“Deprimente, frustrante, triste”. Essa foi a definição da defensora pública e vereadora Emília Corrêa (Patriota), para a sessão dessa terça-feira (5), na Câmara de Aracaju, quando da oitiva dos delegados Gabriel Ribeiro e Danielle Garcia, que conduziram as diligências do Departamento de Investigação contra a Ordem Tributária (Deotap), com relação aos contratos entre a Prefeitura de Aracaju e as empresas Cavo e Torre - para limpeza urbana na cidade - entre os anos de 2010 a 2016. Foco das investigações da Comissão Parlamentar de Inquérito, mais conhecida como CPI do Lixo.
“O que fizeram dessa sessão foi um teatro para não mostrar o que deveria ser mostrado. Foi tudo combinado, com entendimentos equivocados e muito bem direcionados”, repudiou.
O primeiro ponto, segundo Emília, foi limitar os depoimentos aos anos de 2010 e 2016, quando, segundo a própria delegada Danielle Garcia, as investigações da “Operação Babel”, em 2017, entraram em sua última fase de operação e revelou situações mais graves após acesso da polícia a ligações telefônicas e medidas cautelares. Depois foi a mordaça imposta aos vereadores. “Todos que fazem o Poder Legislativo de um País sabem que é obvio o direito de voz do vereador. A Constituição Federal, a Lei Orgânica do Município de Aracaju e o Regimento Interno desta casa garantem isso”, disse.
Segundo a vereadora Emília Corrêa, que é pré-candidata ao Senado, ao arguir o presidente da CPI do Lixo, Vinícius Porto (DEM), sobre a proibição de se fazer questionamentos, a resposta foi ainda mais revoltante. “O presidente disse que não iria seguir o Regimente desta Casa por entender que é arcaico. Partindo desse pífio argumento só me resta perguntar então: quais são as regras que nós vamos seguir? Ele pode até dizer que são arcaicas, mas as normas estão em vigor. É lei!”, enfatizou.
Emília é enfática em dizer que a regra desse entendimento vem de uma cabeça que está a serviço do executivo para evitar que a verdade apareça. “Muita coisa deve estar em jogo, mas se tivermos que ir até o Supremo Tribunal Federal (STF) para afastar os membros dessa “CPI da conveniência”, nós iremos. A forma como esta Comissão de Investigação é conduzida, desmoraliza o poder da Câmara de Vereadores diante do povo dessa cidade, que merece saber a verdade”, concluiu.
Da Ascom
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