Por Adriana Freitas

Na tarde desta quinta-feira, 23, o Tribunal Regional Eleitoral de Sergipe deu continuidade a oitiva de testemunhas indicadas pela Procuradoria Regional Eleitoral (PRE/SE) nos processos de irregularidades no repasse e na aplicação de verbas de subvenção social da Assembleia Legislativa de Sergipe (Alese). No período da tarde foram ouvidas quatro testemunhas. Segundo a procuradora da República, Eunice Dantas, o presidente da Vida, Centro de Formação Para o Futuro, Givaldo dos Santos, será investigado por falso testemunho.

O presidente da Vida, Givaldo dos Santos, em vários momentos mostrou contradição no seu depoimento ao explicar como utilizou as verbas de subvenção, indicadas pelo deputado estadual Luiz Mitidieri (PSD). Givaldo Santos confirmou que utilizou toda a verba em shows realizados durante o carnaval, São João e Dia das Mães. Nas investigações da PRE/SE, a Luzzy Produções Artísticas aparece como beneficiária da associação, recebendo um cheque de R$ 86 mil.

Givaldo dos Santos disse que a Luzzy Produções oferecia serviços como iluminação, banda e palco, além da realização de cursos de biscuit. Mas as informações foram negadas pela diretora da empresa, Edjane dos Santos. Em depoimento, a diretora da Luzzy afirmou que a empresa só oferece o artista e não realiza nenhum tipo de curso. Além de enfatizar, que não conhece a associação. 

Diante das contradições, o presidente da Associação Vida, localiza no lamarão, será investigado como explica a procuradora Eunice Dantas. “Foi requerido que seja enviado o áudio à Procuradoria da República ao nosso coordenador criminal e será tomada todas as medidas para apurar o falso testemunho, já que o depoimento dele foi contraditório em relação ao que a proprietária Luzzy falou. Vai ser encaminhado a procuradoria da justiça e lá vai ser distribuído aos colegas e vai ser aberto algum procedimento investigatório para apurar a conduta dele”.

Estância

Em depoimento, o presidente do Centro de Assistência Social da Saúde de Sergipe, Antônio Batista Assunção, confirmou que continuou desenvolvendo as atividades assistencialistas, mesmo sabendo que era proibido no período eleitoral. A associação recebeu R$ 300 mil em verbas de subvenção através do deputado Gilson Andrade. A associação atuava distribuindo óculos, remédios e cestas básicas. A testemunha confirmou que conhecia o deputado Gilson Andrade e que pessoas atendidas em consultas médicas pelo deputado eram beneficiadas na associação.

“Foi verificado pelo Ministério Público nas diligências que fizemos a entrega de receitas e medicamentos dentro do período eleitoral. Isso é irregular nos meses de julho e agosto e mesmo assim teve muita entrega. Nesse caso, foi Gilson Andrade que encaminhou pra lá e é evidente o benefício político que ele teve com a entrega de cestas básicas, medicamentos e enxovais de bebês com algumas pessoas sabendo que era ele o responsável pela emenda que encaminhou os recursos para lá”, destacou a procuradora Eunice Dantas.

Mais testemunhas

Também prestou depoimento, Edivaldo José de Lima, responsável pela Associação Olímpica Itabaiana. A entidade recebeu o valor de R$ 100 mil em subvenções, repassadas pelos deputados Gilson Andrade e Venâncio Fonseca.

Da redação