Cerca de dez mil pessoas acompanharam em Aracaju o Festival Internacional de Cinema Infantil (FICI). Foram dez dias, entre 9 e 18 de outubro, de muito cinema e animação para as crianças e os adultos no mês destinado ao público infantil.

“O FICI é um momento único para as crianças, pois proporciona a vinda de dezenas de filmes que possivelmente não entraria nas grades dos cinemas locais. Já são 12 edições do evento em Sergipe e ficamos felizes em poder trazer um festival de tamanha importância para o nosso estado”, explica Deyse Rocha, produtora local do evento.

Além de filmes inéditos, o FICI é conhecido por realizar projetos especiais como A Tela na Sala de Aula, O Pequeno Cientista, O Pequeno Jornalista, Dublagem ao Vivo, Sessão Contada e Mostra Novos Jovens. Em A Tela na Sala, a programação é diferenciada para as crianças que nunca foram ou raramente vão ao cinema, com o objetivo de oferecer filmes que sirvam ao professor como ferramenta de apoio à educação. Deyse Rocha, ressalta que “ver o sorriso e a alegria em cada criança que vem à Tela na Sala de Aula é a recompensa de que a cultura educa, estimula e faz bem”.

As salas do Cinemark Jardins ficaram lotadas durante os três dias de sessões do projeto, que aconteceu de 13 a 15 de outubro. Cerca de três mil crianças de escolas da rede pública de ensino e instituições sociais assistiram gratuitamente aos filmes “Menino no Espelho”, “Pinóquio” e “Pequenos e Animados”, entre outros.

A professora de Educação Física, Camila Alves, faz questão de trazer já há dois anos os alunos das três escolas que leciona, no município de Nossa Senhora do Socorro. “Proporcionar essa experiência para eles é muito valioso para qualquer professor. Através dos filmes exibidos no FICI são tratados temas importantes para a formação destas crianças, que normalmente não tem acesso à cultura e ao lazer. Espero poder participar nos próximos anos também”, completou Camila.

A aluna Jamile Victória, do 4º ano da Escola Municipal Anália Vieira de Figueiredo, confessa que ficou encantada com a oportunidade de participar do FICI. “Eu gostei de tudo aqui do cinema, principalmente do filme que eu assisti. É muito bom poder vir ao cinema e aprender mais”, afirmou ela.

Dublagem ao Vivo e Sessão Contada

Outras atrações do FICI são as sessões de Dublagem ao Vivo e Sessão Contada. Neste ano, os dubladores foram Marcelo Garcia e Mayra Góes. Já na Sessão Contada, o responsável pela atividade foi o ator Kassem.

“Para a plateia a sessão torna-se bastante lúdica. No começo pode parecer estranho, mas depois que o público entra em sintonia com a história, a experiência torna-se cada vez mais interessante. O narrador pode dar os tons ao filme e interagir com o público”, explica Kassem.

Segundo Marcelo, a dublagem ao vivo é uma experiência especial para o espectador e um desafio prazeroso para quem a executa. “É uma mistura de dublagem com o teatro, pois há um contato com a plateia e todos têm a oportunidade de ver o trabalho do dublador em tempo real. O feedback das crianças é bem legal”, conta Marcelo.

Também com uma voz facilmente reconhecida por trabalhos como Dory, a peixinho do “Procurando Nemo”, Morgan de “Sabrina, Aprendiz de Feiticeira”, Elizabeth Swann de “Piratas do Caribe” e Tigresa do filme “Kung Fu Panda”, a dubladora Maíra diz que a dublagem ao vivo requer preparação, mas também capacidade do improviso.

“Tem que ter um bom reflexo, pois às vezes um personagem que você tá fazendo conversa com outro que você também está dublando, mas é muito divertido. A gente se prepara, leva o filme pra casa, marca, corta, muda o texto, chega aqui quase decorado. Eu adoro o Fici e sou fã de carteirinha”, relata Mayra.

Da Ascom