociais da UFS.

"Parcerias como essa possibilitam um amplo debate acerca do papel da mulher, historicamente construído e ainda tão circundado de complexas questões na atualidade. Por ser uma profissão marcada pelo feminino, a Psicologia escolhe o Dia da Mulher para refletir e buscar ações de empoderamento da mulher em nossa sociedade", falou Lidiane dos Anjos, Conselheira vice-presidente do CRP19.

Filme
Lançado em 2009, o filme Flor do Deserto conta a história de Waris Dirie, modelo somali, que ficou famosa internacionalmente ao ser descoberta por Terry Donaldson, grande fotógrafo da indústria da moda, quando ela era apenas uma funcionária do McDonalds. Desde o início de sua carreira, Waris chamava a atenção da mídia e da indústria da moda. Além da sua beleza inigualável, sua trajetória contava a história de uma adolescente proveniente de uma família de nômades na África que, paulatinamente, povoava as capas de revista, sendo o rosto escolhido por grandes marcadas de cosméticos, na Europa e nos Estados Unidos. No entanto, após uma entrevista à Revista Marrie Claire, ela passa a ocupar os Meios de Comunicação para esclarecer uma revelação desconcertante a respeito da cultura africanas e de suas práticas para com as mulheres. 

Aos 3 anos, Waris havia sido mutilada. Seu clítoris e pequenos lábios foram retirados e os tecidos costurados, como símbolo da pureza feminina, que mais tarde seria celebrada como marca de sua fidelidade. Ao ser vendida para um marido arranjado pela família, ele teria a clareza de que ela só haveria pertencido a ele e de que jamais se interessaria por outro homem, além de seu marido porque os prazeres do sexo lhe haviam sido removidos. O filme escolhido foi escrito e produzido pela própria Waris, que após revelação passou a ocupar o lugar de porta-voz internacional da ONU, para os assuntos da Mutilação genital e circuncisão feminina.

A exibição do filme acontecerá no início das sessões do Cine-Debate, seguida de algumas falas e intervenção dos ouvintes. A ideia é de que nos sensibilizemos pelas práticas de violação aos direitos da mulher e possamos conhecer, nos informar a respeito do que fazer quando tais situações se impõe a esta minoria populacional.

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10/02/17 | 10:47h

Já ouviram falar na palatinose ou isomaltulose? É um carboidrato puro e cristalino derivado da fonte natural de sacarose, encontrada em frutas e em raízes, principalmente na beterraba. Esse “novo” açúcar vem se destacando devido às suas propriedades nutricionais e, principalmente, por possuir índice glicêmico (IG) baixo. Como já falei por aqui, alimentos com IG baixo, não promovem picos de glicemia nem de insulina. Eles auxiliam no emagrecimento e podem ser utilizados por diabéticos.

Em um estudo feito em março do ano passado, realizado com indivíduos portadores de Diabetes Mellitus tipo 2, o qual teve como objetivo verificar os níveis de glicemia, após o consumo de palatinose e de sacarose (açúcar branco de mesa), verificou-se que, entre 30 e 60 minutos após o consumo da primeira refeição, os níveis de glicose plasmática foram menores nos indivíduos que consumiram palatinose do que nos participantes que ingeriram sacarose. A palatinose também protege os dentes devido à ligação mais ‘firme’ da glicose-frutose.

Em comparação com a sacarose, a palatinose é dificilmente fermentada por micróbios orais e pode ainda inibir a formação de cáries. Ela também tem sido aprovada pelo FDA (órgão do governo dos Estados Unidos responsável pelo controle dos alimentos) dos EUA como um alimento não carcinogênico. Para pessoas que treinam logo pela manhã cedo, ela pode ser uma ótima opção de pré-treino. Além do seu preparo ser simples e prático, esse carboidrato libera açúcar, gradativamente, na corrente sanguínea, evitando, dessa maneira, possíveis episódios de hipoglicemia e fornecendo energia por mais tempo.

Outro grande benefício da palatinose é que ela pode ser substituída pelo açúcar branco de mesa e consumida por diabéticos. Lembrem-se que a chave para o sucesso é o equilíbrio. Não é apenas UM único alimento que irá determinar o alcance dos seus objetivos. Você deve ter em mente que há um conjunto de fatores que irão te impulsionar a obter as suas metas!

