MARCA-TEXTO - "Não nos escondemos atrás de recado", diz Edvan sobre artigo de Valadares "Se tiver mandando recado, não sei ouvir. A política moderna tem nome e endereço" |
Por Joedson Telles
O empresário Edvan Amorim, líder maior do bloco de partidos encabeçados pelo PSC em Sergipe, talvez tenha subestimado a própria força ao marcar para a sala de reunião da Ilha FM a transmissão do cargo de presidente do PR das suas mãos para as do deputado federal Laércio Oliveira, no final da manhã da última sexta-feira, dia 27. Marcada para as 10h, a solenidade lotou não apenas a sala onde aconteceu a transmissão como também outras dependências da Ilha FM. Políticos (com ou sem mandatos), jornalistas e simpatizantes do grupo estiveram por lá. Ao final, o líder Edvan conversou com o jornalista que assina esta entrevista sobre, entre outros assuntos, a mudança de comando no PR, a sua relação com o governador Marcelo Déda (tida como abalada por alguns) e sobre o engajamento do seu irmão, o senador Eduardo Amorim (PSC), para que Sergipe tenha um Hospital especializado no tratamento de pessoas com câncer. A entrevista:
Universo Político.com - A mudança de comando no PR é uma forma de oxigenar mais o grupo, já que o senhor, agora, terá como dar mais atenção aos chamados partidos pequenos?
U.P. - Ou seja, o PR já ganhou musculatura com o senhor o presidindo, e cabe, agora, a Laércio e a Gilmar darem sequência ao trabalho, enquanto o senhor estará mais envolvido no crescimento de outras legendas do grupo. É isso?
U.P. - O deputado federal Laércio Oliveira, que vem sendo citado nas pesquisas para prefeito de Aracaju, mesmo sem ter colocado seu nome à disposição publicamente, chegou a expressar este desejo? Ou mesmo outro membro do grupo nutre este sentimento?
U.P. - O assunto já foi discutido com o governador Marcelo Déda? E.A. - Somos da base do governador, mas não discutimos ainda essa questão da Prefeitura de Aracaju. No momento certo, o governador deve nos chamar e vamos emitir a nossa opinião. Depois disso, vamos tirar as conclusões do que o grupo entendeu para as eleições de 2012.
U.P. - E os comentários dando conta de um racha entre o senhor e o seu irmão x o governador Marcelo Déda?
U.P. - O senhor enxerga maldade em quem planta notinhas sobre o "racha"?
U.P. Há muita polêmica em torno do Hospital do Câncer, que deve ser um projeto de Sergipe e não politizado contra ou a favor de ninguém particularmente, o senhor não acha?
U.P. - E ainda, como o senador Eduardo Amorim tem dito, ele é médico, gosta da área, tem compromisso...
U.P. - Não é possível pensar pequeno nesta hora. É isso?
U.P. - E como o senhor e senador Eduardo Amorim estão lidando com as críticas? Algumas dentro do próprio grupo liderado pelo governador Marcelo Déda, como um artigo escrito, recentemente, pelo senador Antônio Carlos Valadares, que não citou o nome, mas, para muitos, não deixou dúvida de que o alvo era o senador Eduardo Amorim? E.A. - Nós fazemos política moderna. E a política moderna tem nome e endereço. Nós não nos escondemos atrás de factóides ou recado. Quando estamos satisfeitos continuamos, quando não, não somos obrigados a continuar. Eu não creio que o senador Valadares esteja mandando nenhum recado. Prefiro acreditar que não. Se tiver mandando recado, não sei ouvir recado. Se ele tiver alguma coisa para falar comigo ou com Eduardo, telefone. Porque se eu tiver algo a tratar eu o procuro e falo. É assim que a política da modernidade funciona. A política que olha para a frente. É por isso que o grupo cresce. Hoje mesmo (sexta-feira passada) assistimos a um ato (a transmissão da presidência do PR), para mim de emocionar, porque você vê tantos depoimentos em relação à nossa liderança... Mas isso não me deixa envaidecido no sentido de ficar arrogante. Deixa-me orgulhoso à medida que você vê o reconhecimento do trabalho que fazemos aqui no dia-a-dia.
U.P. - A propósito deste trabalho, é comum as pessoas que vivem a política sergipana nutrirem uma curiosidade: como o senhor, mesmo sem mandato, comanda um grupo que cresce tanto? Hoje é fácil alguém dizer que seu irmão é senador, que o partido tem deputados federais, a maior bancada da Assembleia... mas lá atrás, para construir tudo isso, qual o segredo? E.A. - A gente recebe pessoas que são políticas e pessoas que não são políticas. E o tratamento é o mesmo. Naquilo que podemos ajudar, com a voz amiga, ajudamos. Mas não fazemos promessas para iludir ninguém. Então, acho que aquele que recebe uma resposta negativa, volta outro dia e quem sabe recebe uma resposta positiva num outro assunto. O respeito e a confiança são mantidos. Isso tem sido o nosso discurso, e vai para a prática.
U.P. - Ou seja, o diferencial deste grupo que o senhor lidera, ao lado do senador Eduardo Amorim, é que a palavra dada é sempre mantida? E.A. - Com certeza. E vamos continuar assim.
U.P. - Isso é raridade na política?
Da redação Universo Político.com
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