O Brasil e a lógica do desastre. Esse é o tema do debate que ocorrerá no próximo dia 11 de novembro, na sede da ADUFS, às 19h, com a presença do filósofo e professor Paulo Arantes, da Universidade de São Paulo (USP).
Integrando o projeto Ciclo de Debates “Brasil em crise – Política, crise e perspectivas”, organizado desde o início deste ano pela ADUFS, a atividade com Paulo Arantes buscará refletir criticamente sobre a conjuntura política e econômica brasileira e internacional e os desafios para a classe trabalhadora.
Definindo o Brasil como uma “democracia de baixa intensidade” ou “democracia racionada”, Arantes acredita que o Brasil está num estágio “ingovernável”, caracterizado pelo avanço destrutivo da classe dominante do país sob todas as áreas. Como saída para este cenário, Arantes entende ser fundamental a aposta na política, mas, conforme entrevista concedida por ele ao Brasil de Fato, “como luta e não como gestão”.
Para o filósofo, houve, por setores da esquerda, “um abandono da ideia clássica de política como conflito social canalizado em torno de algumas grandes expectativas – e nos aferramos à ideia de gestão, governo e administração. E eu acho que estava subentendido que não haveria mais política. No fundo, era isso: a política tinha se resumido na disputa dos fundos públicos e políticas orçamentárias alternativas e como encaminhar esses fundos através de políticas públicas conquistadas ou implementadas através de negociações com o Congresso, lobbys e assim por
diante. A ideia de eleição ou alternância de poder praticamente era uma rotina sem nenhum significado político. Isto é, por mais acirrados que fossem os embates nas campanhas eleitorais que acontecessem de dois em dois anos – e dá uma ilusão de mobilização em torno de projetos, mas são projetos de poder em disputa eleitoral. E isso não muda estruturalmente nada”, disse, também em declaração ao Brasil de Fato.
Sobre Paulo Arantes
Paulo Eduardo Arantes é um filósofo e importante pensador brasileiro. Especialista em História da Filosofia, Filosofia Política, Moderna (particularmente a Filosofia alemã), Filosofia francesa contemporânea e Teoria Crítica, é professor aposentado do Departamento de Filosofia da FFLCH-USP.
É diretor da coleção Zero à Esquerda, da Editora Vozes e da Coleção Estado de Sítio, da Boitempo. Atualmente é pesquisador do Centro de Estudos dos Direitos da Cidadania, CENEDIC, um centro interdepartamental de pesquisa vinculado à Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP.
Publicou mais de dez livros, sendo alguns dos mais recentes Zero à esquerda (2004), Extinção (2007) e O novo tempo do mundo: e outros estudos sobre a era da emergência (2014).
Da Ascom
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