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Pedrinho Barreto: “O PSDB não será mais usado como trampolim”
Novo presidente cobra fidelidade ao projeto de oposição do PSDB; e não descarta candidatura própria em Aracaju
Pedrinho Barreto: “O PSDB não será mais usado como trampolim”

Por Raissa Cruz

 

Com a responsabilidade de buscar o fortalecimento do PSDB, preparando-o, inclusive, já para as eleições de 2016, além de manter a postura como partido de oposição aos governos Federal e Estadual, o novo presidente do diretório provisório do PSDB em Sergipe, Pedrinho Barreto, concedeu entrevista ao Portal NaPolítica para falar a respeito. Frisando que combinou com o senador Eduardo Amorim sobre “mudanças radicais” para fazer no partido, o advogado e suplente de vereador, Pedrinho Barreto, adiantou: “aquelas pessoas que estão fora do nosso projeto não vão ficar conosco no PSDB, pode ter certeza”. Pedrinho disse que vai cobrar a fidelidade partidária e ao projeto do PSDB. “O partido foi traído por parte dos seus filiados...Têm pessoas que possuem suas questões locais, mas é preciso que se alinhe melhor”, falou. O novo presidente disse ainda que eleições de 2016 e manutenção da aliança com o DEM são temas para debate apenas em 2016, mas antecipou que não descarta para o PSDB a possibilidade de candidatura própria em Aracaju. Confira:

 

Quando foi cogitado o seu nome para o comando do PSDB em Sergipe?
Eu não fui nem sondado. Na segunda-feira (da semana passada, em que recebeu a notícia), o senador Eduardo Amorim me chamou no escritório e disse ‘nós estamos indo para o PSDB e teremos uma executiva provisória e seu nome foi sugerido. Você topa?’. Fiquei surpreso, mas tive que aceitar. Surgiu a oportunidade de presidir esse partido que passei durante 18 anos e fui presidente do Instituto Teotônio Vilela e para mim é uma honra. Fui com interesse de agregar.

 

Pedrinho, você que acompanhou aquele momento de perto em que o ex-governador Albano Franco deixou o PSDB e ficou o burburinho de que ele tinha perdido o partido para o vice-prefeito José Carlos Machado. Como você avalia esse momento agora para o vice-prefeito passando o partido para suas mãos?
Pelo que me parece já se tem um consenso. O que Machado queria não era o comando do PSDB, e sim a garantia da vice prefeitura em 2016. Não posso dar essa garantia porque não depende de mim e não sabemos se estaremos junto com o DEM em 2016. Tudo poderá acontecer. Poderemos ter candidatura própria ou apoiar outro candidato.

 

Essa questão do DEM e o PSDB para as eleições de 2016, já tem algo acordado?
Não. Hora nenhuma isso foi falado comigo. Ouvir falar pela mídia dizendo que a questão era o cargo de vice. Não tive o contato com Machado, nem com João Alves. Estou falando pelo que ouvi falar.

 

Mesmo você estando, até então, no PR (já que se desfiliou pouco antes de receber o a notícia que assumiria o PSDB), mas você vinha acompanhando o trabalho do PSDB. Hoje, assumindo a responsabilidade de presidir esse partido, o que você acha que de início deve ser feito?
O partido vinha sendo comandado pelo ex-deputado Roberto Góis, uma pessoa séria e que tem uma história tanto na política, como no partido. A única questão que acho que deveria ser mudada é a questão da fidelidade. Hoje o PSDB é um dos partidos mais cortejados do Brasil. Por conta disso, as pessoas vêm para o PSDB. Não é justo vim para o PSDB, se eleger pelo partido e apoiar coligações distintas. Não concordo com isso. Sempre respeitei as posições, cada um tem suas preferências.

 

O PSDB, então, muitas vezes foi usado de ponte para candidatos?
Não digo ponte, mas o partido foi traído por parte dos seus filiados. Nós tivemos candidatos à presidência e muitos do PSDB votaram no candidato do PT. Nós tivemos candidatos ao governo e muitos votaram no candidato do PT, que não é nosso aliado. Isso não é justo. Têm pessoas que possuem suas questões locais, mas é preciso que se alinhe melhor.

 

Esta semana, inclusive, tivemos a desfiliação da prefeita Gracinha do PSDB. O que você achou dessa situação?

Gracinha é uma pessoa querida, uma amiga. Agora, aqui estou falando de uma questão política. Não é justo ela ser do PSDB e votar em Dilma como ela votou, em Jackson e em Rogério. Isso não é justo. Todos aqueles que não votaram acho deveria ter saído antes das eleições, antes de se candidatar.

 

Agora na liderança, você acha que o partido deveria tomar uma decisão em relação a isso junto a Justiça Eleitoral, pedindo o mandato...?
Acho que não é por aí. O momento de cobrança é no ano da eleição que deve se cobrar. Hoje sentei com Eduardo Amorim e algumas pessoas para fazer mudanças radicais com relação ao comando. Aquelas pessoas que estão fora do nosso projeto não vão ficar conosco no PSDB, pode ter certeza.

 

Isso se adota para outros nomes como o prefeito Lila Fraga entre outros?
Todos sem exceção. O governo tem uma dúzia, ou duas dúzias de partido. Sei lá. Procure o partido dele lá, mas o nosso não será mais usado como trampolim.

 

Essa reunião com Eduardo Amorim que você comentou, confirma que o PSDB realmente será conduzido, conforme foi sugerido pela Executiva Nacional, pelas mãos também do senador. Isso é de consenso com os filiados do PSDB?
Eu ainda não adentrei de fato ao partido porque ainda a ata não chegou às minhas mãos, mas eu sei que as pessoas que estão vindo para o PSDB com certeza já estão assinadas com Amorim.

 

Um dos focos do partido, além do seu fortalecimento, obviamente, será a candidatura ao governo com Eduardo Amorim?
O senador será candidato a um cargo majoritário, mas o futuro a Deus pertence. Acho que a maturidade acontecerá no momento certo. Será analisado a melhor coligação e os melhores nomes, e sem sobra de dúvidas ele será candidato a um cargo majoritário.

 

Qual o propósito do PSDB nessa nova direção?

O propósito é cobrar aquilo que foi pregado em campanha. Os empréstimos que o Governo do Estado pediu, cobrar melhorias para os servidores e nos hospitais. Cobrar a construção do Hospital de Câncer que na campanha estava a todo vapor e agora pararam. Cobrar melhorias na saúde, educação e segurança.

 

E em relação as eleições de 2016, e a possibilidade de renovar a aliança com o DEM. Qual a visão do novo presidente?
2016 será discutido em 2016. Tudo pode acontecer como manter a aliança, fazer novas coligações ou até se ter candidatura própria. Tudo pode acontecer. Mas 2016 será discutido em 2016.

 

Mais alguma coisa que queira acrescentar?
Só que fique claro que o partido jamais será forte se não tiver unidade. É esse trabalho que a Nacional nos pediu e vai nos cobrar isso mais à frente.

 

 

Da redação NaPolítica