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CULTURA -
Cantador urbano: Heitor Mendonça
Artista lança seu primeiro CD nesta sexta no Teatro Tobias Barreto
Cantador urbano: Heitor Mendonça

O Festival Prata da Casa, em Antonina (PA), brilhou os olhos do guri aracajuano, de seis anos de idade, que sonhava ser como seu pai o Maestro Muskito. Para quem, enquanto bebê, dormia na caixa de violão do seu pai durante os shows que o cantador Muskito fazia, a disposição de segurar um microfone e mandar ver naquele festival foi fácil para primeira apresentação de Heitor Mendonça. “A música fazia parte da minha vida, e cantar aquela música, composição de meu pai, que falava da natureza, das tartarugas que tinham naquela região, foi incrível”, diz ele. Nessa época o garoto não sabia ainda que a vida, imersa na musicalidade, iria te levar mais tarde à companhia de Vital Farias e Wilson Aragão, músicos que, além de amigos/parceiros, serviram de cooperadores na formação musical que o maestro Muskito estava reservando a Heitor.

 

A partir de 1997, com o grupo de Cantadores de Canudos, na Bahia, nos 100 anos do pós Guerra de Canudos, Heitor começou a cantar profissionalmente, ainda embalando cantorias, e nesse estilo fez diversos shows em Aracaju, Recife, Paraíba. “Hoje apesar de eu ter a raiz da cantoria, eu faço um estilo mais cantador urbano”, se descreve Heitor, referindo-se às guitarras da cidade que ele passou a incluir em seu som. Com essa mistura, nem Heitor consegue, ou faz questão, de definir qual o seu perfil. “Meu estilo sou eu, estilo Heitor Mendonça”, ironiza. “Você encontra em meu CD samba, bossa nova, jazz, marcha, então não tem como definir”.

 

Quando fala em alegria, durante estes quinze anos de carreira, Heitor recorda dos momentos divididos com as amizades musicais que tem, como no Arco Verde, sertão de Pernambuco, cantando com Vital Farias e a turnê pela Chapada Diamantina com Wilson Aragão, que foi parceiro de Raul Seixas. “Com mais de dez mil pessoas na praça tocamos no São João daquela terra linda da Chapada. O encontro com Zé Paulo Werck também foi marcante. E para mim, a maior alegria é fazer essas e outras amizades que as estradas da música me proporcionaram”, comenta Heitor.

 

CD Heitor Mendonça

O lado poético de Heitor Mendonça começou virar definitivas composições há quatro anos, junto com o poeta sergipano Wedmo Mangueira e, principalmente, o companheirismo muito citado por Heitor, do violão de Gilton Lobo. “Fizemos diversas músicas e isso passou a ser um exercício apaixonante, sempre em parcerias”. Sem falta modéstia, Heitor Mendonça apostou na qualidade da sua produção, que se apresenta, sem ressalvas, como uma nova peça para ser destaque cultural na música popular brasileira. “Em dezembro de 2011 nos reunimos com Telma Delmontes e Marcela Prado, e ali, além do esboço do projeto, marcamos a data para o lançamento do CD. Contamos com a direção musical de James Bertisch e montamos uma banda com os chefes de naipes da orquestra sinfônica”.

 

Composições como Rio Para Não Chorar, que chegou a ser premiada pelo Atalaia Fest, fazem parte deste primeiro CD do cantor, intitulado Heitor Mendonça, que será lançado neste sábado, 19, no Teatro Tobias Barreto, e contará com a participação de 18 músicos, além das presenças especiais de Vital Farias, do grupo Cataluzes e Maestro Muskito. Os ingressos para o lançamento estão à venda na bilheteria do teatro por R$ 20 a inteira e R$ 10 a meia.

 

Separamos aqui a descrição perfeita do CD, retirada do site heitormendonça.com: “Em Pedra dos Raios, música de abertura do disco, o artista traz a tona toda influência urbana presente em seu trabalho, nela desfilam guitarras distorcidas e indagações filosóficas, tudo isso contrastando com Super Homem do Sertão, segunda faixa, onde o herói da cidade entra na pele do herói do sertão. O disco passeia ainda ao ritmo da marcha rancho do Poeta e a Flor, lembra a saudade em Cleomar, se oferece Para Ela, dança no Forró dos Vagalumes, sente a dor da natureza agredida em Rio Para Não Chorar, aconselha em Revira a Vida Elvira, retorna às origens em Voltar à Aldeia, e mergulha no tempo da infância No Quintal do Meu Avô”.

Aprecie um pouco aqui:

 

 

*Raissa Cruz é editora do Universo Político.com, e embora atue principalmente como jornalista política, traz nesta coluna a vertente cultural que muito aprecia.