Peças suspensas, monitores antigos de televisão, suportes de madeira, leveza nas cores e muita poética são alguns dos elementos que compõem a exposição “Primeiras e Inéditas”, do artista visual Alan Adi, lançada nesta quinta-feira, 14, na Galeria J. Inácio. Esta é a quarta mostra participante dentre os trabalhos selecionados pelo Edital de Ocupação da Galeria J. Inácio, promovido pela Secretaria de Estado da Cultura (Secult), que visa incentivar tanto a produção artística, quanto o acesso às artes visuais.
“São trabalhos individuais que participaram de seletivas e premiações, fora do estado, e que, pela primeira vez, estão expostos juntos aqui em Sergipe. É interessante vê-los reunidos, porque são antigos, mas nunca tinham sido expostos desta forma, por isso o nome “Primeiras e inéditas”, já que foram meus primeiros trabalhos nessa linguagem de arte contemporânea. Estou achando maravilhoso colocá-los aqui na galeria”, declarou Alan Adi.
Sergipano radicado em São Paulo, Alan Adi trabalha com uma linguagem poética mesclando o verbal e não verbal. Graduado em letras, recorre livremente ao uso das palavras nas obras da exposição, compostas por vídeos e instalações. “Quando a gente sai, há certa imposição que o próprio mercado e cenário artístico exigem, principalmente em um lugar onde o setor de artes visuais ainda é estreito. Por isso, é interessante um edital como esse promovido pela Secult, numa seletiva bastante rigorosa, mas que possibilita um primeiro passo para novos artistas”, acrescentou o artista visual.
Para a historiadora Flávia Gervásio, a mostra foi bastante surpreendente. “Conheci há pouco tempo o trabalho de Alan. Vi um projeto que ele fez pelo Funarte, onde viajou pelo Nordeste trabalhando a questão da migração dos nordestinos que saem e voltam para seu lugar de origem. Esta exposição é completamente diferente. São trabalhos bem introspectivos que falam um pouco de solidão, de dor”, observou.
Já o assessor executivo da Secult, Lindolfo Amaral, comentou que Alan tem característica de não repetir suas obras e diversificar. “Ele ocupou as paredes na última exposição na Galeria Semear. Aqui na J Inácio, ele usa o espaço interno. É muito bom poder integrar um artista que está sempre vivendo uma dinâmica nova, sempre inquieto, sem estar parado no tempo e no espaço”.
Da ASN
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