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Valadares sobre a possibilidade de disputar o governo: “De Zero a 10, zero”
“Senado para mim é sinônimo de paz, de trabalho, onde sou dono da minha vontade”, justifica
Valadares sobre a possibilidade de disputar o governo: “De Zero a 10, zero”

Por Joedson Telles

 

O senador Antônio Carlos Valadares (PSB), que sempre é lembrado como um nome forte dentro do agrupamento governista para disputar as eleições para o Governo do Estado, sobretudo em o governador em exercício Jackson Barreto (PMDB) desistindo da disputa, ao menos nesta entrevista, trata de jogar um balde de água gelada sobre certos aliados e analistas políticos. Provocado sobre a possibilidade, Valadares descartou de pronto. “De Zero a 10, zero.  Senado para mim é sinônimo de paz, de trabalho, onde sou dono da minha vontade que a exerço com responsabilidade. O senador ainda comenta ações do seu mandato, a proximidade que vem tendo com o prefeito de Aracaju, João Alves Filho (DEM), e assegura não fazer planos para emplacar o deputado federal Valadares Filho como vice-governador.

 

O senhor postou no seu Facebook, na semana passada, que “pronunciei-me e votei favorável à PEC que determina cassação automática de parlamentar condenado em sentença criminal transitada em julgado”. É uma forma de dar a sua contribuição para passarmos o Congresso Federal a limpo?

A PEC é moralizadora porque acaba de uma vez por todas com o corporativismo, com aquela situação esdrúxula de alguém que tenha sido condenado pela Justiça possa ainda ser detentor de mandato eletivo. O criminoso tem que cumprir pena, sem imiscuir nos trabalhos de um Parlamento que tem de ser livre e limpo.

 

O senhor comemorou a notícia que estaria dentro do cronograma o processo licitatório para elaboração do anteprojeto da primeira etapa do Canal de Xingó. Qual a importância dessa obra para os sergipanos da região do Alto Sertão?

O projeto Canal de Xingó, agora sim, chegou mais perto de sua plena execução. Depois que estiver pronta será a maior obra estruturante de todos os tempos. Pela sua grandiosidade e importância levará muito tempo para chegar ao seu final, e poderá atingir dois governos. O canal de 300 quilômetros sairá da Bahia e penetrará em Sergipe, trazendo água pelo sistema de gravidade, o que dará um grande diferencial de economia de energia elétrica. A primeira etapa a ser licitada terá uma extensão de 130 quilômetro. As águas irão afastar o carro pipa, a fome e a miséria do sertão. Um rio artificial invadirá o sertão fornecendo água para sedentação animal e irrigação, protegendo a região contra os efeitos das secas. 12 mil empregos serão gerados na sua construção. A economia sergipana, com a pecuária leiteira em expansão e o processo de irrigação drenando a frutificultura, disputará no mercado nacional e internacional a venda de seus produtos.

 

A água tem sido um tema presente no seu mandato – sobretudo nos últimos meses. O senhor sente eco entre os demais senadores sobre essa preocupação? Quais as suas últimas iniciativas, senador?   

A escassez de água é um tema que me preocupa porque a nossa região faz parte do polígono das secas. O governo Déda tem realizado com o apoio do Governo Federal muitas obras voltadas para o fortalecimento dos recursos hídricos. A Codevasf, que é dirigida aqui em Sergipe por um nosso companheiro, Paulo Viana, como todo nosso apoio, tem construído milhares de cisternas e aguadas no sertão, sistemas de abastecimento d’água, revitalização dos  canais de irrigação do baixo são Francisco. Neste espaço seria impossível relacionar e comentar todas as minhas iniciativas. Tenho mais duas centenas de proposições que foram apresentadas por mim. Dentre elas, posso destacar algumas como autor, outras como relator. A PEC da Alimentação, já promulgada, a PEC da saúde, que define índices de aplicação de recursos pelos entes federados em favor do setor, criação de Varas do Juizados Especiais da Fazenda Pública nos Estados, a LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2012), Lei da Organização da Defensoria Pública,  Lei de Combate à Lavagem de Dinheiro. Ainda este mês pretendo entregar como relator, meu parecer na CCJ sobre projeto de lei que veio da Câmara sobre as drogas. Me esforço na medida do possível no âmbito da Comissão que presido no Senado (CDR – Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo) para fortalecer o nosso Nordeste, e atender os pleitos do governo de Sergipe e dos prefeitos municipais. Por essa atuação, onde procuro sempre me atualizar, e renovar as idéias, é que tenho recebido o reconhecimento de órgãos e instituições de todos os poderes, como o DIAP, a Polícia Federal e o Congresso Foco.