 

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08/02/17 | 12:31h

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O espetáculo do parto normal Arquivo pessoal

Arquivo pessoal

Anestesia, frequentes exames vaginais, monitoramento permanente dos batimentos cardíacos fetais e da contração uterina por meio eletrônico, posição fixa e não anatômica da mãe durante o processo, jejum, uso do soro e de medicamentos para controlar a contração (para aumentar ou diminuir), episiotomia (incisão efetuada na área muscular entre a vagina e o ânus para ampliar o canal de parto), uso de fórceps, manipulação do bebê (aspiração mecanizada de vias aéreas, entre outras), luz e ruídos excessivos, limitação de movimentação, “lavagem” intestinal, depilação da região genital... Essa é a lista de potenciais procedimentos que podem ser feitos em um parto, mesmo sendo normal.

No entanto, é crescente o número de mulheres que colocam um freio na rotina de procedimentos realizados, em muitos hospitais, independentemente de serem necessários ou da consulta prévia à grávida ou a seus familiares. Elas escolhem deixar que a natureza comande o momento mais mágico da vida humana, com um mínimo de intervenções médicas. Essa é justamente a real proposta do parto humanizado. Nele, apenas as ações autorizadas pela gestante, sempre levando em consideração a segurança e saúde dela e do bebê, são realizadas.

Foi o que fez a empresária Gislaine Araújo. Após ter tido dois filhos, o primeiro de parto normal e o segundo cesária, decidiu que o nascimento da terceira filha seria diferente. “No meu parto normal sofri várias intervenções, acho que desnecessariamente. Não tinha informação nenhuma e a equipe médica fez o que quis”, conta ela.

De posse de informações obtidas em grupos de mães e em pesquisas feitas na internet, Gih (apelido carinhoso que já adotamos porque já estamos íntimas hahaha...), estava determinada a ter um parto o mais natural possível. Assim, saiu em busca de uma doula (pessoa que tem treinamento para acompanhar partos de forma profissional). Por indicação de uma amiga, chegou a uma profissional que fez toda a diferença. Ela, inclusive, foi ‘vítima’ das intervenções. “Com quatro filhos, ela me disse que pariu três vezes em casa e uma vez no hospital. O mais sofrido foi o do hospital. Na maternidade eles querem ‘se livrar’ logo da gestante.

Acabam colocando no famoso soro para induzir mais rápido as contrações, o que provoca muita dor. Lá nem sempre há liberdade de movimentos e a pior dor que já senti foi ter uma contração deitada. Deus do céu, é uma dor surreal... Na hora do parto, eles insistem em fazer o famoso ‘corte’ que, quase nunca é necessário, mas, para facilitar a vida deles, eles fazem. Eles não informam que a analgesia pode fazer a mulher perder o controle da força e isso prejudica muito a saída do bebê. Muitas vezes, a mulher vai para uma cesárea devido isso, mas eles não informam nada. A doula me passou todas essas coisas e eu também pesquisava muito. A informação é a chave do sucesso”, relata Gih Araújo.

É verdade, Gih, informação faz toda a diferença! E, como nós do TPM, estamos aqui justamente para trazer informação útil e de qualidade, nos unimos à Gih para ajudá-la a compartilhar os instantes mais marcantes e emocionantes do trabalho de parto que trouxe a sua caçula Helena ao mundo. “Minha intenção é encorajar outras mulheres e demonstrar os benefícios para a mulher e para o bebê desse tipo de parto”, afirma ela. A nossa também, Gih!! Então, vamos reviver junto com ela esses momentos? Segue lendo...

Segunda feira, 31 de outubro, 39 semanas

Lá fomos nós para mais uma consulta. Nesse dia, a médica acabou me deixando apreensiva ao dizer que eu estava do mesmo jeito de quando fui, com 37semanas (colo fechado e posterior), mas até aí tudo bem porque o colo só abre quando esta dilatando e também ele só se anterioriza quando começa o trabalho de parto.
Só que ela falou com uma cara que me deixou apreensiva, como se tivesse uma obrigação de, nessas duas semanas algo ter mudado, porém, só mudaria se eu entrasse em trabalho de parto, coisa que não aconteceu. Daí ela disse: vamos ver até as 40 semanas, né? Se daqui pra lá algo não mudar a gente vê como faz... Oi?? A gente vê como faz o que?? Eu disse: vamos aguardar até as 41 semanas, né não doutora?? Ela fez cara de que não iria esperar não... Sai chorando, achando que eu já iria para uma cesariana.

