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24/10/13 | 07:29h (BSB)

‘Geladeira Cultural’ promove inclusão através da arte na Barra dos Coqueiros

Hip hop, desenho e grafite, misturados aos encantos da literatura, compõem um delicioso aperitivo armazenado em geladeiras pra lá de originais, confeccionadas por 40 adolescentes e jovens moradores de Barra dos Coqueiros, na Grande Aracaju. Trata-se do projeto ‘Geladeira Cultural’, cuja oficina começou a ser ministrada no Centro Comunitário do município, graças ao Edital de Apoio a Oficinas Culturais. Uma iniciativa do Governo de Sergipe, através das Secretarias de Estado da Cultura (Secult) e da Inclusão, Assistência e do Desenvolvimento Social (Seides).

 

Através do Edital, que faz parte do ‘Sergipe Mais Justo’, plano estadual de combate à pobreza extrema, os integrantes do projeto ‘Geladeira Cultural’ aprendem sobre preservação ambiental e a importância da não-degradação. A prática consiste em retirar dos mangues, das ruas e dos reservatórios de sucata as geladeiras em desuso, aptas a serem grafitadas criativamente pelos adolescentes e jovens, que as transformarão em bibliotecas utilizadas pelos mesmos e por outros estudantes de escolas públicas da localidade.

 

“Tudo começa com a conscientização. Logo depois, a união de atrativos que interessam o público jovem, no caso, o hip hop e seus quatro elementos: o grafite, o MC, o DJ e a dança. Nesse segundo estágio, em que o uso do lápis de cor e do papel dão margem para a utilização de sprays, a desenvoltura dos participantes é aparente e desperta a abordagem de temas tão comuns na cultura hip hop, a exemplo das desigualdades sociais”, explica a educadora e artista plástica Kathia Cristina Silva, que ensina técnicas de grafitagem com o auxílio do filho Ícaro Couto, mais conhecido como MC Fosco.

 

Para Fosco, que é referência hip hop no município e no país, um projeto incentivado pelo poder público torna-se um importante recurso para a disseminação da arte proveniente da periferia. “Há 12 anos, quando aderi à grafitagem, poucos eram os recursos disponibilizados para o desenvolvimento dessa arte, sem falar na discriminação sofrida pelos amantes do hip hop. Hoje, posso ser considerado porta-voz dessa iniciativa que possibilita o interesse de novos aprendizes, mediante a utilização de um material de boa qualidade. Tudo isso associado à prática da leitura, é o ideal para ampliar conhecimentos e formar cidadãos conscientes”, ressalta o MC.

 

De acordo com Lânia Ribeiro, assistente social e uma das idealizadoras do projeto, as geladeiras grafitadas passam a armazenar livros adquiridos mediante doações estimuladas e feitas pelos próprios educandos. Segundo ela, um dos grandes méritos da iniciativa é estimular o interesse dos mesmos pela aquisição e aproveitamento do livro.

 

“O colorido estampado nas geladeiras torna atrativa a aquisição das riquezas nelas contidas. A estética, nesse caso, funciona como uma estratégia de adesão em meio a um processo de globalização que induz estudantes a terem o computador como principal instrumento de aprendizagem e de exercício da cidadania. Aqui, além de termos o livro como principal fonte de conhecimento, apresentamos o hip hop e a pintura como elementos complementares”, salienta Lânia.

 

Um novo olhar diante da importância das bibliotecas tornou a estudante Erluce Rodrigues, 18 anos, uma verdadeira incentivadora da leitura. “Ainda não sou uma exímia grafiteira, mas posso assegurar que muitos dos colegas que não viam numa biblioteca pública uma fonte de lazer, entretenimento e cultura, agora estão vendo através do projeto ‘Geladeira Cultural’, e isso para mim é gratificante”, conclui a participante.

 

O projeto

‘Geladeira Cultural’ é desenvolvido no Centro Comunitário Sócio Cultural de Barra dos Coqueiros, localizado na região central do município, todas as segundas e quartas-feiras, das 8h às 11h30. O espaço, reconhecido como organização não-governamental, é destinado à promoção do desenvolvimento social através da inclusão e da cidadania nas áreas da educação, capacitação profissional, cultura, geração de renda e democratização do acesso aos meios de comunicação.

 

Da Secult/SE



19-05-2024
 

 

 

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