 

O senhor esteve, ao lado de outros parlamentares, acompanhando o prefeito de Aracaju, João Alves Filho, numa audiência com o ministro da Saúde, Alexandre Padilha. A informação que circulou em Aracaju é que o ministro limitou-se a aconselhar a Prefeitura de Aracaju a aumentar a demanda para ter mais recursos. Como o senhor avalia o encontro? Há esperanças de Aracaju ser contemplado?

Este foi o primeiro encontro do prefeito João Alves com o ministro Alexandre Padilha, que recebeu um documento muito bem elaborado pela secretária de Saúde do Município, Goretti Reis. Tenho certeza que, após esse primeiro contato, as informações levadas ao Ministério serão melhor estudadas e avaliadas. Da minha parte, como coordenador da bancada (de Sergipe) estarei à disposição do prefeito João Alves para trabalhar não só junto a esse Ministério (Saúde) como em todos os segmentos do Governo Federal.

 

A propósito, sua presença num pleito do prefeito João Alves junto ao Ministério da Saúde, adversário nas últimas eleições, atesta que os interesses de Aracaju pesam mais que qualquer disputa política?

Sem dúvida. A luta política não pode interferir na boa relação entre lideranças quando em jogo estiverem os interesses da população.  É, portanto, do nosso dever lutar por esse povo que me confiou três mandatos de senador.

 

O senhor, hoje, é aliado do governador em exercício Jackson Barreto, que já se lançou pré-candidato ao governo, em 2014. Quais as chances desta harmonia com João Alves chegar a um único palanque?

Teremos uma eleição difícil no próximo ano. Torço para que Jackson Barreto, em 2014, como pré-candidato e coordenador natural das articulações políticas a serem feitas no período apropriado, possa arrumar bem o time para a grande vitória.

 

O senhor acredita que sua decisão em Sergipe será tomada com total independência ou, necessariamente, passa pelo destino de Eduardo Campos, que em sendo candidato a presidente da República, precisará de um palanque em Sergipe?

O PSB Nacional, qualquer que seja o quadro político, não irá modificar os entendimentos e acordos nos estados.

 

De zero a 10, qual a chance de Antônio Carlos Valadares disputar o Governo do Estado?

De Zero a 10, zero.  Senado para mim é sinônimo de paz, de trabalho, onde sou dono da minha vontade que a exerço com responsabilidade. Fui governador num tempo de inflação galopante de 80% ao mês. Mas, apesar de dificuldade tão gigantesca, o governo conseguia satisfazer a maioria, sem tanta dependência do governo central, sem as limitações e interferências que bloqueiam, travam ou retardam a gestão administrativa. Os tempos mudaram e muita coisa melhorou em termos de controle na aplicação dos recursos públicos. No entanto, as etapas a cumprir para se fazer uma obra deixam o administrador numa situação em que as pessoas pensam que nada anda, e que tudo é incompetência, o que muitas vezes é injusto. Em compensação, os recursos são ainda mais escassos, enquanto que as reivindicações que são muitas delas justas, se multiplicam em progressão geométrica.

 

Em off, aliados do senhor asseguram que o seu maior projeto para 2014 é emplacar o deputado federal Valadares Filho como candidato a vice-governador numa chapa com chances reais de vitória? Procede a informação?

O nosso partido luta para manter a sua representação na Câmara dos Deputados. Se Valadares Filho não for candidato, dentro do nosso partido não vislumbro nenhuma possibilidade de termos um federal. Portanto, não procede a informação.

 

O PSB perdeu o deputado Adelson Barreto e praticamente a deputada Maria Mendonça. O partido já tem a estratégia correta e nomes fortes para tentar voltar a ser uma legenda forte na Assembleia Legislativa?

É só aguardar. Teremos bons nomes para a Assembleia Legislativa fiéis ao PSB e à nossa bandeira. Preferimos ter de verdade do que ter apenas na aparência.

 

Da redação Universo Político.com