Após denunciar na semana passada sobre a farra do pagamento de jetons para conselheiros de empresas da administração indireta do Estado, o deputado estadual Georgeo Passos, Cidadania, voltou a abordar esse tema. Ele usou o pequeno expediente da sessão plenária desta terça-feira, 15, para revelar que, apesar das críticas, o Conselho de Reestruturação e Ajuste Fiscal (Crafi/SE) autorizou reajustes para o pagamento do benefício.
Com isso, não tardou para que alguém aumentasse o valor pago pela regalia. Segundo publicação recente do Diário Oficial, a Empresa Sergipana de Tecnologia da Informação (Emgetis) já reajustou de R$ 1.500 para R$ 2.100 o valor pago para os jetons dos participantes dos seus conselhos administrativo e fiscal. Isso para que os conselheiros somente participem das reuniões.
E a tendência é que isso ocorra em outros conselhos. “É uma verdadeira farra. Em um ano onde o Governo alega não ter dinheiro para nada, ver que preferem esbanjar o dinheiro dos contribuintes com esses penduricalhos para aqueles que já recebem um bom salário é vergonhoso. Enquanto isso, os servidores sofrem há seis anos sem direito sequer a recomposição inflacionária”, criticou Georgeo.
Na semana passada, Georgeo levou ao plenário da Alese o levantamento feito pelo Movimento Atitude Sergipe (Mova-se) que demonstrou que somente no ano de 2018, foram gastos mais de R$ 4 milhões para o pagamento desse benefício. O parlamentar apresentou ainda atas de duas reuniões de conselhos onde nada de concreto foi produzido.
“Para se ter uma noção, foram duas reuniões produzidas apenas para aprovar as atas de reuniões anteriores. Não há discussões e nem se produz absolutamente nada. É muito dinheiro gasto para completar o salário”, criticou. O deputado vê a incoerência dessa medida diante do alardeado cenário de dificuldades financeiras. “O governador Belivaldo demonstra mais uma vez que a crise não é para os amigos dele”, assegurou.
“São conselhos importantes, mas que o valor poderia ser bem menor. Por que não uniformizar e reduzir? Demonstra que se Belivaldo quiser acabar com essa farra, não precisa extinguir conselhos. Basta editar um ato desse reduzindo consideravelmente o valor pago. Mas a gente percebe que, neste Governo, só existe crise para os funcionários públicos, mas não para os amigos do rei”, finalizou Georgeo.
Da Ascom
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