As ações de combate à pandemia pela Covid-19 em Sergipe pelo Governo do Estado, e os problemas que vieram à tona oriundos dessa crise, foram o foco dos questionamentos da líder da oposição na Assembleia Legislativa de Sergipe (Alese), a deputada estadual Kitty Lima (Cidadania), à secretária de Estado da Saúde (SES), Mércia Feitosa, na manhã desta terça-feira, 30, durante audiência pública na Casa quando a gestora apresentou o relatório da pasta do último quadrimestre de 2020. Dentre os assuntos abordados, a parlamentar questionou sobre a oferta de oxigênio a pacientes da rede pública de saúde, tema que o Governo do Estado acabou caindo em contradição.

Em cerca de uma hora a secretária expôs os dados quanto a atuação da SES no ano passado, e em seguida, Kitty Lima iniciou suas argumentações dizendo estar preocupada com o cenário de avanço da Covid-19 que vem se agravando em todo o estado, e cobrou da secretária os esforços que vêm sendo feitos pelo Governo do Estado no combate ao vírus.

Uma das preocupações apontadas por Kitty foi em relação a uma possível falta de oxigênio para pacientes do sistema público de saúde em Sergipe – assim como aconteceu em outros estados brasileiros – questionamento já feito pela deputada à SES em janeiro deste ano por meio de ofício.

Na resposta encaminhada pela pasta ao gabinete da deputada, a SES garantiu que a logística de Sergipe é favorável e que possui muitas plantas com fabricação de oxigênio localizados a poucos quilômetros da capital, concluindo que Sergipe está “bem assistido com relação ao abastecimento nas unidades hospitalares da Secretaria de Estado da Saúde”, cenário diferente do que foi colocado pela secretária durante suas explanações sobre o assunto na Alese.

Em resposta enviada apenas em 16 de março, uma demora descabida, a secretaria informou que a população não precisa se preocupar porque há oxigênio para atender a demanda de pacientes na rede pública de saúde, porém, na audiência pública de hoje, a secretária disse que houve um aumento do consumo e que a situação da oferta deste insumo é de alerta, um sinal amarelo. Infelizmente, neste momento de crise, a falta de certeza em relação a esse assunto deixa toda a população, e os profissionais de saúde, totalmente inseguros. No que devemos acreditar?”, questiona Kitty.

Outro ponto levantado pela deputada foi a demora na ampliação do número de leitos para atender a demanda de pacientes que, de acordo com Kitty, no final de julho do ano passado, o estado somava cerca de 618 leitos, sendo que destes 209 eram de UTI. Em fevereiro deste ano, lembrou Kitty, pesquisadores da Universidade Federal de Sergipe (UFS) já afirmavam que Sergipe estava dentro da segunda onda da pandemia da Covid-19, porém, naquele momento, o número de leitos era de apenas 172 leitos.

Houve a desativação de leitos em plena onda de avanço do vírus que, segundo a secretária, ocorreu por iniciativa dos fornecedores. O Estado deveria ter articulado melhor a oferta de leitos já que ele tinha informações de pesquisadores da UFS em relação ao estudo que apontava o aumento do número de casos e, consequentemente, a necessidade de acolher esses pacientes, mas nada foi feito. Esperou que a situação se agravasse para a partir daí ir em busca de soluções, mostrando a falta de planejamento”, apontou Kitty.

Segurança Pública

A deputada também questionou a secretária Mécia Feitosa sobre a possibilidade de vacinação dos profissionais da segurança pública de Sergipe por se tratar de categorias que atuam diretamente no combate a proliferação do vírus.

São profissionais que estão diariamente fazendo cumprir a lei e a ordem em meio a pandemia e os decretos de isolamento social e de medidas restritivas. São homens e mulheres que colocam suas vidas em risco para o bem de toda a sociedade e que precisam estar incluídos no programa prioritário de imunização”, defendeu Kitty.

Sobre esse pedido, a secretária informou que a solicitação não poderia ser atendida por uma medida exclusiva do Governo do Estado uma vez que os imunizantes que chegam a Sergipe para vacinação de grupos prioritários são determinados pelo Plano Nacional de Imunização (PNI), estabelecido pelo Governo Federal.

Da Alese