Uma ofensiva junto aos governadores peemedebistas, capitaneada pelo senador José Sarney (PMDB-AP), garantiu o apoio da maioria dos senadores do partido ao nome de Renan Calheiros (PMDB-AL) para o cargo de líder da legenda em 2009, exatos 14 meses depois do parlamentar alagoano ter renunciado à presidência do Senado em meio a denúncias de corrupção. A liderança faz parte do pacote com que a cúpula peemedebista e o Planalto trabalham para evitar disputa entre o PT e o PMDB na sucessão do Senado.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva programa uma reunião com a cúpula do PMDB dia 12 ou 13 de janeiro, para arrancar uma definição de Sarney. Ou o senador assume de vez que é candidato, ou libera a cadeira em definitivo para uma composição com o PT de Tião Viana (AC). Um dirigente peemedebista com trânsito no Planalto informa que Lula quer esclarecer o quadro. Argumenta que, na última conversa com Sarney, ouviu do senador que não seria candidato “em hipótese alguma”. A despeito da negativa, porém, seus correligionários seguem sustentando que ele é “candidatíssimo”. Um interlocutor palaciano diz que, por isto mesmo, Lula pedirá à cúpula partidária que se manifeste e, se Sarney assumir o desejo de presidir o Senado, ficará “muito tranqüilo”. Caso contrário, o presidente insistirá no entendimento em torno de Viana.
Com Renan acomodado, sobram duas alternativas para o atual líder Valdir Raupp (RO) no xadrez da sucessão no Senado: a primeira vice-presidência na chapa de Viana ou a liderança do governo no Congresso, caso Sarney saia candidato e seja eleito.
Hoje, porém, o cenário aponta para um confronto entre Viana e o atual presidente da Casa, Garibaldi Alves (PMDB-RN), que está em campanha aberta pela reeleição. Como a Constituição não permite o segundo mandato de presidente no curso da legislatura, o próprio Garibaldi admite que sua candidatura é duvidosa do ponto de vista jurídico. Mas pondera que assumiu um mandato tampão de pouco mais de um ano, com a renúncia de Renan, e não abre mão de sustentar seu nome como alternativa do PMDB. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo. (AE)
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