A semana foi passando e nenhum sinal legítimo de trabalho de parto, porém fui fazendo os estímulos, sempre orientada pela minha doula Raquel, um verdadeiro anjo. Fiz caminhadas diárias, comia bastante abacaxi, tâmaras, chá de canela e comecei também a fazer acupuntura para estimular as contrações (eu queria muito entrar em trabalho de parto antes de voltar à médica, no dia 07 de novembro, com as 40 semanas, pois eu tinha em mente que ela iria me conduzir para uma cesárea)!! Talvez não, mas o meu medo era grande.

Quinta-feira, 03 de novembro
Umas 4h após a primeira sessão de acupuntura, tive várias contrações com intervalo rítmico. Achei que iria engrenar... Que nada! De repente, elas (as contrações) pararam e fui dormir...

Sexta-feira, 04 de novembro

Fui para a loja, como de costume, tudo normal e tal... Perto do meio dia, achei que perdi um pouco de líquido, mas pensei que era xixi, afinal, tinha um peso danado na barriga. Resumindo, não dei muita importância para o pouco líquido que saiu.

Fui para casa e, no final do dia, fiz mais uma sessão de acupuntura. Dessa vez, além das agulhas, foi utilizado outro estímulo. A sessão foi ótima... Perdi um pouco que líquido de novo quando fui ao banheiro. Por volta das 20h, conversando com Raquel, mencionei que tinha perdido esse líquido. Ela, então, se atentou ao quesito bolsa rota, mandou que eu visse como que era o aspecto* do mesmo e, principalmente, o cheiro*, que era bem característico do líquido da bolsa... Opa, acendeu o alerta!

Raquel veio aqui em casa junto com a enfermeira obstétrica a fim de me avaliar. Foi aí que ela viu que eu estava com 3 cm de dilatação e, de fato, havia acontecido a ruptura alta da bolsa. Eu não quis avisar a médica sobre a situação, pois sei que eles não esperam mais do que 6h de bolsa rota. Após esse tempo eles induzem o trabalho de parto ou fazem cesárea em quem não pode ser induzida (meu caso), devido a uma cesárea anterior...
Mas, como eu li muuuuuuito, me informei bastante sobre a bolsa rota (parece que estava adivinhando), resolvi não avisar e esperar mais... Era só ficar vendo se eu não tinha febre e a enfermeira monitorava o batimento cardíaco de Helena. Assim, seguimos com o plano...

Raquel, com toda a sua experiência e calma, que é algo peculiar das doulas, logo pensou: ela está com 3 cm, não vou mais para casa. Decidimos passar a noite estimulando o máximo que pudéssemos, a fim de tentar engatar as contrações e não deixá-las ir embora, afinal, tinha o "detalhe" da bolsa rota que nos fazia correr contra o tempo. Assim fizemos...

Passamos noite e a madrugada caminhando, quicando na bola de pilates, agachando e anotando cada contração que vinha. Começamos às 20h mais ou menos. Às 2h da manhã, as contrações não paravam. Tinham um intervalo médio de cinco minutos de uma para outra (a dor era bem de leve, às vezes na lombar, às vezes na barriga, bem embaixo), mas era algo bem suportável. A felicidade começou a me invadir, pois as contrações, enfim, ficaram rítmicas e o trabalho de parto engatou!!!!

Sábado, 05 de novembro

As 9h da manhã, eu já mooooorta de sono, pois passar a noite toda foi rojão seguro. Graças a Deus eu estava com 6 cm, perdendo pouco líquido e os batimentos cardíacos de Helena super normais, tudo ok. Continuamos as caminhadas no meu prédio mesmo, lá embaixo. Eis que as contrações ficam mais fortes (uiiiii), mantendo-se firmes. Subimos. Como as dores estavam fortes, fomos direto para o chuveiro lá iria aliviar ou acelerar tudo. Ufaaa, aliviou... Após a chuveirada de uns 40 minutos em cima da bola, sai da água e tirei um cochilinho legal. De repente, dei um pulo da cama. Eita que contração forte viu?! Saiu mais água agora, acho que está perto, pensei.

A partir daí, as dores ficaram mais intensas e o intervalo mais curto... Vamos para o chuveiro de novo? Vaaamosss! Dessa segunda vez ele não foi tão legal comigo não ou serã que foi? Hahaha... As dores, ao invés de aliviar, intensificaram! Eita "lelê" agora tá puxado Raquel!!! (eu falava o tempo todo). Ela me acalmava e dizia que Helena estava chegando, que estaria terminando logo, que era forte e suportaria tudo. Ai Jesus era dor junto com ansiedade, pois já estava mais perto do que nunca!

