Luciano Milstein, o diretor presidente da +TVC, André Barros e os candidatos
Por Raissa Cruz e Adriana Freitas
Na noite desta segunda-feira, 26, a +TVC (TV Cidade) abriu a série de debates, eleições 2014, que as TV’s sergipanas irão realizar com os candidatos ao Governo. Eduardo Amorim (PSC), Jackson Barreto (PMDB) e Sônia Meire (PSOL) deram ênfase a temas como a saúde, educação e segurança, isso em um ritmo onde prevalecia a troca de ataques diretos entre Eduardo e Jackson, e a professora Sônia reagia igualando os seus concorrentes. O debate foi mediado pelo jornalista André Barros.
No primeiro bloco o destaque foi para as dívidas do Governo, logo em seguida a educação. “O que precisa ser feito é cortar as despesas, reduzir o número de secretarias e diminuir os cargos comissionados. Sergipe tem mais secretarias que São Paulo, enquanto isso o funcionalismo foi esquecido”, disse Eduardo.
“Pegamos o Estado destruído e cuidamos da sua recuperação, tanto que hoje nossa capacidade de endividamento aumentou, e conseguimos investir”, rebateu Jackson. Já a candidata Sônia Meire contestou afirmando que nenhum dos dois candidatos possui propostas para diminuir os juros da dívida pública e amortecer as dívidas do Estado.
Educação
Questionado sobre a necessidade de uma educação 100% pública por Sônia, o candidato Jackson disse que pretende se espelhar no modelo de gestão de quando foi prefeito de Aracaju, e, sobre a atual educação no Estado, tirou a responsabilidade de si. “Peguei o projeto da educação andando, tenho muito respeito pelo governador Marcelo Déda, mas não construí esse projeto (da educação). Fui prefeito e fiz uma merenda de qualidade e salários acima do que recebiam os professores do Estado”, disse.
Por sua vez, a professora Sônia apontou: “o senhor participou sim desse projeto, tanto que seu vice foi secretário de Educação e nunca implantou a gestão democrática da educação”.
Segurança
Quando se falou de segurança pública, Jackson Barreto destacou que o Governo investiu em equipamentos, valorização dos salários e no aumento do efetivo da Polícia Militar. Mas foi rebatido por Eduardo Amorim: “se o Estado estivesse nessa condição favorável não estaria como o 6º mais violento do Brasil. Em um ano o número de pessoas que foram mortas superou a população de Santa Rosa de Lima, de onde o candidato Jackson é”.
Saúde e o direito de resposta
O candidato Jackson Barreto aproveitou o debate sobre a saúde para, durante uma resposta que daria a Sônia Meire, confrontar Eduardo. Com um documento nas mãos, segundo ele informações do Tribunal de Contas, Jackson afirmou: “toda destruição na saúde começou quando Eduardo foi secretário. E aqui está uma amostra dos processos que ele responde sobre os gastos na sua gestão à época”. Esse foi um dos três momentos em que a assessoria do candidato Eduardo pediu direito de resposta. Jackson citou ainda a questão do Proinveste e Proredes, alegando que o seu opositor teria dificultado a aprovação desses projetos, que segundo JB seriam para investir na saúde.
Quando lhe voltou à palavra, Eduardo rechaçou: “respondi a um inquérito e não a uma ação, porque se fosse ação já estaria encerrada”, disse ele, e, em seguida, se direcionou aos percalços da saúde: “passaram oito anos e vimos que não falta recursos nem estaduais, nem federais para a saúde, mas falta gestão. Está aí os recursos para o Hospital do Câncer, três emendas que enviei e nenhum muro do hospital foi construído. Candidato (Jackson) tem idéia de quantas pessoas morreram de Câncer? Hospitais sem leito e macas, médicos sem condição de trabalho, clínicas inauguradas, mas sem equipamentos e medicamentos. Do que adianta?”, provocou.
Por outro lado, a candidata Sônia Meire criticou a gestão da Fundação Hospitalar de Saúde (FHS), chamando os dois concorrentes a responsabilidade: “todos esses governos privatizaram a saúde. A FHS é uma forma de legalizar a privatização. Nenhum governo em Sergipe até hoje tratou a saúde como direito universal”, criticou Sônia. Contudo Jackson conseguiu ainda se defender, prometendo reestruturar e reduzir os gastos com a Fundação Hospitalar de Saúde e a Secretaria de Saúde.
Outros temas
A questão da mobilidade urbana também foi citada. Jackson mencionou que fez investimentos enquanto prefeito nas vias de Aracaju, e fala em implantar corredores exclusivos para o transporte. Já Eduardo defendeu a duplicação das estradas no interior e abertura de mais vias na capital para atuar contra o congestionamento. E Sônia apenas tentou atingir Eduardo citando as pendências deixadas pelo suplente de senador Laurinho da Bonfim, mas ele rebateu: “Eu respondo apenas pelos meus atos. Nem concordo com certos atos de outros, e acho que cada um responde pelos seus”.
Em resposta às perguntas sorteadas dos jornalistas Valter Lima, Antônio Garcia e Eugênio Nascimento, os candidatos ainda explanaram mais. Sobre Banese: Eduardo negou planos de privatização dessa ou de qualquer instituição estadual, e defendeu investimento na valorização do banco. Quanto a Saúde: Jackson citou investimento em clínicas e hospitais e disse que agora é manter o custeio. E sobre a Previdência Social: Sônia Meire falou do rombo na previdência e do combate aos desvios de recursos públicos.
Platéia agitada
Uma grande platéia assistiu o debate da +TVC do lado de fora da emissora em telão preparado para receber o público, que em sua maioria mostrava fazer parte do eleitorado de Eduardo Amorim, e não poupavam chacotas quando a palavra estava com Jackson. Mas do grupo de governistas presentes, também se via manifestações contra Eduardo, especialmente, quando ele pedia direito de resposta. O som dos ânimos agitados da platéia ressoava forte dentro da TV.
Na emissora, além de jornalistas convidados e assessores dos candidatos, conferiram de perto o debate, o senador Antônio Carlos Valadares (PSB) e o vice na chapa de Jackson, Belivaldo Chagas; e a esposa de Eduardo, a procuradora do Trabalho, Vilma Amorim, e o coordenador da campanha do PSC, o deputado Zeca da Silva.
Da redação Na Política.com
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