O trabalho constante das equipes do Programa Municipal de Controle da Dengue em Aracaju tem alcançado resultados significativos. Nos últimos dois meses a infestação geral de dengue em Aracaju reduziu em 43% comparando com os meses de junho e julho. O resultado é fruto de diversas ações desenvolvidas pela Saúde de Aracaju, como a atuação rotineira dos agentes de endemias, que levam orientações preventivas para a população e se organizam em mutirões realizados nos finais de semana, para eliminação de focos da dengue em diversos bairros e áreas de maior risco para a doença na capital sergipana.
Nenhum dos 42 bairros da cidade apresenta alto risco para surto de epidemia de dengue. A redução da infestação é constatada por meio do quinto Levantamento de Índice Rápido do Aedes Aegypti (LIRAa) de 2014 em Aracaju, pesquisa que foi realizada no período de 1° a 10 de setembro, pela Vigilância Epidemiológica, traçando um panorama da dengue no Município.
A coordenadora do Programa Municipal de Controle da Dengue, Taíse Cavalcante, destaca que Aracaju conseguiu atingir o melhor resultado dos últimos quatros anos para este período do ano. "Foram meses desafiadores para as equipes do combate à dengue, pois existiam condições favoráveis para reprodução do mosquito transmissor, que é o período de modificação climática com presença de chuvas constantes e sol intenso. São fatores que aumentam o surgimento de locais ideais para o mosquito depositar ovos, a exemplo de latas, pneus e garrafas acumulando água limpa e parada", explica.
De acordo com Taíse Cavalcante, no verão o período de desenvolvimento dos ovos depositados pelo Aedes Aegypti até se transformar em mosquito é de uma semana, enquanto que no período mais frio do ano, este prazo pode se alongar de 15 a 30 dias.
A coordenadora destaca que na pesquisa do LIRAa, o município obteve um índice de infestação predial de 1,2. "Este número significa que, conforme a classificação feita pelo Ministério da Saúde, a situação da infestação da dengue em Aracaju hoje é classificada como médio risco ou alerta. Isso é um bom indicador de que a Saúde esta atuando da forma correta porque o município conseguiu inclusive reverter a situação de bairros como Pereira Lobo, São José e Suíssa, que antes apresentavam alto risco de surto de dengue e hoje tem uma situação mais controlada", afirma.
A diretora de Vigilância em Saúde, Tereza Cristina Maynard, reforça que, mesmo com a obtenção do bom resultado, as ações realizadas em colaboração com a população devem continuar. "Contar com a colaboração de todos os moradores de Aracaju é decisivo para que possamos afastar o perigo da dengue e proteger a saúde de todos. Precisamos que as pessoas continuem atentas a cuidados essenciais, como não deixar acumulado nos quintais e terrenos materiais como latas, pneus e garrafas, cobrir com telas de proteção lavanderias, tonéis e depósitos de água", explica.
Segundo Tereza Maynard, em setembro, 72% dos criadouros do mosquito da dengue foram encontrados nas residências e em locais de armazenamento de água a exemplo de lavanderias, caixas d'água e tonéis. O LIRAa também apontou que vasos e pratos de plantas, ralos, lajes, sanitários em desuso ocupam o segundo lugar, em se tratando de criadouros de larvas do Aedes Aegypti, com o índice de 24,5% e este percentual teve uma aumento de 7,4% em relação a julho.
Hoje os bairros com maior índice de infestação da dengue em Aracaju são Santa Maria (2,8%), 17 de Março (2%), Pereira Lobo (2,2%), Centro (2,2%), Getúlio Vargas (2,2%), Cirurgia (2,2%), São José (2,2%) e Suíssa (2,2%).
Conforme o Ministério da Saúde, o critério de avaliação dos valores do Índice de Infestação Predial considera como baixos ou satisfatórios os percentuais menores que 0,9 %; médio (ou de alerta) para os maiores que 1% e menores que 3,9%; e alto risco de surto quando o índice é igual ou superior a 4%.
Da PMA
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