Na Política

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05/03/14 | 18:22h (BSB)

“É uma prioridade nível A”, diz Machado sobre palanque do PSDB/SE à Presidência

Ele também cita que partido quer eleger um Federal. “Insisto em Albano, e, se não for, Walter Franco”

Por Raissa Cruz

 

O vice-prefeito de Aracaju, José Carlos Machado (PSDB), ratifica que o partido não tem restrições com o PMDB e deixa a bola com o prefeito João Alves Filho (DEM), quando diz que ele é o “grande comandante do processo”, mas quando questionado sobre a prioridade do partido em Sergipe destaca que é “prioridade A”, fazer um palanque à Presidência da República. E como ficaria então o partido em Sergipe, em uma eventual aliança DEM e o governador Jackson Barreto (PMDB), se nacionalmente faz oposição ao PMDB e PT? Por hora, segundo Machado, a única certeza é de que o PSDB/SE quer João candidato ao governo, e, assim como quer eleger seu candidato próprio a Presidência, é propósito também “eleger um deputado federal, e um, dois, três deputados estaduais. Vamos tentar conciliar e resolver as coisas com muito diálogo”, diz ele. Leia mais na entrevista com Machado, que comenta ainda do diálogo que tem mantido com o PSB e o PSC, da critica sobre "ser prefeito na tora", e fala sobre a posição da prefeitura a cerca da Saúde, especialmente, das UPA’s.

 

Problemas na saúde

Como é que a prefeitura está se posicionando para resolver a questão de falta de medicamentos, de profissionais para atender a população, e das UPA’s (que estavam interditadas até o momento)?

É indiscutível, e se você me perguntasse qual seria o principal problema hoje na administração municipal, colocaria de pronto que é a saúde. Quem procura uma unidade de saúde, um pronto atendimento, um hospital de urgência o faz na busca da solução de um problema que afeta de forma direta. Não é de hoje que o problema na saúde brasileira passa pelos três níveis: municipal, estadual e federal. Qual a grande causa desse problema? Acho que há um pouco de gestão, mas há, sobretudo, a falta de recursos. Em Aracaju, por exemplo, há 10 anos 60% dos recursos que vinham do Governo Federal para Sergipe eram destinados ao Município de Aracaju. Hoje apenas 25% desses recursos são dirigidos para Aracaju. Agora se esquecem, e nós não podemos deixar de alertar a população, que a solução dos grandes problemas só ocorre em Aracaju, que é o único Município capacitado pelo Ministério da Saúde para atender a média e alta complexidade. Se o sergipano quiser fazer uma ressonância só faz em Aracaju e às vezes a prefeitura é obrigada a assumir ou pagar os procedimentos médicos que não são de Aracaju. O SUS paga uma parte e o complemento é feito pela Prefeitura de Aracaju. Então, a prefeitura é de uma forma muito intensa sobrecarregada. Há uma burocracia excessiva também, e quando participo das reuniões fico assustado com a quantidade de siglas do SUS e a burocracia. Isso preocupa João, tanto que os problemas levam a paralisação das UPAs, e ele teve reunião com a secretária, mantiveram conversas com o MPE, através da Dr. Euza Missano na busca de uma solução. Tem que haver diálogo e disposição para resolver porque você não pode paralisar aquela porta que o cidadão pobre tem onde bater na hora que ele precisa.

 

Quais foram as condições que a prefeitura apresentou ao MPE para que pudesse reativar as UPAs?

Não sei dos detalhes da reunião, mas já falei com a secretária (de Estado da Saúde) e ela está muito otimista com a possibilidade de reabrir porque os profissionais falaram de algumas providências e grande parte das solicitações já estão sendo tomadas e em fase bem adiantada. Os suprimentos e medicamentos já estão acontecendo, o conserto dos equipamentos tipo raio X, ultrassom e eletrocardiograma já foram concluídas. Agora precisa haver diálogo, disposição, compreensão. O gestor precisa ser paciente para ouvir todos porque a busca dos dois é o mesmo. Não acredito que profissional nenhum, seja ele médico, enfermeiro ou paramédico tenha intenção de deixar de suprir a população daquilo que é essencial. O prefeito tinha começado a instalar nessas UPAs as Organizações Sociais. Vi em recife as UPAs funcionando de uma forma extraordinária com as OS’s, só agora esse novo sistema foi liberado pela justiça e acho que a tendência é melhorar.

 

Há a colaboração do Estado nesse momento crítico da saúde?

