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Valadares: "Densidade eleitoral de Adelson é meritória, como também a nossa"
Valadares Filho diz que "tentam passar impressão de ocorrer problema", mas escolha do PSB partirá do eleitor
Valadares:

Por Raissa Cruz

 

 

Apesar de ter ouvido no Encontro do PSB, diante do presidente nacional do partido, Eduardo Campos, e de lideranças sergipanas, o deputado estadual Adelson Barreto dar a entender em seu discurso que sua reconhecida densidade eleitoral deve pesar na escolha do candidato do PSB à Prefeitura de Aracaju, o deputado federal Antônio Carlos Valadares Filho preferiu minimizar. E avaliando como "normal" a postura de Adelson, se valeu do eleitorado de ambos para comentar: "a densidade eleitoral de Adelson é indiscutível, como também a nossa demonstrada nas urnas em 2006 e 2010". Nesta entrevista ao Universo Político.com, além de falar sobre sua atuação parlamentar, Valadares enfatiza que a definição do PSB entre ele ou Adelson para participar da disputa a prefeito da capital partirá do eleitor. "Vamos conversar com os outros partidos, mas principalmente vamos saber o que deseja o principal interessado: o eleitor", disse ele. Veja mais:

 

 

Universo Político.com - O deputado Valadares Filho está decidido a disputar como prefeito de Aracaju?

Valadares Filho - Dentro do bloco que reelegeu o governador Marcelo Déda em 2010 tem vários pré-candidatos. O PSB colocou à disposição o meu nome e o do deputado Adelson Barreto. Não há nada decidido, mas as pré-candidaturas do PSB já saíram dos muros do partido e tem recebidos apoios não só da sociedade, mas a simpatia de vários outros partidos.

 

 

UP - Qual será o norte utilizado pelo PSB para escolha do candidato que representará o partido na disputa?

V. F. - Vamos conversar com os outros partidos aliados, mas principalmente vamos saber o que deseja o principal interessado: o eleitor. Para isso, após a definição, vamos colocar os dois nomes, juntamente com os pré-candidatos dos outros partidos e aquele que tiver a maior viabilidade de crescimento, que aglutinar maior número durante o processo pré-eleitoral para vencer as eleições, deverá ser o candidato.


UP - Como o senhor encara o discurso constante do deputado Adelson Barreto, repetido no último Encontro do PSB, de que ele é o nome do partido que tem a maior densidade eleitoral em Aracaju?

V. F. - Normal. A densidade eleitoral de Adelson é indiscutível e meritória, como também a nossa demonstrada nas urnas em 2006 e 2010. Alguns setores tentam passar a impressão que pode ocorrer algum problema. Adelson Barreto não só é um homem partidário, como é um político sério e com uma sensibilidade política acima da média. Nós estivemos juntos, lado a lado em 2010 nos bairros de Aracaju. Nos conhecemos muito bem e não adianta: se o PSB tiver candidato, seja eu ou Adelson, nós estaremos lado a lado novamente nas ruas de Aracaju.

 

 

UP - A proximidade de Adelson Barreto com Amorim, inclusive notoriamente demonstrada nas últimas eleições, quando ele cogitou até migrar de legenda, não deixa o partido "com o pé atrás" com ele?

V. F. - De maneira nenhuma, Adelson é um político, como muitos outros, que transita com naturalidade em todos os grupos e, principalmente tem o respeito de todos. O partido tem, não só o respeito, mas toda confiança em Adelson Barreto. Eu e Adelson Barreto temos uma relação de irmãos, fizemos dobradinha em duas eleições, conversamos sempre não só sobre política, mas sobre os mais variados assuntos. Temos os mesmos anseios e desejos para Aracaju. Isso só fortalece o PSB.

 

 

UP - O partido cogita a possibilidade de fazer uma chapa puro sangue, talvez com o senhor e o deputado Adelson?

