Por Raissa Cruz
Com o argumento de que assim como o ex-vereador Morito Matos (PDT) foi proibido de usar sua tradicional bandana na cabeça enquanto estivesse no plenário da Câmara, a Comissão de Ética sustentou na tarde desta quarta-feira, 17, a decisão de advertência contra a vereadora Lucimara Passos (PCdoB), que ergueu sua calcinha na tribuna da Casa, durante um dos seus discursos. Segundo o parecer da comissão, o uso de certas vestimentas no plenário são proibidas pelo regimento da Câmara. “O regimento é claro. Precisamos seguir limites para manter a ordem na Câmara”, frisou o presidente da comissão Dr. Agnaldo Feitosa.
Tantos os vereadores Agamenon Sobral (PP) quanto a Lucimara fora punidos com advertências apresentadas em plenário verbalmente e por escrito. Agamenon foi julgado por levantar, em certa feita, acusações contra Lucimara, e, em outro momento, fazer duras declarações em plenário contra uma mulher. No entanto, apenas a vereadora, que fazia da tribuna seu manifesto com a calcinha, justamente, contra declarações de Agamenon, entrou com um recurso contestando a decisão da comissão, mas este foi negado hoje por 12 votos a 5.
Para a vereadora, o resultado mostrou que os vereadores, incluindo Daniela Fortes (PR) que votou contra o recurso, agiram de forma machista. “Eu não estou sendo penalizada porque tirei minha calcinha do bolso, mas porque mobilizei a repercussão contra a violência que estava sendo mantida pela Câmara”, disse ela, referindo-se a “postura do vereador Agamenon e a morosidade de atuação da Comissão de Ética”. E relembrando que já foi vítima de um abuso físico, Lucimara chorou e disse que se sentia traída. “O vereador Manoel Marcos certa vez ouvindo meus discursos (sobre a violência que sofreu) disse que eu teria seu apoio e ele me trataria como filha, mas hoje me traiu (por votar contra seu recurso)”, disse ela.
Em contestação, o vereador Jailton Santana (PSC) defendeu o posicionamento da maioria dos vereadores de considerar fora dos limites a manifestação feita por Lucimara com a calcinha. “não fomos nem nós vereadores que a julgamos, mas foi a população que avaliou que a Câmara estava vivendo dias de baixo nível. Não acredito que somos hipócritas ou agressores como a vereadora avaliou por defender que a Câmara mantenha limites de uma postura de respeito”, ponderou ele.
Da redação NaPolítica.com
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