A integração da Secretária do Município de Aracaju com a Secretária de Estado da Saúde tem que ser permanente. Recebi o telefone da secretária Joélia dizendo que está pronta para ajudar, mas ela tem suas limitações. Se vivemos problemas no Município, ela tem muito mais problemas no Estado, mas essa conversa permanente acho que se impõe naturalmente. Digo até às vezes brincando: “Olha, vocês duas juntas têm um orçamento que supera o da Energisa, uma das maiores empresas de Sergipe. Se eu fosse vocês duas na hora de comprar faria a compra juntas. Se hoje a prefeitura compra a R$ 1,80 e o Estado a R$ 1,80, comprem juntas porque quem sabe não conseguem comprar a R$ 1,20 ou R$ 1,30. As duas juntas possuem poder de barganha muito maior perante os fornecedores. Isso são sugestões. O que é que custa para um raio X na UPA Norte ligar para secretária de Estado e perguntar se tem como emprestar. Dei dois exemplos e acho que essa interação vai se impor naturalmente. Não consigo imaginar a secretária de município de Aracaju trabalhar de forma isolada. Essa obrigação que nós temos de atender a média e alta complexidade passa necessariamente pela anuência do Estado.

 

Está tendo um diálogo com os servidores, especificamente agora com os enfermeiros, que estão paralisados?

Essa questão dos servidores encaro com absoluta naturalidade. Se reivindicam melhores condições de trabalho e salários, isso é natural e justo. Tem um lado que reivindica, e outro que só dá se puder. O gestor tem uma responsabilidade que se chama Lei Fiscal e se tem limites para gastar com o servidor. Agora como é que se resolve esse conflito? Só se resolve com o diálogo e sentar à mesa. João foi de uma inteligência muito grande atendendo sugestão de servidor e mantendo uma comissão permanente de negociação. Essa comissão tem avançado e dela participa três a quatro secretários municipais e o prefeito quando é convidado também participa. Também participa todos os sindicatos dos servidores. Acho que essa negociação e o gesto de criar a comissão mostra que João está aberto ao diálogo.

 

Diálogo com Jackson

O diálogo, tão comentado, que tem sido mantido entre João Alves e o governador Jackson Barreto, tem ocorrido com sua concordância e pode avançar para uma aliança para disputa eleitoral deste ano?

Primeiro que o meu consentimento não tem importância nenhuma nesse processo. Tenho um defeito, que só falo o que penso. Mas o entendimento administrativo entre o prefeito e o governador do Estado ocorre naturalmente. O Governo pretende fazer investimentos na capital, e acho que eles precisam conversar para otimizar os recursos e para que os custos sejam menores e os benefícios maiores. De esse diálogo administrativo evoluir para um diálogo político, não sei. Tenho participado ao lado de João Alves de várias conversas com o governador Jackson Barreto e participamos de vários outras conversas com o ex-governador Marcelo Déda e na minha presença nem Déda, nem Jackson tocou em assuntos de política na minha presença. Isso não quer dizer que eles não tenham conversado isoladamente. Não estou dizendo que não conversaram, mas na minha presença só trataram de assuntos administrativos, e, graças a Deus, tanto com Déda como com Jackson as conversas têm sido muito promissoras e já começam a trazer resultados que de alguma forma começam a impactar de forma positiva na qualidade do povo Aracajuano. Isso que é importante.

 

Como o senhor avalia a proximidade de aliados do PSDB, lideranças do DEM como o deputado federal Mendonça Prado, com Jackson Barreto, e inclusive também lideranças jovens do DEM, mostrando com isso apoio a ideia do DEM se aliar ao PMDB?

Vejo isso com absoluta naturalidade. O PSDB, o presidente Roberto Gois tem colocado isso de forma muito clara que o PSDB tem um candidato preferencial ao Governo do Estado que se chama João Alves, e essa postura é idêntica a do deputado Mendonça Prado. Ele disse recente que defende a candidatura de João Alves, se isso não acontecer ai ele é absolutamente a verdadeiro quando diz que prefere uma aliança com Jackson Barreto. Para mim essa postura de Mendonça está corretíssima. Quando também digo que o PSDB, ao concordar com Roberto Gois, tem preferências por João. Não estou procurando pressionar porque conheço João e sei que a melhor forma de convencer é não pressionar. Como é que eu José Carlos Machado convivo com João politicamente há 40 anos vou tentar pressioná-lo para consegui se sei que não vai dar certo. Agora é um direito nosso de mostrar preferência por esta ou aquela candidatura. Não sendo João vamos sentar para conversar, não há proibição nenhuma de que o PSDB de Sergipe, através da sua executiva converse com todos os setores da política sergipana. Agora não posso desconhecer a realidade, o PSDB baixou uma resolução que diz o seguinte: antes de qualquer diretório fechar suas alianças consulte a Executiva Nacional.