Enfim, pedi para irmos à maternidade porque a vontade que comecei a sentir foi de fazer força como se algo estivesse me puxando (não sei explicar), era algo que ia e voltava rápido demais e eu não estava sabendo controlar (essa eh a fase que a gente acha que não consegue e quer desistir). Mas, como doulas são anjos, Raquel sussurrava em meu ouvido que ela estava vindo e que daria tudo certo!

Liguei para o marido, que tinha saído para almoçar, e ele em segundos chegou. Às 13h30 fomos à maternidade, deixei meus dois pequenos em casa chorando e aflitos, pois me viram passar por algumas dores, mas eles são fortes. Creio que participar disso tudo ficará para sempre com eles.

Entrei no carro, as dores pioraram. Roberto, Raquel, Joana (a enfermeira obstétrica) e eu seguimos para a maternidade. Desci do carro gritando: vai nascer, tá nascendo... Lágrima escorre agora, que emoção! Ocitocina a mil. Movimentei a Santa Helena, foi tudo muito rápido. Quando entrei na admissão para ser avaliada a bolsa, enfim, rompeu. Foi água para todos os lados! Ouvi alguém falando, dilatação total!!!! Vamos rápido, vai nascer... Era uma movimentação de gente para lá e para cá e eu logo estava no centro cirúrgico. O médico perguntou se eu queria analgesia, pois esse era o momento de fazer uso e eu disse que não. Também optei em não levar o famoso "corte".

Raquel entrou comigo e me orientava a controlar a respiração e fazer força... Força Giiiiiiiii!!! Fiz força uma vez, duas, três, quatro... Na 5ª força, às 13h50 ela veio!! A cada força feita eu a sentia vindo. Definitivamente, não sei descrever aquele momento. Uma princesa cabeluda, linda, gordinha, com 3,915 kg, nasceu. Minha parceira linda, que se comportou excelentemente bem durante o trabalho de parto em casa e, na hora da saída, ela ajudou a mamãe aqui. Assim que saiu da barriga foi levada direto ao meu peito e sugou, sugou, sugou... Somente depois foi que o pediatra a levou para ser pesada e avaliada.

Enfim, foram cerca de 20h desde que as contrações pegaram ritmo até ela nascer. Mas, na maternidade, foi cerca de 20 minutos. Chegamos lá prontas, fizemos o nosso papel e a equipe médica plantonista apenas assistiu ao espetáculo do parto normal!! Gratidão me define após vivenciar essa incrível experiência! Obrigada Deus por ter colocado as pessoas certas para que tudo saísse conforme planejei.

* Quando a bolsa se rompe é o líquido amniótico que irá sair. Este líquido caracteriza-se por ser praticamente incolor ou amarelo bem claro no início da gestação e, ao longo dela, vai tomando uma cor mais esbranquiçada devido a grumos provenientes de descamações da pele fetal e de secreções pulmonares e seu odor lembra um pouco o da cândida.

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05/12/16 | 10:13h

 

 A turma de Engenharia Elétrica de 2014/2 da Pio Décimo poderia ser apenas mais uma a se formar entre tantas outras que a cada semestre concluem o curso. Esse grupo, no entanto, contava com uma aluna especial. Aos 53 anos, Sandra Azevedo recebia o diploma, contrariando todas as expectativas. Para pegar o canudo, bateu de frente com o machismo, com diferentes tipos de preconceitos, com a falta de delicadeza e com as surpresas da vida, mas optou por desapontar quem esperava que desistisse. Sim, poderia ter sido mais fácil, mas ela acredita que foi como tinha que ser e diz que faria tudo novamente. 

Com orgulho de cada etapa vencida, ela aceitou conversar com o Tudo para Mulher e contar os momentos marcantes de sua trajetória a fim de deixar um recado a todas as mulheres: “corram atrás dos seus sonhos e busquem sempre aquilo que as façam felizes de verdade. Não abaixem a cabeça diante das barreiras. Sejam sempre determinadas, nunca se deixem humilhar nem dizerem que vocês não são capazes”, declara Sandra.

