O candidato a vice-prefeito da capital, ex-deputado federal José Carlos Machado, da coligação "Aracaju não pode esperar", em entrevista concedida ao Jornal da Manhã, na Jovem Pan FM, destacou os projetos de sua chapa com o candidato a prefeito de Aracaju, João Alves Filho (DEM). Um dos seus enfoques foi para a área da saúde. "Hoje a saúde no município está um caos. Uma pessoa vai a um posto de saúde e não é atendida. Passa três, quatro meses, não resolve o problema que tinha e quando volta a buscar o serviço de saúde, vai direto para a urgência. Por isso que o serviço de saúde básica tem que ser perfeito. E isso é possível", disse, ao acrescentar que o que não pode acontecer é oferecer um serviço de saúde pública sem contar com médicos, enfermeiros e medicamentos, como ocorre hoje.

 

"Em outros estados a saúde básica funciona bem e vamos atrás desses exemplos. Pois se a saúde básica funcionar bem, 85% dos problemas da saúde estarão resolvidos", salientou. João Alves seria o quinto candidato a prefeito de Aracaju a ser entrevistado no Jornal da Manhã, mas precisou fazer uma viagem de urgência por conta de problemas de saúde na família. 

 

Segundo Machado, Aracaju é uma cidade problemática em todas as áreas e de difícil administração. "Nossa capital passou da infância para a adolescência sem os cuidados necessários. Hoje é uma cidade de quase 850 mil habitantes. O que representa 45% da população do Estado, que reside em um espaço menor que 15% do território de Sergipe. Aracaju não cresceu, inchou. Infelizmente não souberam preservar o que tinha de ser preservado", declarou, ressaltando como exemplo os problemas de drenagens ocorridos na cidade, principalmente na Zona de Expansão de Aracaju.

 

Machado falou também sobre sua experiência na carreira política; os 35 anos de convivência com João Alves; e fez uma explanação sobre o que serão o projeto de planejamento urbano de Aracaju, as transformações no serviço de saúde pública , dentre outras propostas previstas para serem postas em prática em 2013, pelo plano de governo da chapa de oposição que une Democratas e PSDB além de mais dez outros partidos políticos.

 

"O canal da Avenida Melício Machado, que era responsável pela drenagem de parte da Zona de Expansão, deveria ser preservado, assim como outros canais da região, que foram aterrados para a construção de condomínios", citou Machado, como exemplo de falta de planejamento. Ele lembrou que na década de 70, quando João Alves foi prefeito de Aracaju, contratou um grande projeto de macrodrenagem a um renomado engenheiro, que resolveria boa parte dos problemas da cidade com relação ao escoamento de águas pluviais e esgoto. "Esse projeto nós o procuramos, mas não o achamos mais", lamentou.

 

O candidato fez questão de destacar que na nova gestão de João Alves na prefeitura, caso ele seja eleito, serão prioridades a viabilização de uma segurança pública eficaz, a realização de serviços de saúde e educação eficientes, assim como um planejamento urbano onde estará inclusa a questão da mobilidade. "Eu concordo que a culpa pela falta de mobilidade é do volume de veículos que aumentou 10 vezes mais. Mas reconheço que João tem conhecimento suficiente para tentar melhorar essa situação", afiançou.

 

Apoio do Governo Federal

De acordo com ele, João Alves também não terá problemas para captar recursos junto ao Governo Federal. "Alagoas é um Estado governado por um político do PSDB e o Governo Federal investe R$ 2 milhões lá em uma obra estrutural. É claro que se tivermos boas idéias para apresentar aos ministros, a presidente Dilma Rousseff não vai se opor. João, quando está à frente de um cargo público, é criativo e, quando não, fica criando. Disposição, experiência e competência para captar recursos ele tem. Não é uma tarefa fácil, mas ele fará de tudo", afirmou.

 

Quando questionado sobre o que João Alves fará para fazer diferença na administração municipal de Aracaju, Machado deixou claro que o início da mudança será através da formação de uma equipe de secretários experientes, jovens e competentes, que tenham vontade de trabalhar durante as 24 horas do dia. "O certo é dos erros tirar lições. No seu primeiro governo João contou com apenas dez secretários que se tornou uma grande equipe. Desses dez, oito viraram políticos. Então, ele só tem que repetir o que deu certo", disse.

 

Para Machado, o grande desafio hoje da administração municipal é a multidão de secretários. "Pode ter 20 secretários, mas que atuem. Tem que ter espírito público e entender que o coletivo tem que predominar ao individual, sobretudo priorizando os pobres", ressaltou.
O candidato a vice revelou ainda que está mais focado para a questão do planejamento urbano, área em que ele tem total experiência. Mas ele fez também algumas pontuações sobre o serviço de saúde em Aracaju.