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SERGIPE -
Alberto Almeida aponta desafios do transporte público para hoje e o pós-pandemia
Alberto Almeida aponta desafios do transporte público para hoje e o pós-pandemia

O presidente do Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros do Município de Aracaju (Setransp) e da Federação das Empresas de Transporte de Passageiros dos Estados de Alagoas e Sergipe  (Fetralse), participou na tarde do último dia 29, a convite do advogado Marcos Viana, da Live Mobilidade Urbana: Hoje e Pós Pandemia, no perfil da Viana Advogados no Instagram.

Durante a conversa, foi retratado o quadro atual do setor de transporte local e nacional,  e Alberto Almeida tirou dúvidas e trocou sugestões sobre o que poderia ser feito para melhorar o sistema para o passageiro e beneficiar a mobilidade urbana. Diante do momento de combate ao CoronaVírus, o empresário explanou sobre como seria o momento pós-pandemia, mas já advertindo da incerteza que todos vivem, tendo em vista que o Brasil está entre os destaques dos países em fase de contaminação comunitária. Segundo, o presidente do Setransp e da Fetralse, há uma bola de neve com a crise econômica acumulada desde antes da pandemia e o período de isolamento social.

“Hoje vivemos um quadro de incerteza, infelizmente. Vemos um cenário em que achamos que voltaríamos à normalidade rapidamente, mas isso não aconteceu. Nas primeiras semanas, sentimos o agravamento da situação, tomamos medidas e fomos nos adequando o mais rápido possível, fazendo de tudo para não ter uma grande redução de postos de trabalho no setor. Contudo, junto a isso vivemos a problemática da crise financeira no transporte que já vinha sendo acumulada, onde hoje somamos com o fechamento do comércio e com o isolamento social. Isso não somente afetou os passageiros, mas a todos. Hoje temos uma bola de neve”, comentou ele.

De acordo com o presidente Alberto Almeida, no período pré-pandemia, o transporte público coletivo já buscava soluções para a queda do número de passageiros e o crescimento dos custos para operação do serviço, e tudo isso tendo como única fonte de custeio a tarifa proveniente do usuário pagante. Durante a pandemia, essa queda de demanda tem sido em média 70%. Só nos últimos três meses foram 10,6 milhões de passageiros a menos se deslocando, o que representa uma perda de R$ 38,8 milhões de reais. 

“A crise já existia antes da pandemia. Mas estamos vivendo uma situação tão grave, que se algo não for feito, o setor de transporte poderá passar por uma crise fatal. O transporte público é um serviço importante, que deveria ser olhado como a saúde e segurança, por exemplo. Cerca de 75% da população utiliza ônibus para tudo! Pra trabalhar, estudar, ter lazer, e as pessoas precisam de um serviço de qualidade. Por isso, a importância dos investimentos, que sozinhos não podemos arcar. É importante que todas as esferas se somem para que tenhamos equilíbrio no futuro”, reforçou.

O advogado Marcos Viana, conduzindo a live, explanou sobre a situação atual do país e toda a mudança no cenário do transporte coletivo, visto que a estabilização do quadro de contágio da Covid-19 só se estabilize em 2021. “Temos que aprender a conviver com o vírus no mundo e o sistema de transporte não pode parar e jamais parou. Hoje vivemos um caos, em que já vivíamos uma crise econômica, política e agora, sanitária”, disse.

Já o empresário Alberto Almeida comentou que várias adequações internas foram feitas para assegurar a prestação do serviço de transporte nas ruas, mas se houvesse suporte financeiro do setor público, o resultado seria bem diferente. “O usuário é o único que financia todo o sistema, inclusive o custo da gratuidade, que em sua totalidade não tem fonte de custeio. A situação atual já é muito ruim, mas enfrentaremos um momento ainda pior, com as dívidas que se acumulam desde antes da pandemia junto às instituições bancárias e fornecedores, vão se somar às da pós-pandemia e terão que ser suportadas pelo passageiro pagante; que por sua vez, também estará em quantidade reduzida, haja vista que a demanda com certeza não será retomada por completo. Isto é, teremos que pagar custos entre 130% e 140% com uma arrecadação de máximo 80%", advertiu o presidente do Setransp e da Fetralse.

 

Da Ascom