Toda essa força, ela começou a descobrir dentro de si quando ainda era uma menina. “Sou a primeira filha de um casal de nordestinos com três filhos. Quando completei sete anos, meus pais se separaram. Foi aí que começaram os meus problemas. Tive que cuidar dos meus irmãos, da casa e estudar. Passamos muitas necessidades, inclusive fome”, recorda. Natural de Santos (SP), Sandra mudou-se para Sergipe, onde a família materna residia, aos 13 anos. Atendendo aos costumes da época, no seu aniversário de 15 anos noivou. Antes dos 17 casou. Aos 18, deu à luz ao primeiro filho, que nasceu prematuro, aos sete meses. Nessa época, cursava a 8ª série do Ensino Fundamental (nono ano, atualmente).

Poucos meses depois, por conta do trabalho do marido, a família mudou-se para Manaus. Com sucessivos problemas de saúde da criança, ficou inviável continuar longe da família. Ao retornar a Aracaju com o filho, o casamento começou a entrar em crise e ela percebeu que não daria para continuar dependente. “Decidi que tinha que trabalhar, mas com pouco estudo, não conseguia nada. Voltei a estudar fazendo um curso técnico em contabilidade que substituía o 3º grau, conhecido como científico. Coloquei meu filho na escola e comecei a estudar, mas, antes de terminar o curso, engravidei novamente”, relata. 

No mês de agosto, faltando muito pouco para concluir o ensino médio, a criança nasceu. Ficou difícil conciliar os estudos e cuidar dos dois filhos. Mas uma vez, ela teve que adiar o sonho. Inquieta, no entanto, passado um ano e seis meses, a vontade de estudar falou mais alto e ela conseguiu autorização da diretora da escola, na qual o filho mais velho estudava, para deixar o pequeno também no local, a essa época, ainda um bebê. “Levava os dois à escola e ia fazer um curso de digitação”, lembra Sandra. O esforço valeu à pena. Terminado o curso, fez a prova para o Dataprev, passou e se tornou digitadora contratada. Meses depois foi efetivada.

Mas ela ainda não estava satisfeita. Matriculou-se um curso no Senai de eletrônica básica e passou a trabalhar como técnica em telecomunicações. “Nesta época, passei por muitos preconceitos, pois era uma profissão para homens. Nesse meio tempo tive uma menina. Estava com três filhos e divorciada após 18 anos de casada. Por conta do trabalho, precisei viajar muito e fazer cursos fora, tendo que deixar os meus filhos com empregada. Foi muito difícil fazer isso, mas tinha que ser pai e mãe deles”, conta. 

Aos 45 anos, após tantas lutas, com os filhos já casados e encaminhados na vida, ela ainda queria mais. Resolveu voltar a estudar. Fez vestibular para engenharia elétrica e passou de primeira. Acompanhar as aulas, porém, não foi tão simples. Mas nada que o reforço de um professor particular de matemática não resolvesse. Difícil mesmo foi enfrentar a torcida do contra. “Senti muito preconceito, alguns colegas diziam ‘quero ver até quando você vai aguentar’, dentre outras brincadeiras. No trabalho também sempre me diziam ‘essa profissão é para homens’”, relata. 

Apesar de nunca ter se sentido, verdadeiramente, integrada à turma, ela jamais pensou em recuar. “Em oito anos de faculdade nunca sai com os colegas de turma. Quando estávamos conversando sobre trabalho e eu contava como era o meu dia a dia, sentia que não acreditavam. Sabia que se perguntavam como uma mulher poderia estar falando com tanta naturalidade de um trabalho que é, essencialmente, masculino. Achavam que eu era homossexual, perguntavam se eu era casada, se tinha namorado, ficavam rindo, fazendo comentários indelicados”.

Mas Sandra estava ali para provar que era capaz a qualquer preço. “Estava decidida a mostrar que não existem barreiras nem preconceito quando queremos realizar os nossos sonhos. Hoje, aos 55 anos, mãe de três filhos e avó de quatro netos, aposentada e aguardando o desligamento da empresa, me sinto uma mulher realizada. Consegui mostrar a todos que não existe idade nem sexo para escrever uma nova história”, desabafa. 

Vivendo a melhor etapa da sua vida, Sandra agora só deseja curtir o que mais ama: praia, plantas, costurar e namorar. A opinião dos outros? É dos outros!! 

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Alessandra Franco é editora do Portal Tudo para Mulher - TPM.

Formada em Jornalismo pela Universidade Federal de Sergipe, antes de assumir o comando do tudoparamulher.net, atuou como repórter e editora do semanário Cinform. Foi assessora de Comunicação e de Imprensa do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Município de Aracaju - Setransp - e coordenadora de Imprensa da Secretaria da Comunicação Social da Prefeitura Municipal de Nossa Senhora do Socorro.

 

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