SERVICOS - Sistema prisional: dificuldades e saídas são debatidos durante seminário |
A situação atual do sistema prisional no Brasil e o modelo de justiça penal marcado pelo encarceramento que tem superlotado os presídios de todo país foram debatidos durante seminário realizado na manhã desta sexta-feira, dia 18, no plenário da Assembleia Legislativa. A atividade foi promovida pela Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM) da Câmara dos Deputados, através de requerimento apresentado pelo deputado federal João Daniel (PT), que é membro titular, juntamente com a Pastoral Carcerária, que completa 30 anos de atuação em Sergipe.
“E cerca de 80% dessas pessoas estão presas por crimes contra o patrimônio ou pequeno tráfico de drogas e quase sempre têm a mesma cor e provêm da mesma classe social. São pessoas jovens, pobres, pretas e de periferia”, relatou. Pelos dados apresentados pelo coordenador nacional da Pastoral Carcerária, 37% da população prisional no Brasil não tem condenação definitiva. Dados referendados pelos Mano Sinho, jovem liderança que há 16 anos realiza um trabalho de inclusão através do esporte e cultura com jovens da periferia em Aracaju, especificamente na região do Coqueiral. Com a experiência de ter visto muitos jovens da comunidade entrarem para o crime e muitos morrerem muito cedo, para ele, a educação é o caminho de libertação. “Não podemos mais ver o sistema prisional ser mercadoria com a privatização e a vida ser banalizada. Todos que entram, quando voltam para minha comunidade voltam piores, mais violentos”, disse, ao parabenizar a iniciativa do deputado João Daniel e a Pastoral em debater esse tema. A jovem Acácia, do Coletivo Quilombo, ressaltou a importância de levar esse debate para as escolas, para que os jovens tenham condições de conhecer essa realidade e não apenas o que é passado pela mídia tradicional. Já Jorge Júnior, também do Quilombo, observou que esses jovens partem para o tráfico por falta de oportunidade. “A gente percebe isso quando Rafael Braga ainda está preso e o filho da desembargadora está solta. A palavra de ordem é parem de nos matar e encarcerar o pobre, preto, favelado”, disse.
Da Ascom |