O Governo do Estado, através da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro) intensificou as ações no combate à Mosca Negra do Citros na região citrícola nos últimos meses. As medidas já adotadas, como monitoramento, orientação técnica, visitas às propriedades e palestras educativas sobre o controle e uso adequado das práticas de pulverização e de utilização de produtos já abrangem os 14 municípios que compõem a região citrícola no estado. Na próxima quarta-feira, 25, em mais uma ação de combate à praga, a Emdagro reunirá citricultores para realização de um Dia de Campo, em Boquim. A iniciativa, que acontece na semana em que se comemora a tradicional Festa da Laranja no município, visa reforçar, através de demonstrações das práticas utilizadas no combate à praga, a importância da colaboração de todos para detecção e controle da mosca negra.
Desde a primeira detecção da praga no estado, oficialmente em 17 de fevereiro de 2014, a Emdagro tem focado seus esforços em programas que objetivam viabilizar alternativas agroecológicas de controle para a mosca negra em apoio aos produtores de citros. Neste período, foi implantado o Controle Emergencial da praga, adquirido produtos comerciais (agrotóxicos), pulverizadores costais, equipamentos de proteção individual (EPI) para aplicação dos produtos e feito treinamento da equipe que atuou no controle dos focos iniciais da praga, por meio de pulverizações e de acompanhamento técnico da aplicação dos produtos, primeiramente no município foco da praga no estado, Salgado. Ao todo, foram 1.058 propriedades e pomares comerciais de citros visitados pela Emdagro. Também foram realizadas, pelos técnicos da empresa, nos 14 municípios que compõem a região citrícola e nas suas diversas comunidades, 143 palestras de orientação técnica, abrangendo cerca de 2.900 citricultores, com distribuição de cartazes e folhetos explicativos.
“A mosca negra chegou a Sergipe no ano passado, mas desde 2010 a Emdagro, através de um trabalho educativo, vinha alertando os produtores para sua prevenção. Tanto que, há mais de três anos já havia registros na Bahia e ainda não tinha chegado aqui. Fizemos um intenso trabalho de fiscalização nas fronteiras, propriedades e de mudas clandestinas”, explicou a coordenadora da Defesa Vegetal da Emdagro, Maria Aparecida Andrade.
Nos 14 municípios, Salgado, Tomar do Geru, Cristinápolis, Umbaúba, Itabaianinha, Santa Luzia, Arauá, Boquim, Lagarto, Estância, Itaporanga d’Ajuda, Riachão do Dantas, Indiaroba e Pedrinhas, as ações da emdagro contam com a parceria das prefeituras municipais, em especial as secretarias municipais de agricultura, sindicatos rurais, associações e cooperativas. A Emdagro também lançou uma campanha educativa em rádios e televisão, alertando os citricultores sobre os cuidados para evitar a disseminação da praga no polo citrícola.
Controle
O controle biológico da mosca negra em diversas partes do mundo tem sido mais eficiente que o controle químico e, para isso, os produtores devem adotar métodos de controle que não causem desequilíbrio ambiental, onde práticas de cultivo inadequado podem contribuir para uma disseminação rápida e resistência da praga ao controle, como por exemplo, o uso inapropriado de agrotóxicos.
“O controle químico é pouco eficiente neste caso, a prioridade é o controle biológico, mas para isso é preciso inimigos naturais. Então nossa orientação é que eles façam uso do controle alternativo, como preconiza a agroecologia, com óleo mineral, detergente e óleo de neem. Mesmo porque a Emdagro prioriza esse controle agroecológico, pois 75% do nosso público é o pequeno produtor e essas técnicas preservam os inimigos naturais (joaninhas, bicho lixeiro) da mosca negra”, diz Maria Aparecida Andrade.
Outra ação da Emdagro são os intercâmbios com citricultores nos pomares cujos proprietários veem obtendo êxito no controle da praga, utilizando os pomares como unidades demonstrativas.
A coordenadora da Defesa Vegetal da Emdagro esclarece que os produtores devem estar atentos a evolução da praga, fazendo as pulverizações de 15 em 15 dias. É necessário ainda evitar caminhões com resíduos de outras propriedades, ferramentas e caixas que podem estar contaminadas e mudas sem origem de procedências, para evitar a contaminação.
“Estamos discutindo a elaboração de uma portaria criando a obrigatoriedade de todo produtor rural fazer esse controle da mosca negra. Atualmente já alcançamos um nível abrangente de orientação em todos os municípios produtores, com diversos representantes rurais envolvidos, sindicatos, organizações rurais, prefeituras e todos aqueles que atenderam os chamados da Emdagro para o controle da praga”, reforça Maria Aparecida Andrade.
Da Ascom
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