 

É verdade que há informações de que a Executiva Nacional do PSDB não é aconselha se fazer alianças com o PT e PMDB...

Se a Executiva lhe deu essas informações as informações ainda não chegaram à Executiva Estadual, são informações privilegiadas...

 

Concluindo a pergunta... E o presidente estadual do PSDB Roberto Gois mostrou em nota à imprensa que não há restrições para alianças...

O PSDB tem uma candidatura a presidente da República e as alianças que se formarão a nível estadual tem que priorizar isso. Não me imagino enquanto filiado ao PSDB fazendo campanha para Dilma Rousseff ou para qualquer outro candidato que não tenha a compreensão ou autorização da Executiva Nacional... E aqui toda Executiva Estadual tem em João o seu candidato preferencial. João não sendo, estamos abertos para conversar com todos. Tenho conversado. Já recebei aqui o presidente da Executiva dos Democratas, o presidente do PMN e o presidente do PPS.

 

Nesse caso então, se não há restrições, no Estado pode se dizer que o PSDB pode numa eventual aliança do DEM e PMDB estar junto a essa aliança?

Pode estar ou não. Porque nós temos uma resolução que nos obriga a consultar a Executiva Nacional antes de fazer qualquer aliança.

 

O senhor se sente coagido em fazer essa defesa de João se candidatar ao Governo diante das críticas que recebe...

Não é só o PSDB que faz não, o PMN faz, o PPS faz, setores expressivos do Democrata tenho certeza que a prioridade de Mendonça Prado é João. Ele diz isso de forma muita clara quando diz que quem decidirá é João, se ele sairá ou não. Agora ele vai se basear em que para tomar decisão? Em pesquisa ele está muito bem. Tem que consultar aquelas pessoas que votaram nele, de uma forma mais fácil seria através de uma pesquisa, que não pode ser só quantitativa, precisa ser qualitativa também. Será que o povo que votou em João prefere que ele continue administrando Aracaju? É ele que tem que tomar essa decisão pensando nele e no futuro de Aracaju. Pensando no futuro do seu partido.

 

Ser prefeito “na tora”

Como é que o senhor responderia as críticas, por exemplo, de uma liderança da Juventude do DEM, Júnior Torres, que coloca que Machado quer ser prefeito na tora?

Ele exagerou um pouco quando diz que tenho um projeto individualista. Não faço política abraçando projetos individualistas. Em 2010, com uma candidatura assegurada para deputado federal abri mão da minha candidatura para ser candidato ao Senado para viabilizar uma chapa, isso é um prova de que não faço projetos individualistas de ser prefeito na tora. Acho que ele exagerou um pouco. O que é tora? A constituição diz que se o prefeito renunciar para ser candidato, o vice-prefeito assume, então não é na tora. Desde que João se elegeu prefeito, que os Democratas e a sociedade sergipana sabem, e o seu Júnior sabe, que João pode ser candidato ao Governo. Pode ser ou não. Ai o Júnior alega que se ele for corre um risco. Qual candidatura que não corre risco? Agora João não pode dizer “eu quero ser e não vou ser porque tem risco”. Ele pode dizer que não é candidato por estas e estas razões. Qual é a principal que acho válida: os problemas de Aracaju. São tantos que em quatro anos não vou consegui resolvê-los. Talvez sejam necessários oito anos para solucionar os problemas de Aracaju. A justificativa estaria clara. (...) E se João disser que não é candidato continuaremos aliados da mesma forma. É uma aliança política que dura 40 anos. Quando conheci João talvez o Júnior nem tivesse nascido ainda. Então não tenho intenção de pressionar e ser prefeito na tora, não é essa minha postura, não é essa minha história. Outra coisa, na entrevista ele diz que eu disse que dificilmente faria uma aliança com Jackson, e eu não disse isso em lugar nenhum. O Grande comandante do processo é João Alves e nós somos aliados.

 

Mas voltando a reflexão de outros momentos em que a direção Nacional do PSDB tomou decisões contra a tentativa de alianças do partido nos estados com o PT e PMDB...

