A Câmara Municipal de Aracaju (CMA) rejeitou PL Segunda Sem Carne, de autoria da então vereadora Kitty Lima (Cidadania), que tinha como objetivo apresentar um cardápio diferenciado às crianças da rede municipal de ensino, substituindo a proteína animal por outras fontes de proteínas de origem não-animal todas as segundas-feiras do mês.
Para a parlamentar, hoje deputada estadual, o veto ao projeto limita a introdução de uma alimentação mais saudável às crianças e adolescentes em apenas um dia da semana nas escolas públicas do município, sem nenhum prejuízo ao público infanto-juvenil, o que possibilitaria assim uma dieta que evitaria o surgimento de uma série de danos à saúde.
“O objetivo desse projeto era dar uma alimentação mais saudável às nossas crianças e evitar assim que muitas delas sofram de doenças oriundas de uma má alimentação. A gente não queria tirar a carne do cardápio, até porque sabemos que muitas delas gostam desse alimento, mas sim de substituí-lo uma vez por semana por outros alimentos mais saudáveis que não são de origem animal. Infelizmente a Casa não entendeu a essência do projeto e a maioria dos vereadores decidiu vetá-lo, uma decisão, ao meu ver, completamente equivocada uma vez que essa proposta auxiliaria numa dieta mais saudável a essas crianças e jovens e ainda ajudaria na despesa do município com a merenda escolar, já que haveria a redução do consumo de carne”, lamentou Kitty Lima.
O movimento ‘Segunda Sem Carne’ está presente em mais de 30 países e é apoiado por líderes nacionais e internacionais, além de diversas instituições. No Brasil, por exemplo, desde 2011, a rede pública de ensino de São Paulo passou a servir refeições exclusivamente sem carne para mais de 900 mil alunos todas as segundas-feiras, assim como o Distrito Federal e os governos estaduais de Curitiba e do Rio de Janeiro.
De acordo com um estudo realizado pela Organização para a Alimentação e Agricultura das Nações Unidas (FAO), foi comprovado que o aumento de 100 gramas de qualquer tipo de carne ingerida diariamente está associado a alta de 12% a 17% do risco de câncer de cólon e reto. Quando o assunto é carne processada, o risco é ainda maior. Isso porque o aumento diário de ingestão de apenas 25 gramas deste tipo de carne está associado ao aumento de 49% do risco de câncer de cólon e reto.
“O Brasil possui um levantamento realizado pelo Ministério da Saúde que aponta que 60% da população brasileira apresenta sobrepeso ou obesidade, e que revela ainda que uma em cada três crianças, com idade entre 5 e 9 anos, sofre de obesidade infantil. O que queríamos era justamente frear essa realidade oferecendo um cardápio balanceado que seria criado para combater os males oriundos do consumo excessivo da proteína animal”, esclareceu Kitty.
Outro fator importante para a adoção da campanha, fortalecido pela vereadora, é a questão ambiental. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), a produção pecuária é a que mais afeta as mudanças climáticas no planeta. A indústria desse setor é a grande responsável pela emissão de CO2 na atmosfera (os gases de efeito estufa).
Da Ascom Kitty Lima
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