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SINDICALISMO

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Servidores do TJ decidem fazer greve

Os servidores do Tribunal de Justiça de Sergipe estão em campanha por respeito, valorização e justiça. Nesta segunda-feira, 14 de novembro, os trabalhadores, através do SINDISERJ, promoveram um Ato Público no Calçadão da Rua João Pessoa. O objetivo da manifestação foi mostrar à sociedade que os servidores do Judiciário estão firmes na luta contra a intransigência do TJSE com as reivindicações dos trabalhadores e contra as graves distorções existentes na Justiça sergipana.

 

Durante o Ato Público, os servidores buscaram dialogar com a população que circulava pelo Centro de Aracaju. "Essa manifestação tem o objetivo de estabelecer um diálogo com a sociedade sergipana no sentido de revelar as graves distorções salariais existentes no Tribunal de Justiça de Sergipe. É necessário que a população saiba que no TJSE, os cargos comissionados recebem altos salários, ultrapassando a casa dos R$ 13 mil reais, e que é a população quem paga a conta. Por isso, trazemos aqui a vaca, simbolizando o dinheiro público, e o bezerro, que representa as mamatas do Tribunal de Justiça", afirmou Vagner do Nascimento, diretor do SINDISERJ.

 

Durante a manifestação, os servidores reafirmaram o espírito de mobilização e alerta permanente da categoria na luta por respeito, valorização e justiça salarial. Há mais de 5 meses o SINDISERJ tem se mobilizado para a Campanha Salarial e realizado um diálogo exaustivo com a Presidência do TJSE. No entanto, os gestores do Judiciário sergipano estão prestes a cometer mais um ato de injustiça e desvalorização com seus trabalhadores efetivos.

 

"Por trás de um discurso de ‘falta de recursos', a Presidência do TJ tem proposto um reajuste salarial que reforça as distorções existentes dentro da instituição, oferecendo 9% para os servidores concursados e 6,5% para os cargos comissionados. Dessa forma, os trabalhadores que se capacitaram, que investiram nos estudos e passaram no concurso público para prestar um serviço essencial tem uma das piores remunerações dos TJ's do país, enquanto que pessoas que adentraram no Tribunal por meio de apadrinhamento, recebem super-salários e terão reajustes de quase R$ 900 reais", pontuou Vagner do Nascimento.

 

De acordo com o presidente da Central Única dos Trabalhadores de Sergipe (CUT/SE), Rubens Marques, o SINDISERJ está dando um exemplo de mobilização e de coerência na condução do debate pela Campanha Salarial. "Por outro lado, o Poder Judiciário, que teoricamente deveria está preparado para conciliar, pelo contrário, dificulta a comunicação e o entendimento com os seus servidores. Com isso, o TJSE demonstra que é altamente conservador e não tem controle social. E um dos gargalos do debate é justamente a questão dos cargos comissionados, que têm sido pautados em todas as reuniões, mas a Presidência do TJ não abre mão e ainda concede um aumento de 6,5% em cima do que os CC's ganham. Por isso mesmo que a CUT/SE se solidariza com o SINDISERJ e afirme aqui todo o seu apoio e suporte para as futuras mobilizações e paralisações dos servidores do Judiciário", garantiu o presidente da CUT/SE.

 

Também estiveram presentes no ato, manifestando solidariedade à luta dos servidores do TJSE, Gilson dos Santos do SINDIMINA e Augusto Júnior integrante da União da Força Jovem e da UNE.

 

Assembleia: servidores se mobilizam para paralisações e reforçam estado de alerta

Na segunda-feira (14), os servidores do TJSE realizaram mais uma Assembleia Geral na sede cultural do SINDISERJ. Diante do ofício da Presidência do Tribunal de Justiça, no qual o órgão ratifica a proposta de 9% para o reajuste salarial, a categoria avaliou as negociações da Campanha Salarial 2011 e as últimas ações de mobilização ocorridas na quinta-feira (10) na porta do Fórum Gumersindo Bessa, na sexta-feira (11) em frente aos Fóruns Integrados III e na segunda (14) com o Ato Público no Calçadão.

 

Para os servidores, as manifestações reafirmaram a unidade e mobilização da categoria na luta por melhores salários. A respeito do reajuste salarial, os trabalhadores avaliaram que o TJSE tem condições reais de conceder um aumento maior para seus servidores efetivos. Nesse sentido, os trabalhadores mantiveram o entendimento de que o Tribunal deve aplicar as medidas administrativas propostas pela categoria que valorizam os efetivos e reduzem os feudos de privilégios dos cargos comissionados.

 

Na Assembleia Geral, de forma unânime, os servidores decidiram que o momento é de intensificar ainda mais as mobilizações da categoria, dando visibilidade às distorções existentes no Tribunal de Justiça e reforçando a unidade dos servidores efetivos.

 

Os servidores aprovaram as seguintes ações:

Quarta-feira (16): a categoria ficará em "Estado de Alerta", pronta para, caso a proposta unilateral da Presidência do TJ seja levada ao Pleno, os servidores da capital comparecerão à sessão no TJ e os do interior suspenderão as atividades, no momento da sessão administrativa.

 

Quarta-feira (23): paralisação das atividades, por 24 horas, em todas as repartições e fóruns do TJSE no Estado.

 

Sexta-feira (25): Assembleia Geral da categoria

 

Caso o projeto da Presidência do TJ seja unilateralmente encaminhado ao Tribunal Pleno na próxima sessão, o SINDISERJ colocará transporte saindo dos fóruns de Aracaju para que os servidores possam acompanhar a sessão no Palácio da Justiça.

 

"Entre nós, trabalhadores, não resta dúvida de que o nosso salário é proporcional ao tamanho da nossa organização e da luta. Assim sendo, diante da falta de respeito dos gestores do TJSE, que recusam todos os pontos da pauta de reivindicações dos servidores, a categoria decidiu coletivamente que os servidores não vão hesitar nem recuar da luta e, mais uma vez, vão paralisar as atividades no dia 23, para promover uma reflexão sobre as injustiças que estão sendo cometidas dentro da Justiça sergipana", certificou o diretor do SINDISERJ, Plínio Pugliesi.

 

Da Agência Voz