Se o DEM fizesse uma aliança com o PMDB qual seria a postura do PSDB? Conversar com o DEM, e, no segundo momento, com o PSDB (Nacional), mas não tomaremos decisão nenhuma antes do aval da executiva. Se não fizermos isso vai acontecer uma intervenção. Para o fechamento de uma aliança com esse ou aquele partido a executiva vai pensar nos interesses da candidatura nacional, mas temos também que, a nível estadual, pensar nos interesses do partido. Isso é um jogo que vai ser muito bem jogado.

 

Palanque para candidato à Presidência 

Com a experiência de José Carlos Machado na política, que sabe que, assim como em outros momentos, o PSDB Nacional tem mais chances de se posicionar contra uma aliança do partido com o PMDB, qual seria a postura do PSDB de Sergipe?

O futuro a Deus pertence, não vou antecipar postura. Vou antecipar o que vou fazer, se João não for candidato vou conversar com o PSDB, PMDB, com outros setores. Vou conversar com todos. Tenho que pensar no futuro do partido em nível de Sergipe, agora não posso esquecer que o partido tem um candidato a presidente da República.

 

E a prioridade do PSDB aqui seria o palanque para o presidente da República?

É uma prioridade nível A. É importante a eleição de um presidente da República. Eles também têm me dito que é importante tratar da eleição de um candidato a deputado federal, por isso que insisto na candidatura de Albano Franco, e se não for será a de Walter Franco. Por isso que encorajo outras pessoas que tem densidade eleitoral que tem história e um passado que o qualifica de uma disputa eleitoral para dentro do partido, além disso, temos que pensar em eleger deputados estaduais também. O PSDB/SE não pode continuar como estava sem um representante na Câmara Federal, Assembleia e na Câmara de Vereadores. Já elegemos um vereador, então vamos eleger um deputado federal, e um, dois, três deputados estaduais. Vamos tentar conciliar e resolver as coisas com muito diálogo.

 

Diálogo com PSB e PSC 

Esse diálogo para consegui legendas pode acontecer também com outros partidos, entre eles o PSB e o PSC?

Recebi há poucos dias Valadares Filho, e a semana passada fui retribuir a visita. O PSB tem muito entusiasmo na aliança com os Democratas, eles avaliam que cabe muito bem ao PSB, PMN, PPS, mas está se conversando. O fato é o seguinte, vou terminar como Valadares termina: não tem nada resolvido. Aguarde. Tudo isso só vai começar a transparecer no momento que João disser eu sou e não sou candidato.

 

Há um tempo o senhor chegou até a mencionar que talvez seria mais fácil uma aliança com o PSC agora por conta da aliança de 2012...

Disse que era mais fácil fazer uma aliança com o PSC porque é nosso aliado, mas na sua vida você já teve dois caminhos e às vezes você não toma o mais fácil. As circunstâncias lhe levam pelo caminho mais difícil. Naturalmente é mais fácil manter a aliança. João conversa muito com Jackson, mas também conversa muito com Amorim. O senador Eduardo Amorim, o deputado federal André Moura e a bancada federal, com raríssimas exceções e não me pergunte quais que não vou fazer, têm sido muito solidária ao prefeito, mas o senador Amorim é quem se coloca sempre à disposição do prefeito quando vai à Brasília, para encaminhar aos ministérios e buscar soluções para os problemas de Aracaju.

 

Essa disposição de Amorim então pode ser pesada no momento de compor uma aliança?

Descartaria possibilidade se Amorim hostilizasse o prefeito, mas graças a Deus nenhum político tem sido tão bem tratado como está sendo João Alves. Todos o querem em seu palanque. O tratar bem não só porque o querem no palanque, tratam bem porque sabem que a responsabilidade de resolver os problemas de Aracaju não é só do prefeito não. Só o prefeito não vai consegui resolver, então é obrigação de Jackson ajudar e de toda bancada também ajudar. Agora uns fazem com mais entusiasmo, outros fazem com menos entusiasmo.

 

Hoje o PSDB não tem nenhuma definição, a única certeza é de que quer João Alves na disputa do Governo?

Exatamente isso. Temos uma prioridade na candidatura de João Alves e também nosso aliado preferencial e prioritário, os democratas, PPS e PMN. Vou repetir uma frase: Não tem nada resolvido, aguarde.

 

Da redação Universo Político.com



28-03-2024
 

 

 

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