Contrário à redução da maioridade penal, o vereador Dr. Emerson, durante discurso no pequeno expediente, na última quinta-feira, 21, na Câmara Municipal de Aracaju (CMA), fez uso da palavra para chamar a atenção para o fato de que, em parte, o problema da violência e do envolvimento de menores com a criminalidade deve-se à pratica da corrupção no país.
Segundo o parlamentar, os crimes de corrupção são o grande pecado social do Brasil, já que retira a oportunidade de muitas pessoas em terem acesso à escola de qualidade, saúde, moradia e a transporte, por exemplo. O vereador lamentou o fato de que, no Brasil, para quem comete crime de corrupção há um Código Penal que estabelece um limite prescricional muito curto, o que contribui para a sua prática. “O corrupto, com uma boa bancada de advogados, escapa da cadeia, enquanto a população pobre está lá. A mesma população pobre que, por exemplo, nos momentos de chuvas e desmoronamento é a que morre, porque mora em locais inadequados, já que são esses os que restam para ela”, lamenta o parlamentar.
“Seria muito simples eu ser favorável a essa redução, até porque há pesquisas que mostram que a maioria da população está favorável a ela. A grande imprensa tem um papel fundamental nisso, faz a dominação ideológica e massifica determinadas ideias no sentido de as pessoas se tornem simpáticas a essa redução da maioridade penal”, lamenta Dr. Emerson, que espera seja o debate mais aprofundado em todo o País.
O parlamentar lamentou ainda quanto à ineficiência do sistema penitenciário brasileiro na recuperação do detento - menos de 20% dos casos - à superpopulação carcerária e quanto ao fato dos filhos dos setores mais pobres da população estarem expostos ao trabalho infantil e outras formas de exploração, como a realizada pelo tráfico de drogas. “Para essa população pobre, a receita que estão encontrando é a cadeia, que não promove a ressocialização, que não recupera. Precisamos enfrentar o problema do envolvimento de menores com a criminalidade sem hipocrisia e sem concepção ideológica que possa querer resolve-lo jogando-o para debaixo do tapete”, afirma o parlamentar.
Da Ascom
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