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"É o mesmo João que perdeu para Déda na oposição e na situação", diz Simone Góis
Vereadora do PT observa que a força dos grupo deve estar atrelada à união

Por Joedson Telles

 

 

Vereadora pelo Partido dos Trabalhadores, Simone Góis é autora de um Projeto de Lei que está sendo visto como algo histórico pelos bancários por aumentar o horário de atendimento nas agências bancárias, proporcionando a contratação de novos funcionários. Em entrevista ao Universo Político.com, Simone comentou não apenas esta ideia, mas também a emenda que propõe à Lei dos 15 Minutos diminuindo o tempo de fechamento das agências bancárias que desrespeitarem a lei e o aumento da multa. Simone Góis observa ainda que o ex-governador João Alves Filho (DEM) não pode ser considerado prefeito de Aracaju pelo fato de liderar as pesquisas.

 

Universo Político.com - A senhora é autora de um Projeto de Lei que aumenta o horário de funcionamento das agências bancárias e também quer alterar a Lei dos 15 minutos. O presidente do Sindicato dos Bancários, José Souza, diz que aumentar o horário do funcionamento dos bancos, proporcionando a contratação de novos bancários, é algo histórico. A senhora discute isso com o sindicato?
Simone Góis -
São duas coisas distintas. O meu projeto, que prefiro dizer que é também de todos os vereadores que abraçarem a ideia, visa aumentar o horário de funcionamento das agências bancárias sem, contudo, sacrificar os bancários. A ideia é que os bancos estendam o horário de atendimento e contratem mais bancários para garantir o serviço com qualidade. Acredito que ao mesmo tempo em que estaremos dando mais opções de horários aos clientes, estaremos também abrindo novas vagas no mercado. Todos ganham. Já a ideia de alterar a Leis dos 15 Minutos é uma forma de aumentar o valor das multas e diminuir o tempo de fechamento, já que quando você fecha uma agência está dizendo ao cliente para bater em outra porta. Ou seja, está apenas transferindo a fila de uma agência para outra. Não tem nada a ver com essa história de mudar de 15 para 30 minutos. Acho que algumas pessoas confundiram porque nos dias de movimentação, como final de mês, as agências ganham mais 15. Ao invés de 15 minutos têm 30 para atender. Mas tudo está sendo discutido com o Sindicato dos Bancários e também com a sociedade. Nenhum vereador votaria um projeto desse sem ecoar a sociedade. Estou muita tranquila a este respeito.

 

U.P. - A senhora tem participado dos debates realizados na OAB sobre o projeto de Lei que revisa o Plano Diretor de Aracaju?

S.G. - Na verdade, os debates na OAB foram encerrados na última sexta-feira. Como você observou, estive, sim, participando destes debates importantes com a participação da sociedade. Lamento que muita gente que poderia estar lá também, dando opinião, se somando à Câmara não tenha comparecido. Mas, vamos partir para a etapa dos bairros e acredito que a participação popular será maior. Nos vereadores estamos debatendo o projeto e, mesmo sendo uma matéria complexa, acredito que conseguiremos votar em sintonia com os interesses da coletividade. Afinal, trata-se de uma matéria muito importante para Aracaju.

 

U.P. - Há uma grande expectativa na sociedade em torno da votação deste Projeto de Lei. O ex-vereador Antônio Góes, por exemplo, disse ao Universo Político.com que a CMA está comprometida. Como a senhora avalia essa declaração?
S.G. -
Bom, a Câmara tem uma relatora, a vereadora Mírian Ribeiro, já temos um calendário de discussões com diversos setores da sociedade e, como você observou, discutimos a matéria na OAB. Ou seja, nunca estivemos fechados a sugestões e temos tempo para votar ainda nesta legislatura. Respeito o ex-vereador Antônio Góes, mas tenho o direito de discordar. E digo mais: o compromisso não só meu. Vejo os demais colegas de parlamento comprometidos com a sociedade. A ideia é votar a matéria em sintonia com os interesses da sociedade.

 

U. P. - A senhora usou a tribuna da Câmara Municipal de Aracaju, há cerca de um mês, e reportou-se a um caso de espancamento no qual dois jovens foram vítimas dentro de um shopping de Aracaju. Chegamos a um ponto que nem em um local fechado com seguranças se tem mais garantia de tranquilidade - sobretudo porque seguranças do próprio estabelecimento são acusados de autoria da ação violenta?

S.G. - Chamei a atenção na tribuna de um caso isolado. Não dá para generalizar e afirmar que os nossos shoppings não têm segurança. Evidente que, como todo local onde há um grande fluxo de pessoas, os shoppings sempre serão visados pelos assaltantes. Agora, aquilo que houve lá pareceu bem mais um despreparo de quem tem o dever de garantir a paz. Os jovens consumidores foram confundidos com os próprios bandidos que estavam assaltando. Veja que perigo. Quando quem é pago para garantir a segurança não sabe distinguir o cidadão honesto do bandido todas as pessoas acabam em xeque. Todavia, como disse, foi um caso isolado. Mas não pode ficar por isso mesmo. Tem que haver as providências cabíveis. Mas ninguém precisa parar de ir aos shoppings por conta deste episódio. Como disse, foi um caso isolado. Acredito até que depois disso, a atenção dos seguranças foi redobrada.

