Através de um requerimento de autoria da deputada estadual Maria Mendonça (PSDB), a Assembleia Legislativa promoveu, nessa terça-feira (18), um amplo debate sobre a importância de se promover a doação de medulas ósseas no Estado. Para fazer uma exposição para os deputados foi convidada a médica oncohematologista e coordenadora técnica do Hemose (Centro de Hemoterapia de Sergipe), Lourdes Alice Marinho.
Durante sua palestra, a expositora agradeceu a oportunidade de falar sobre um tema tão importante e aproveitou para tirar dúvidas dos parlamentares sobre o tema. Ela explicou como a pessoa que tem interesse de ser doadora se inscreve no Cadastro de Doadores Voluntários e de quem precisa da doação deve buscar o Cadastro de Receptores. Ela desmistificou muita coisa em sua fala e ainda pontuou que o transplante pode combater até 80 tipos de doenças.
Lourdes Alice explicou ainda que, normalmente, a pessoa que precisa de doação encontra alguém compatível com mais facilidade na própria família. “Um irmão tem 25% de chances ser 100% compatível. Se não achar na família isso vai de 1 para 100 mil para encontrar outra pessoa. Por isso é preciso ter muita gente cadastrada como doadora de medula óssea”.
Mito
A palestrante colocou ainda muita gente confunde medula óssea com medula espinhal, mas não tem nada a ver uma coisa com a outra. “Tem a ver com o tutano do osso. Ficam nos ossos da bacia. Também é dali que é retirado o material para o transplante. Esse tecido vai dar origem a várias células do sangue (hemácias, plaquetas e as células-tronco). Não vai apenas se multiplicar, vai formar outras completamente diferentes”.
Tratamento
Ela explicou ainda que o tratamento substitui a medula doente ou deficiente por uma nova que vai se multiplicar e reestabelecer a saúde. Lourdes colocou os vários tipos de transplantes, dentre eles, o autólogo, onde a pessoa passa pela quimioterapia, se trata e aquelas células-tronco retiradas e congeladas, voltam após um tempo. Já o transplante alogênico é quando o paciente recebe a doação de outra pessoa, de um parente.
O transplante
Em seguida, a palestrante detalhou os procedimentos para a realização de um transplante de medula óssea, com a realização de testes específicos de compatibilidade onde são analisadas amostras do sangue do receptor e do doador para verificar a total compatibilidade e evitar que a medula seja rejeitada pelo receptor. Daí em diante o doador passa pelo procedimento cirúrgico para retirada da medula óssea sem qualquer comprometimento à saúde.
Já o receptor passa por um tratamento de ataque às células doentes e recebe a medula sadia e as novas células começam a se desenvolver. “Quem tiver disposição de ser um doador, basta procurar um Hemocentro na sua cidade. Aqui nós temos o Hemose. Lá a pessoa vai assinar um termo de consentimento livre e esclarecido e vai passar por um procedimento de cadastro. Vai passar por uma palestra e vai sentir que tem uma vida esperando por ele”, disse Lourdes.
Da Ascom
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