MARCA-TEXTO - Sem poupar o PT, petista diz que todos trabalham para derrotar Ana e Iran "Foram montadas estratégias para derrotá-los de todos os lados, com muito suporte financeiro", diz Joel |
Por Joedson Telles
Filiado ao Partido dos Trabalhadores, o professor e diretor de comunicação do Sintese, Joel Almeida, ex-presidente da entidade, revela nesta entrevista que concedeu a Universo Político.com que há um forte esquema financeiro para impedir as reeleições dos deputados petistas Ana Lúcia e Iran Barbosa. "Eles são os que sobreviveram desse grande mercado que virou a política partidária A ação dos dois em defesa dos trabalhadores incomoda os adversários políticos e setores do governo, pois eles se apresentam como aliados críticos", diz. Para Joel Almeida, foram montadas estratégias para derrotá-los de todas as partes e de todos os lados (leia-se adversários e o próprio PT). "Inclusive com muito suporte financeiro às candidaturas que poderiam tirar votos de Ana e Iran em áreas em que, culturalmente, eles são bem votados", denuncia. O petista bate ainda de frente com o discurso de campanha do candidato Marcelo Déda (PT), ao revelar que os professores enxergam o pagamento do piso salarial como uma mera obrigação legal.
Universo Político.com - A deputada estadual Ana Lúcia Menezes precisou usar a tribuna da Assembleia Legislativa para rechaçar a informação que o senhor estaria envolvido em outras campanhas, exceto a dela própria e a do deputado federal Iran Barbosa. Como o senhor acompanhou este episódio?
U.P. - Isso pode ser visto como algo isolado ou o senhor percebe outras formas de as candidaturas de Ana e Iran serem afrontadas?
U.P. - No meio político, inclusive entre adversários, comenta-se que a reeleição de Ana Lúcia e de Iran Barbosa, não agradaria a todos dentro do PT. O que o senhor pensa sobre este juízo? J.A. - As regras eleitorais são antropofágicas, você disputa vagas com seus partidários ou aliados, obviamente dentro do PT em determinados momentos isso é mais forte, por conta da existência de tendências internas, ou seja, há a luta interna e a externa, e, certamente, há o desejo de nos enfraquecer. Mas o partido é único. O inadmissível é quando o tratamento é desigual internamente, e quando se fortalecem dentro do PT candidaturas de fora do partido que todos duvidam que votem com o governador Déda ou com a (candidata) presidente Dilma. A imprensa fala a todo o momento da trairagem nessas eleições.
U.P. - O senhor acredita mesmo que o atual governo ainda atenderá o pleito histórico dos professores e implantará a gestão democrática nas escolas públicas?
U.P. - Na prática, qual o maior benefício que a implantação da gestão democrática trará para estudantes e professores?
U.P. - Em a gestão democrática não saindo do papel, o Sintese fará a chamada "meia culpa" frente os professores, já que, a exemplo de outros sindicatos, ajudou a eleger o atual governo?
U.P. - Nos últimos quatro anos, o Sintese foi chamado de pelego pela oposição e de anacrônico pelo governo. Críticas como essas são injustas ou refletem o momento, na sua ótica?
U.P. - O ex-governador João Alves Filho (DEM) criticou o atual governo por não ter construído sequer uma escola, durante o seu governo. O senhor assinaria embaixo dessa crítica ou a enxerga-a como retórica de quem almeja voltar ao poder? J.A. - Veja só, há equívocos nesse debate sobre construção de escolas. Todos os dados estatísticos dão conta de que a matrícula vem caindo no Brasil e em Sergipe. Temos escolas com muitas turmas ociosas, algumas com turnos inteiros fechados. Talvez em um ou outro lugar haja a necessidade de construção de escolas no ensino fundamental ou médio, mas essa não é a nossa grande demanda nessas modalidades. Nós precisamos é melhorar a qualidade das escolas e do ensino. Estes, sim, são grandes desafios. Em termos de construção, a grande demanda se dá em creches e pré-escolas, que são responsabilidade dos municípios, mas sem um grande aporte de recursos do Governo Federal para isso, os municípios não terão recursos para atender essa grande demanda.
U.P. - A oposição tem razão quando diz que as escolas deveriam ser reformadas durante as férias, para não deixar alunos sem aulas?
U.P. - Alunos do Colégio Estadual presidente Médici asseguram que o diretor, vestido numa camisa vermelha, entrega ‘santinhos' dos candidatos Marcelo Déda e Francisco Gualberto aos alunos dentro do colégio, inclusive contrariando alunos e professes que não votam nos candidatos. Em que isso contribui para uma educação de qualidade? J.A. - Se isso ocorreu, é muito ruim para o processo democrático, e diz da urgência de termos a gestão democrática de ensino. A campanha política pode ser feita na área externa da escola por qualquer cidadão. Quando ocorre dentro da escola há extrapolação de limites, sobretudo se foi feito pelo diretor de escola. É preciso averiguar e coibir os abusos.
Da redação Universo Político.com |