O presidente Jair Bolsonaro criticou hoje (21) o vazamento de informações sigilosas no procedimento investigatório criminal instaurado para apurar supostas movimentações suspeitas envolvendo Fabrício Queiroz, ex-assessor de seu filho mais velho, o senador Flávio Bolsonaro (sem partido-RJ). Queiroz era lotado no gabinete do parlamentar à época em que Flávio era deputado estadual.
“Eu vou responder e sem a réplica. O processo está em segredo de Justiça. Quem é que julga? O MP [Ministério Público] ou o juiz? Os caras vazam e julgam. Paciência, pô. Qual a intenção? Um estardalhaço enorme”, disse durante entrevista de balanço de um ano de governo, concedida a jornalistas no Palácio do Alvorada, residência oficial.
O presidente também criticou os julgamentos sobre o caso sem ainda um processo judicial instaurado. “Será por que falta materialidade para ele e o que vale é o desgaste agora? Quem está feliz com essa exposição aí absurda na mídia? Alguém está feliz com isso. Agora, se eu não tiver cabeça no lugar, eu alopro. Que leve o caso dele de acordo com a legislação que está aí”, acrescentou.
Para Bolsonaro, todo os Poderes da República precisam ter alguma forma de controle, para evitar abusos. "Não é [controle] do Executivo. Quando começa a perder o controle, buscar pelo em ovo. Eu sou réu no Supremo. Já sofri processos os mais variados possíveis. Então, a questão do Ministério Público está sendo um abuso, eu noto. Qual a interferência minha? Zero", afirmou.
Reforma tributária
O presidente disse que não será possível reduzir a atual carga tributária no país, mas que é possível simplificar impostos. Ele disse não ver "tanta dificuldade" em aprovar uma reforma tributária no ano que vem.
"É do interesse da sociedade, como é a [reforma] da Previdência. Então, não vejo tanta dificuldade. O que tenho falado com Paulo Guedes [ministro da Economia] é usar mais a palavra simplificação e ver o que poder ser aprovado. Se, no passado, todas as outras tentativas não deram certo, se tivesse simplificado um pouquinho hoje talvez não precisasse de uma reforma tributária. Vamos dar um passo. Nosso peso [despesa] obrigatório é muito alto, folha de pagamentos, a questão dos benefícios sociais, a gente gasta R$ 200 bilhões por ano, se botar o BPC [Benefício de Prestação Continuada], o Bolsa Família. Seria bom que não tivesse essa despesa, porque seria sinal que de o povo está bem, mas tem que continuar isso daí. Não tem como fazer milagre. Está em torno de 36% nossa carga tributária, não tem como baixar, mas também não vamos aumentar. Deixo na mão do Paulo Guedes para ver o que ele acha melhor", disse.
Da Agência Brasil
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