Na Política

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30/10/18 | 23:36h (BSB)

Estiagem provoca crescimento de 35% do seguro rural em Sergipe

Difundir o seguro rural ainda é um desafio

Por Adriana Freitas

Os baixos índices pluviométricos é o maior desafio de quem trabalha com a agricultura e pecuária em Sergipe. Com a estiagem deste ano, muitos produtores perderam 100% a produção de milho e a produção da cana-de-açúcar também pode ser afetada.

Segundo a Federação de Agricultura e Pecuária do Estado de Sergipe (Faese), o milho representa a maior área de lavoura de Sergipe e maior valor bruto de produção. Com a estiagem, o prejuízo da safra é equivalente à R$ 78 milhões e R$ 204 milhões deixarão de ser movimentados na economia do Estado, gerando uma frustração de R$ 282 milhões.

O produtor de Nossa Senhora das Dores, Luiz Melo, foi um dos afetados com a estiagem. A sua perda na produção do milho foi de 80%. Em 2016, o estado passou por um período de estiagem que trouxe muitos prejuízos. Luiz Melo lembra que nesse período plantou 200 hectares e só utilizou o seguro rural em 50% da área.


“Perdi metade porque não conhecia o seguro, além dos oferecidos pelo governo. Esse ano, segurei uma área maior e não vou tomar tanto prejuízo. Foi a melhor atitude que tive este ano e tenho certeza que vai crescer muito porque é uma coisa em conta, simples e garante que o produtor não tenha prejuízo”, afirma Luiz Melo.

 

Produtor rural Luiz Melo


A produção da cana-de-açúcar é outra importante atividade econômica de Sergipe que sofre também com a estiagem. A estimativa de produção para o ano safra 2018/2019 está em torno de 2.250.000 de toneladas, mas com a falta de chuva pode diminuir.

Segundo a Associação dos Plantadores de Cana de Sergipe (ASPLANA), o seguro rural neste setor ainda é um ‘desconhecido', apesar de ser muito importante.


“O nosso estado sofre com a estiagem, assim como outros estados do Nordeste, por isso a importância da contratação do seguro agrícola que abrange não só a questão da falta da chuva, como também incêndios que é algo que pode acontecer quando o clima está muito seco e pragas como a cigarrinha que podem prejudicar os canaviais em torno de 40% na produtividade”, pontua o engenheiro agrônomo Helber Rodrigues.

 

Estiagem causa perda na produção

Seguro Rural

O Seguro Rural é um dos mais importantes instrumentos de política agrícola, por permitir ao produtor proteger-se contra perdas decorrentes principalmente de fenômenos climáticos adversos. Segundo a Superintendência de Seguros Privados (SUSEP), é o seguro mais abrangente, cobrindo a atividade agrícola, pecuária, patrimônio do produtor rural, seus produtos, o crédito para comercialização desses produtos, além do seguro de vida dos produtores.

No agronegócio, o seguro rural é muito importante por ser uma atividade imprevisível, principalmente por conta de inúmeros fatores que podem prejudicar a safra. Apesar da imprevisibilidade, a indústria de seguro rural ainda é pouco difundida entre os produtores brasileiros.

Segundo dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), menos de 15% da área plantada no Brasil é coberta por algum tipo de seguro. Apenas 8% dos 5,5 milhões de produtores no país utilizam algum tipo de seguro e mais de 90% do Valor Bruto da Produção de soja, milho e trigo no Brasil, em 2016, estava sem cobertura do seguro.


O presidente do Sindicato dos Corretores de Seguros do Estado de Sergipe (Sincor/SE), Érico Melo, explica que é um desafio do setor expandir o seguro rural para os produtores de Sergipe.

“O desafio do setor é difundir o seguro e fazer com que os produtores reconheçam a importância de ter o seu investimento garantido. Hoje a maioria das contratações acontece na região sul onde os três estados concentram 41% do faturamento nacional do setor, enquanto o Nordeste representa menos de 6% do total”, afirma.

Quando questionado sobre o que falta para o seguro crescer no Nordeste, já que é uma região que sofre com problemas climáticos, Érico afirma que é um misto de desconhecimento das possibilidades de cobertura do seguro, como também cultural. “Isso é nítido quando analisamos as contratações de seguro por região. No Norte e Nordeste a penetração do seguro é muito baixa ainda”.



Apesar de pouca adesão, as operações relativas ao seguro rural cresceram 35% de janeiro a setembro em relação ao mesmo período do ano de 2017 em Sergipe, com prêmios de R$ 7,1 milhões. Segundo o Sincor/SE, no Brasil o faturamento dos ramos alcançou R$ 3,4 bilhões.

“Os eventos climáticos, notadamente a estiagem prolongada faz com que haja mais interesse na contratação do seguro, mas também fez com que a sinistralidade em Sergipe crescesse assustadoramente o que faz com que as seguradoras sejam mais restritivas na contratação de apólices para o estado”, explica Érico.

A corretora de seguros agrícolas Paulino e Bruno Corretora de Seguros atua em Sergipe há três anos. Segundo o corretor de seguros Cássio Paulino Monteiro, o seguro rural tem chegado aos poucos na região Nordeste e ainda é um grande desafio.

“O seguro rural é importante em todas as regiões. No Nordeste, ele chega aos poucos ano a ano trazendo tranquilidade aos produtores capacitados a recebê-lo. “Os produtores ainda não tem afinidade com essa modalidade de seguro”.

Cássio explica que o preço do seguro varia. “Podemos cobrir área com 3% a 10% do valor coberto repente muito do produtor e suas tecnologias. Em 2018, a companhia que trabalhamos nos ofertou 10 mil hectares, vendemos todo e pulverizado em 161 áreas. Próximo ano não temos ainda a quantidade de hectares, será definido no começo do ano”, explica.


Fonte dos Gráficos: Markel
Da redação

 



25-04-2024
 

 

 

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