V. F. - Estão querendo antecipar tudo. Primeiro as candidaturas e agora a chapa completa. Depois que o PSB bater o martelo e decidir que terá candidato a prefeito, com o respaldo de outros partidos da base aliada, aí vem o segundo passo de escolher o candidato e depois decidir como será a composição da chapa.

 

 

UP - O senhor acredita que o apoio do prefeito Edvaldo Nogueira pode fortalecer um candidato a seu sucessor, mesmo ele exercendo um mandato que está tendo rejeição dos aracajuanos?

V. F. - As pesquisas internas não mostram essa rejeição de Edvaldo Nogueira. Pelo contrário: a administração dele está numa média excelente. Tem problemas, como em todos os municípios. Por exemplo, a questão do trânsito não é só em Aracaju, mas em todas as capitais, principalmente as de médio porte. Nos últimos anos, com o crescimento da classe média o acesso ao veiculo particular é uma realidade para milhares de brasileiros. Precisamos buscar alternativas para a mobilidade urbana em Aracaju. A administração de Edvaldo tem uma política habitacional nunca vista em Aracaju, tanto é que foi reeleito no primeiro turno em 2008. Nós achamos o apoio dele fundamental e importante.

 

 

UP - Para o senhor, como será a disputa eleitoral de 2012 levando em conta o candidato de maior destaque da oposição, que, como já está sendo anunciado pelo DEM, será o ex-governador João Alves Filho?

V. F. - Toda disputa eleitoral deve-se respeitar seus adversários. Um adversário como o ex-governador João Alves deve ser respeitado muito mais. Ele foi governador e prefeito, mas nós temos o que apresentar para Aracaju. Novas propostas com uma visão desenvolvimentista e avançando nas ações que estão dando resultado.

 

 

De Brasília

UP - Qual o propósito principal da sua defesa pelo Estatuto da Juventude, que foi aprovado na Câmara?

V. F. - O propósito é fortalecer a juventude respeitando seus direitos. O Estatuto é um avanço e o antigo anseio da juventude. Foi um momento histórico sua aprovação. E agora a nossa luta que seja aprovado o mais rápido possível no Senado.

 

 

UP - O senhor tem acompanhado as discussões sobre esquemas de desvio de investimentos para a Copa? Nacionalmente, como é postura do PSB em relação a essas suspeitas?

V. F. - Tenho acompanhado diretamente inclusive com visitas a todas as sedes da Copa porque faço parte da Comissão de Turismo e Desporto. Cabe ao parlamentar fiscalizar e acompanhar. E continuaremos fazendo isso, porque por mais importante que seja o evento para o país é preciso transparência e respeito com o uso do dinheiro público.

 

 

UP - O senhor tem cobrado investimentos maiores na Educação. Seria preciso um gerenciamento melhor na distribuição dos recursos federais?

V. F. - Quanto mais investimentos públicos na educação temos mais possibilidades teremos de qualificar o ensino público em nosso país que já foi referencia no passado. Por isso que neste momento que está em discussão o Plano Nacional de Educação defendo 10% do PIB para a essa área tão importante para o futuro do país.

 

 

UP - Como o senhor avalia a postura do governo federal no que tange aos investimentos nos municípios?

V. F. - Jamais foram investidos tanto recursos nos municípios brasileiros como no governo Lula. Esse ano o governo Dilma tem demonstrado algumas dificuldades em relação a liberação de recursos para nossas cidades, mas tenho a certeza que através de nosso empenho e do Congresso com a sensibilidade da presidenta, essas dificuldades serão superadas.

 

 

UP - Em sua opinião, como deveria se definir a questão da distribuição dos royalties?

V. F. - Os Estados produtores não podem ter prejuízos até em virtude dos compromissos já assumidos, mas entendo e defendo que todos os Estados e municípios brasileiros também devem participar dessas riquezas que afinal de contas é do país.

 

 

Da redação Universo Político.com