BRASILEMUNDO - Líderes partidários lamentam morte de Teori |
Líderes partidários da Câmara dos Deputados lamentaram a morte do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki, vítima de um acidente aéreo ocorrido na quinta-feira (19) em Paraty, litoral sul do Rio de Janeiro. Relator dos processos da Operação Lava Jato no STF, Teori trabalhou, mesmo durante o recesso do Judiciário, para acelerar as homologações de novas delações de executivos da empreiteira Odebrecht, aguardadas para segunda-feira (23). O líder do PPS, deputado Rubens Bueno (PR), sintetizou a expectativa dos parlamentares em relação às investigações. “É uma perda irreparável. Todos nós estamos aguardando a decisão da presidente Cármen Lúcia [do STF]: se ela vai designar um novo relator, considerando o próprio regimento, que dá condições excepcionais para ela escolher; se ela vai ouvir o colegiado do Supremo como um todo; ou se vai aguardar o próximo ministro”, afirmou. Rubens Bueno disse torcer por uma solução rápida que não paralise o andamento da Operação Lava Jato. “Nos últimos dias, o ministro Teori Zavascki esteve em Brasília trabalhando para produzir toda a documentação necessária para que, a partir de fevereiro, pudesse tomar uma série de decisões, além de ouvir aqueles que estão denunciados”, disse Bueno. O novo líder do PT, deputado Carlos Zarattini (SP), ressaltou as qualidades de Teori e disse que poderá haver um ligeiro atraso nas investigações da Lava Jato. "O ministro Zavascki se caracterizou por um trabalho sério, competente e uma discrição muito importante para um ministro do Supremo Tribunal Federal. Nós todos tínhamos sempre muita expectativa em relação às suas decisões por conta dessa seriedade e profundidade”, declarou. “Foi uma perda grande para o Brasil. A gente espera ter um outro ministro com o mesmo trabalho e a mesma seriedade que ele teve. Evidentemente que todas essas avaliações que estavam sendo feitas pelo ministro Teori vão sofrer um atraso, mas isso vai ter que ter uma continuidade que permita o final desse processo, com o julgamento de quem deve ser julgado ou a absolvição de quem deve ser absolvido", disse Zarattini. Continuidade das investigações O líder do PSD, deputado Rogério Rosso (DF), também lamentou a morte do ministro e ressaltou a força institucional do Supremo. "Todos nós estamos muito tristes e lamentamos muito. Era uma referência como cidadão e uma conduta irreparável frente ao Judiciário. O momento agora é de tristeza e de condolências a todas as famílias. E confiamos muito no Supremo Tribunal Federal e nas instituições. A presidente Cármen Lúcia e os demais ministros saberão dar a melhor solução para que todos os processos em andamento no Supremo possam ter garantida a sua tramitação da forma como o ministro Teori fazia, com muita justiça, muita coragem e, acima de tudo, muita discrição." Já o líder do PCdoB, deputado Daniel Almeida (BA), falou em "choque" nos mundos político e jurídico. "O Teori vinha tendo um papel central nas investigações envolvendo a Lava Jato. E vinha fazendo isso com um cuidado especial em relação ao papel do Poder Judiciário, que é o de analisar, de forma técnica, os processos. Portanto, é uma perda enorme, que chocou todo o mundo político e jurídico e produzirá, sem dúvida alguma, impacto neste processo que está em curso." Para o líder do DEM, deputado Pauderney Avelino (AM), o momento é de "consternação". "O momento é de perplexidade com a morte prematura de um dos mais técnicos ministros do Supremo Tribunal Federal. É importante que o seu substituto possa ter as mesmas características dele. Questões extremamente importantes e urgentes que estavam sob a responsabilidade do ministro Teori passarão para o novo ministro. É um momento de consternação", disse Pauderney Avelino.
Especialista em processo civil e direito tributário, Teori também foi ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), presidiu o Tribunal Regional Federal da 4ª região (Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná) entre 2001 e 2003 e atuou como juiz do Tribunal Regional Eleitoral na década de 1990. Ele ingressou no STF em 2012 por indicação da então presidente Dilma Rousseff.
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