Mais uma vez sem respostas. Foi assim que ficaram os senadores da Comissão de Educação (CE) do Senado, em audiência pública com o ministro Abraham Weintraub. Apesar de ter levado diversos dados, o ministro da Educação não esclareceu o que o governo pretende fazer com o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação, o Fundeb.
“Weintraub trouxe diagnósticos, mas nenhuma proposta. O problema não está na falta de análises e sim falha na execução”, observou o senador Alessandro Vieira (CIDADANIA-SE). O Fundo é como um cofre de onde sai dinheiro para manter e desenvolver a Educação Básica e apoiar iniciativas de valorização de professores. Foi criado em 2007 e termina em 2020, por isso a preocupação em saber como vai ficar a Educação Básica a partir do ano que vem.
O ministro foi questionado sobre o corte de recursos das universidades federais, a que fez questão de chamar de contingenciamento, mas não explicou os critérios para determinar os percentuais para cada instituição. A Universidade Federal de Sergipe, por exemplo, sofrerá contingenciamento de 23%. Ou seja, dos R$ 128 milhões destinados ao custeio, cerca de R$ 30 milhões, ficarão retidos nos cofres da União. “Primeiro o ministro atribuiu a mudança orçamentária a uma opção ideológica, uma retaliação às chamadas ‘balbúrdias’, depois disse que era uma opção técnica. Mas na verdade quem decide mesmo o que deve ser cortado é o Ministério da Economia”, disse Alessandro.
Weintraub condenou a doutrinação de crianças, considerando esse um dos maiores problemas nas escolas hoje. Mas para o senador essa não é a questão central da educação. “Há mais de 42 milhões de alunos, de creches a universidades, e os casos de doutrinação não passam de algumas dezenas ou centenas nesse universo”, afirmou o senador. “Os maiores problemas da educação são a má qualidade na formação dos professores, a falta de valorização da carreira e o atraso na implantação da base nacional curricular”, declarou.
Da Ascom
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