Reunião das expressões artísticas do povo negro sergipano
*Texto do amigo Pedro de Oliveira cita a homenagem a um músico e compositor quilombola, falecido recentemente, que será feita pelo coletivo Novembro Negro em sua 8ª edição em Sergipe.
Durante todo o mês de novembro as ruas e praças de Aracaju serão tomadas pela negritude fomentada na 8ª Mostra Pluriartística promovida pelo Coletivo Novembro Negro. Instituído desde 2001 o Novembro Negro atua em diversos setores da sociedade, e vem cumprindo papel fundamental no que diz respeito à provocação do debate étnico racial dentro de espaços públicos, como algumas escolas situadas nos bairros periféricos de Aracaju e dentro das comunidades.
Para Wolney Nascimento, funcionário do SESC Aracaju e militante do Novembro Negro, “nesse ano nós decidimos que para além do debate que tange as questões da injúria racial em suas diversas formas com o povo negro sergipano, as atividades do Novembro Negro trarão outra dinâmica. Vamos debater sobre nós negros enaltecendo a importância de nossa cultura, a partir do resgate de nossa ancestralidade”, afirma.
Terra de João Mulungu dentre outros personagens negros que contribuíram para história de resistência sociocultural do povo de cor, o estado de Sergipe ainda conserva em suas estruturas institucional e social a lógica do embranquecimento histórico.
É ligado à necessidade de reascender grandes nomes da cultura negra do estado, que o Coletivo Novembro Negro, nesse ano, faz uma homenagem in memorian, ao cantor e compositor “Irmão”, artista oriundo do segundo Quilombo Urbano do Brasil, situado no Quilombo Caixa D’água, atual Maloca.
Este ano, as atividades da 8ª Mostra Pluriartíscia se sustentarão em três pilares: educação, cultura e relação intercultural, além de descentralização das respectivas atividades que nesta edição acontecerão no SESC do Bairro Siqueira Campos e na sede do município de Socorro.
“A ideia do projeto é levar para dentro das escolas temas que ajudem os estudantes a compreenderem a importância do povo negro na contribuição sociocultural do Brasil, a partir do Pan-Africanismo presentes nas artes plásticas e produção audiovisual. Assim os professores e diretores das instituições públicas entenderão a importância da lei 10.639”, afirma Ancelmo, também militante do Novembro Negro.
A programação da 8ª Mostra Pluriartística do Novembro Negro está disponível na íntegra através do site www.sesc-se.com.br/novembronegro. A entrada é gratuita. (Por Pedro Oliveira)
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