 

U.P. - Mas não acaba fazendo parte do repertório da falta de segurança enfrentada pelos sergipanos, sobretudo, nos últimos meses, já que tudo começou quando os jovens consumidores foram vítimas dos assaltantes?
S.G. -
Não se pode negar que a ousadia de tentar assaltar uma pessoa dentro de um shopping traz em seu bojo a cultura da banalização do crime. A criminalidade cresce muito quando encontra facilidade. Todavia é preciso acreditar na polícia. Em quem se propõe nos dar tranquilidade. Se há deficiência, há também a vontade de acertar. Entendo que no momento em que se acredita que a polícia ou qualquer braço do Estado erra propositadamente, o caos está instalado. Não tem mais jeito. Não seria apenas um problema de gestão, mas antropológico. Acredito ser mais inteligente cobrar mais segurança da policia, óbvio. Mas entendendo que há a vontade de acertar. A propósito, no que diz respeito ao policiamento ostensivo, já é possível notar a presença de viaturas da Polícia Militar estacionadas em pontos estratégicos de Aracaju. A Secretaria de Segurança Pública anunciou que antecipará a segurança feita durante o período natalino no centro de Aracaju. Vimos recentemente uma operação brilhante da Radiopatrulha resultar na prisão de acusados de tráficos. Outra flagrar traficantes nos mercados. E a nossa Polícia Judiciária (a Polícia Civil) sempre dá resposta à sociedade - como quando apresentou uma quadrilha que vinha assaltando restaurantes em Aracaju. Então, precisamos intensificar mais os trabalhos, mas a polícia de forma alguma está parada.

 

 

U.P. - Recentemente, o presidente do PPS, Nílson Lima, colocou em xeque a densidade eleitoral do candidato do grupo político que a senhora pertence para ganhar a próxima eleição majoritária em Aracaju. Como a senhora avalia esse juízo?

S.G. -
Sinceramente, acho precoce emitir qualquer juízo de valor sobre um pleito que acontecerá em outubro de 2012, e sequer tem candidatos colocados, apesar dos ensaios. A democracia confere a certeza de que podemos manifestar nossas opiniões. Li a entrevista de Nìlson no Universo Político e ele fala em pesquisa. Mas é preciso observar que é o eleitor quem decide. Não sou eu, Nílson ou outro político qualquer. Agora, é interessantes refletir sobre alguns aspectos como o peso de uma campanha na rua, o poder de persuasão dos candidatos na tela na TV no horário eleitoral, a possibilidade de uma reação. O governador Marcelo Déda provou isso quando entrou na disputa pela Prefeitura de Aracaju. Valadares já tinha 40%, e Déda ganhou a eleição. Eduardo Amorim também largou atrás na corrida pelo Senado. E não poderia deixar de citar: a presidente Dilma Rousseff ultrapassou José Serra depois que a campanha começou.

 

U.P. - Mas senhora acredita que o seu grupo lançará um nome com densidade eleitoral para disputar de igual para igual com a oposição, mesmo que o candidato seja o ex-governador João Alves, que hoje lidera as pesquisas?
S.G. -
É preciso entender uma coisa: enquanto a oposição fala, praticamente, apenas em João Alves, acho que nós da situação devemos continuar somando forças e discutirmos para acharmos o melhor nome. O nosso grupo venceu as últimas eleições pela força da união com Edvaldo Nogueira. A coesão pesou. E temos vários nomes de peso. O João, que incontestavelmente, tem serviços prestados a Sergipe, é o mesmo João que perdeu para Déda na oposição e na situação. E se você observar a força de Déda para chegar ao governo esteve atrelada a essa união que estou falando. O compromisso que cada um de nós assumimos de fazermos as mudanças. Portanto, não tenho dúvida que os diálogos e outros mecanismos de praxe nesta fase do processo sucessório resultarão no consenso para entrarmos fortes na disputa e garantir à sociedade a sequencia deste projeto vitorioso.

 

U.P. - O vereador Moritos Matos prometeu deixar a bancada do prefeito Edvaldo Nogueira por conta do Projeto de Lei que permite aos taxiastas cederem espaços em seus carros para publicidade. Mas não cumpriu sua palavra. Dá para dizer que ele ainda tem tempo de manter a palavra ou será como a história da bandana, que ele prometeu, mas voltou atrás?
S.G. -
Acredito que não sou a pessoa adequada para responder essa pergunta.

U.P. - Mas Matos deu a palavra na tribuna da CMA. Aliás, como disse que renunciaria o mandato, mas não retirava a bandana para entrar no Plenário, mas acabou recuando...
S.G. -
Como disse, não sou a pessoa adequada para comentar decisões de fórum íntimo de quem quer que seja.

 

Da redação Universo Pollítico.com