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13/11/13 | 06:16h (BSB)

Oficina do SE Mais Justo reflete o espaço urbano na Maloca e do Coqueiral

Seis dias intensos de diálogos, produção e reflexão sobre a relação entre as pessoas, a comunidade e o espaço urbano foram proporcionados pela vivência na oficina Cidades Visuais: cultura, referencialidade e memória. O projeto desenvolvido pela fotógrafa Ana Lira e realizado em Aracaju em parceria com a também fotógrafa e pesquisadora Renata Voss trouxe experiências interessantes para jovens do bairro Coqueiral, do quilombo urbano da Maloca e do entorno do bairro Getúlio Vargas.

 

O projeto foi um dos selecionados pelo Edital de Apoio a Oficinas Culturais, lançado pelas Secretarias de Estado da Cultura (Secult) e da Inclusão, Assistência e Desenvolvimento Social (Seides) em 2012 e que tem suas ações desenvolvidas ao longo de 2013. O edital procurou incentivar a participação de jovens residentes em comunidades populares em ações que discutissem a cultura e integração social através da arte. Os cursos realizados nos municípios da Grande Aracaju trouxeram propostas educativas nas áreas de Artes Visuais, Artes Cênicas, Música, Literatura, Audiovisual, Artes Integradas e Cultura Popular.

 

Durante as duas oficinas realizadas na Escola José Alves do Nascimento, no Coqueiral, e na Criliber, instituição social localizada na Maloca, o cotidiano da população moradora das duas regiões foi tematizado pelos jovens participantes. “O projeto Cidades Visuais discutiu, por meio da fotografia e dos processos criativos da arte urbana, o quanto a imagem pode ser um meio através do qual criamos conexões com nós mesmos e o nosso entorno”, explica a proponente da iniciativa, Renata Voss.

 

Durante as aulas, os jovens discutiram conceitos de representação individual e coletiva por meio de dinâmicas, atividades de construção de cartografias pessoais, roteiros ilustrados, exercícios de sensibilização, exibição de vídeos, leituras e intervenções de rua. “As ações foram propostas com o intuito de pensar em como os universos pessoais e comunitários se integram e como o funcionamento destas relações é importante para a construção do que chamamos de cidade”, completa Renata Voss.

 

Por meio da articulação entre narrativas visuais e produção textual, eles foram incentivados a refletir sobre os potenciais dos locais em que moram, percebendo como estes territórios contribuem positivamente para a cultura sergipana, considerando temas como representação, memória, identidade e afrodescendência. Vale lembrar que esse trabalho é fundamental para reverter o processo de estigma colocado sobre essas comunidades pelo circuito de mídia, que em geral associa os bairros populares apenas a palavras como violência, medo, carência e problema.

 

“Por isso, os jovens fizeram questão de marcar palavras como força, simplicidade, amor, paisagem, responsabilidade, união, criatividade, entre outras, em suas intervenções práticas. E por meio delas, encontraram uma maneira de falar de seus lugares de origem ou de passagem de maneira mais coerente com o que vivenciam no cotidiano. Além disso, propuseram à população outro olhar sobre estes espaços que também fazem parte da cidade e contribuem para o seu desenvolvimento político, social, cultural e econômico”, argumenta Ana Lira, que também foi responsável pelo projeto.

 

Resultado

As 25 imagens resultantes do projeto foram impressas em tamanho 0,90cm x 1,20 cm e coladas nos tapumes do entorno do antigo edifício da Alfândega, na Praça General Valadão, no centro de Aracaju. O tamanho das peças foi escolhido para que elas pudessem ser vistas à distância, de modo a permitir que tanto pedestres como pessoas que estejam circulando de ônibus, carros ou outros tipos de veículos tivessem a oportunidade de acessar os trabalhos.

 

Desde a montagem da intervenção urbana, no último dia 26 de outubro, as imagens estão nos tapumes. As pessoas começaram a interagir com elas logo no momento da montagem. Passageiros, garis, transeuntes passavam, olhavam, questionavam.

 

“Desde o princípio, a ideia apresentada ao grupo era deixar que o tempo do espaço urbano decidisse os rumos das imagens. Algumas delas já foram afetadas pelas mudanças climáticas, como as chuvas recentes que caíram na capital sergipana. Outras por sua localização ainda estão mais conservadas. O objetivo final, que era levar a discussão para a rua e ir trazendo os retornos para a comunidade, foi cumprido”, frisa Renata Voss.

 

Para fechar o projeto, cada grupo recebeu um kit de montagem e uma cópia das imagens produzidas para pensar uma forma de exibição delas em seus próprios bairros. Esta atividade foi pensada para ser autônoma, no tempo de cada grupo e em discussão com a comunidade. “A turma da Maloca ficou de pensar em algo no próprio quilombo urbano. Os educandos da Escola José Alves do Nascimento estão discutindo uma proposta com a direção da escola para fazer uma exposição na fachada do estabelecimento de ensino. Dedicação e autonomia são pautas em andamento nos dois bairros e a equipe do projeto está feliz em colaborar com elas”, conclui Ana Lira.

 

Da Secult/SE



19-05-2024
 

 

 

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